Mercedes explica inconsistências na F1 2024 e detalha melhorias necessárias para 2025

A Mercedes teve uma temporada 2024 bastante peculiar e inconsistente. Apesar de vencer quatro vezes no ano e subir ao pódio em nove oportunidades, teve dificuldades para manter o bom ritmo e flertou com fins de semana trágicos no campeonato. Andrew Shovlin, diretor de engenharia de pista, pontuou os motivos que levaram a isso no ano da esquadra na Fórmula 1. 

Para Shovlin, a principal questão que afetou a equipe foi o desenvolvimento e a adaptação aos novos pacotes. De acordo com o diretor, o W15 simplesmente não foi rápido o suficiente quando introduziu algum tipo de atualização no carro. 

Além disso, também pontuou o fraco começo de temporada da equipe prateada, que foi corrigida após as sete primeiras corridas. Ainda assim, isso trouxe um carro desequilibrado, segundo Shovlin, e impediu a Mercedes de brigar com as rivais logo de cara em 2024.

“Acho que o principal é o desenvolvimento. Se olhar para quando trouxemos as atualizações em comparação com os rivais, muitas vezes trouxemos um pacote grande algumas corridas depois. Mas se tivéssemos trazido mais cedo, seria um pacote menor. Então, o fato é que, ao longo de uma temporada, não fomos rápidos o suficiente quando entregamos uma atualização. Tivemos algumas corridas em que fomos competitivos, mas as equipes tentaram superar, trouxeram as suas atualizações e avançaram novamente”, destacou.

“Esse é definitivamente o principal mecanismo. Acho que o começo da temporada foi ruim. O carro não estava bem equilibrado e não estava funcionando bem em uma variedade de pistas. Conseguimos resolver esses problemas nas primeiras sete corridas, mais ou menos. E então, acho que ficamos apenas em uma corrida normal de desenvolvimento durante o restante do ano”, continuou o diretor. 

Mesmo optando por uma abordagem mais convencional em 2024, especialmente nos sidepods e nas suspensões, a equipe ainda sofreu em pistas mais onduladas e no controle de temperatura dos pneus traseiros. Por isso, Shovlin destaca isso como uma área de evolução para 2025. 

“Superaquecimento traseiro, essa é uma área onde não acho que estamos tão bons quanto McLaren, Red Bull ou Ferrari, e isso provavelmente nos afetou mais recentemente em pistas como Singapura. Então, estamos analisando o que podemos fazer para diminuir a temperatura dos pneus traseiros, e qualquer trabalho nessa área é duplo: podemos colocar menos temperatura? Podemos tirar mais temperatura?”, explicou. 

“Mas isso claramente é uma área onde, aos domingos, tivemos uma grande diferença para os times da frente. É uma área de foco para o próximo ano. É muito justo dizer que nessas pistas [com mais ondulações], sofremos mais frequentemente. Pode-se fazer uma análise sobre quão alto os carros estão correndo, e não acho que sejamos muito diferentes dos outros, mas a suspensão é uma área na qual estamos focando com esse regulamento”, pontuou. 

Por fim, Shovlin afirmou que ainda vê a temporada 2024 como uma de “progressos” para a Mercedes, mas acredita que ainda tem de seguir forte no desenvolvimento para superar a concorrência em 2025. 

“De modo geral, fizemos progressos. Mas o desenvolvimento na Fórmula 1 é resolver problemas, e tem de resolvê-los mais rápido do que os concorrentes. E é assim que se chega à frente”, encerrou. 

Agora, a Fórmula 1 está oficialmente de férias. A próxima atividade é exatamente a sessão única de testes coletivos de pré-temporada, marcada para os dias 26, 27 e 28 de fevereiro, no Bahrein. A temporada 2025 começa com o GP da Austrália, nos dias 14-16 de março.

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