“Melhor circuito do mundo”, Suzuka vive trauma de Bianchi, mas impõe desafio enorme para pilotos

É verdade que Suzuka teve, em 2014, o primeiro acidente fatal da F1 em 21 anos. Mas a tragédia que aconteceu com Jules Bianchi não torna o traçado perigoso. Na verdade, a pista foi descrita por dois campeões da F1 como a "melhor do mundo", e, com suas características, é o maior desafio do ano para os pilotos

Mudanças de direção constantes, aclives, declives, ondulações, áreas de escape pequenas e não-asfaltadas… Dentro do calendário atual da F1, o autódromo de Suzuka provavelmente é o mais convidativo aos erros dos pilotos, e certamente o que mais os pune.

Em uma época em que autódromos modernos e antigos ao redor do planeta ficaram quase que 'pasteurizados', Suzuka tornou-se uma exceção à regra. Não à toa, dois campeões mundiais chamaram a pista japonesa de "melhor do mundo" na chegada da F1 à terra do sol nascente para a 14ª etapa da temporada 2015.

Sebastian Vettel venceu quatro das últimas seis edições do GP do Japão (Foto: Red Bull/Getty Images)

Ano após ano, já nos treinos livres, saídas de pista que terminam com pilotos no muro ou atolados nas caixas de brita são frequentes. Nos treinos classificatórios, travadas de roda também são bem comuns, custando décimos que podem fazer falta. E, nas corridas, os pilotos encaram um dos maiores desafios técnicos do campeonato.

O que se critica em muitas outras pistas não ocorre no GP do Japão: se o piloto errar, pagará. Até mesmo Spa-Francorchamps, circuito muito exaltado por fãs do mundo todo, passou por uma grande modernização nos últimos anos, perdendo um pouco do charme de outros tempos.

E essas características que fazem de Suzuka uma pista à moda antiga não a tornam perigosa, é preciso dizer, embora ela tenha sido o palco do primeiro acidente fatal da F1 em 21 anos em outubro do ano passado, com Jules Bianchi. A tragédia com o francês teve relação com situações pontuais, ligadas à decisão de se realizar a prova mesmo com a aproximação de um tufão e com a entrada de um trator na área de escape para fazer o resgate de um carro sem que o safety-car tivesse sido acionado. Para este ano, melhorias foram feitas no sistema de drenagem e nos procedimentos de resgate dos carros

É verdade que Suzuka foi o palco do acidente fatal de Jules Bianchi, mas não por isso a pista pode ser considerada perigosa (Foto: Getty Images)

O tetracampeão Sebastian Vettel disputou seis provas de F1 em Suzuka, e foi ao pódio em 100% delas. Venceu em 2009, 2010, 2012 e 2013, e foi terceiro nos outros dois anos. Ele é um grande fã do traçado. "Adoro a pista, é um dos circuitos à moda antiga. O primeiro setor diz tudo sobre o carro. Ao meu ver, é a melhor pista do mundo, e ótimo estar aqui", comentou.

Jenson Button é outro. O inglês, que ganhou a edição de 2011, tem como pior resultado em Suzuka um nono lugar em 2013. "É um circuito muito especial para a maioria dos pilotos. É o circuito mais especial do mundo. O melhor, como Sebastian disse", falou. "Não que tenhamos andado em todos. Perguntaram-me outro dia qual a melhor curva daqui, e não dá nem para escolher uma curva favorita. É um desenho fantástico, de tirar o fôlego. Muito especial de guiar e ainda melhor de vencer."

"Vim aqui pela primeira vez em 1994, andando de kart, e lembro de andar por aqui pensando que este era o circuito para a F1", contou.

A atmosfera criada para a corrida também é fora de série. O público japonês comparece em massa já na quinta-feira, quando há uma sessão de autógrafos, e faz de tudo para chegar perto dos pilotos e ter a chance de ao menos tocá-los. Bandeiras e camisas de pilotos e equipes também não faltam.

Suzuka recebeu uma prova de F1 pela primeira vez em 1987, no fim de semana em que Nelson Piquet sagrou-se tricampeão mundial. Desde então, só ficou fora do calendário em 2007 e em 2008, quando a prova migrou para o autódromo de Fuji. Neste período, abrigou 11 corridas que decidiram o título do Mundial de Pilotos, mais do que qualquer outro autódromo.

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