Mercedes faz valer força do novo motor em dia de treinos e sobra na França. Red Bull fica à espreita e Ferrari esconde as armas

A F1 viveu um primeiro dia de treinos livres de testes e de busca por referências em um traçado novo na França, que volta ao calendário nesta temporada. As equipes dedicaram o dia às avaliações dos pneus e ao acerto em um asfalto tinindo e de muita aderência. O calor excessivo marcou as duas sessões, mas foram os ventos que desempenharam um papel importante hoje e provocaram diversos erros e escapadas de pista

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Enfim, após dez anos, a F1 está de volta à França. E é Paul Ricard que inaugura essa nova fase da etapa gaulesa no calendário. O enorme circuito de 5,8 km deu trabalho aos pilotos nesta sexta-feira (22) e deixou a impressão de que há mais por vir neste fim de semana – mas é prudente não se empolgar demais. O dia foi marcado pelo calor excessivo – o asfalto ultrapassou os 50ºC – e também pelas constantes mudanças de direção do vento.

E isso acabou por afetar diretamente o acerto da aerodinâmica dos carros, então os incidentes e erros apareceram com certa frequência – a curva 6 e a famosa reta Mistral foram as áreas mais ‘atingidas’. As altas temperaturas interferiram no desempenho em si. Tanto é que os tempos de volta da atividade vespertina foram bem mais lentos que os do treino da manhã. Ainda assim, o dia viu apenas um nome dominar a tabela: Lewis Hamilton.

 
Usando uma nova especificação do motor – agora denominada ‘Fase 2.1’ –, a Mercedes liderou o movimentado TL1, com o inglês cravando 1min32s231, 0s140 mais rápido que o companheiro Valtteri Bottas. À tarde, o tetracampeão voltou a comandar a tabela, mas aí com sobras. O tempo foi registrado em 1min32s539. Tudo em cima de ultramacios – a composição mais veloz da Pirelli. Quem mais se aproximou foi Daniel Ricciardo, mas ficou a 0s7 do britânico. Mas não foi só de velocidade pura que se tratou o dia de hoje. A Ferrari, como parece ter adotado como costume, preferiu estudar o comportamento do carro nos ‘long runs’. 
 
“Nós estamos correndo com a nova especificação de motor hoje, o que parece bom, mas não rodamos no máximo da potência, então há mais para descobrir. Precisamos identificar a causa do vazamento de água, mas estamos confiantes de que vamos continuar correndo com o novo motor. Parece que fomos competitivos os dois treinos do dia, mas sabemos que a Ferrari segura um pouco a performance às sextas-feiras, então temos de esperar e ver o que amanhã e domingo vão fazer por nós”, avaliou o líder do dia, lembrando o revés que se abateu sobre o carro do colega Bottas – o finlandês perdeu toda a simulação de corrida da tarde por conta do problema de refrigeração. 
O acidente mais sério do dia: Marcus Ericsson bateu no muro de proteção (Foto: Beto Issa)

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Le Fantastique Monde Nouveau

 
Localizada no sul da França, a pista de Paul Ricard tem longas retas, freadas fortes e curvas bem abertas e se mostrou um desafio, especialmente por conta da falta de referências – e as listras espalhadas pelo traçado foram motivo de queixa dos pilotos. Muitos passaram grande parte dos treinos tentando encontrar o traçado ideal – daí tantos erros. O primeiro treino foi agitadíssimo. Diversas escapadas e rodadas marcaram a sessão, que acabou sendo encerrada depois que Marcus Ericsson errou e foi parar no muro de proteção – o impacto lançou chamas sobre o carro. Ninguém se feriu, no entanto.
 
“Há várias linhas distintas que você pode trilhar e é complicado encontrar pontos de referência na pista. Além das listras coloridas, é difícil dizer onde você está. Há dois lugares, por exemplo, no fim da reta, onde você fica tentando descobrir onde está a curva, é bem difícil de ver”, falou Hamilton, um dos muitos que reclamaram do excesso de listras pelo circuito.
 
Na sessão complementar do dia, as atividades até demoraram mais que o habitual para terem início. E todo mundo aproveitou os primeiros momentos para as avaliações de pneus e acertos, mas o calor e os ventos continuaram interferindo. Ainda assim, os erros foram mais raros. O treino, porém, foi marcado por uma longa bandeira vermelha causada por um mau encaixe da roda traseira esquerda do carro de Sergio Pérez. Ao sair para uma nova tentativa com os ultramacios, o pneu se desprendeu do Force India e deixou o mexicano a pé. O incidente também prejudicou os stints em simulação de corrida de uma porção de gente. Já que a bandeira verde foi encurtada. 
Listras dificultaram a busca por referências (Foto: Getty Images/Red Bull Content Pool)
O asfalto é novo também, mas se revelou com um grande nível de aderência, o que tornou o desempenho dos pneus algo difícil de entender, uma vez que, aparentemente, não há uma enorme discrepância entre os compostos mais macios, novamente. Até por isso, os pilotos se arriscaram mais. Todos os três compostos foram vistos hoje, mas a líder Mercedes andou apenas com os supermacios (vermelhos) e os ultramacios (roxos). A velocidade está lá, sem dúvida, e a equipe deve se colocar na briga pela pole com certa tranquilidade, apoiada na força do novo motor, que vai aparecer a pleno neste sábado.
 
A questão dos alemães está no ritmo de corrida. Sem Bottas no treino da tarde, coube a Hamilton conduzir a simulação. Ultramacios e supermacios foram usados. E o inglês fez o ‘martelo’ trabalhar, andando na casa de 1min37s5, 1min37s6 e 1min37s7. O desempenho foi semelhante ao de Daniel Ricciardo com a Red Bull. Quem surgiu ligeiramente melhor que os dois foi Sebastian Vettel.
 
O líder do campeonato pareceu pouco interessado em ritmo de classificação – até chegou a falar sobre a diferença de performance para as rivais, mas acha que pode encontrar milésimos amanhã. O trabalho do ferrarista foi mesmo em corrida. De maneira muito constante e, em cima de pneus supermacios, o alemão virou voltas em 1min36s6, 1min36s8, 1min37s1. 
 
“Em voltas lançadas parece que estamos um pouco mais atrás. Nas simulações de corrida, eu não sei, o tempo era ok. Nas voltas rápidas eu não dei giros muito bons, então não estou muito estressado sobre isso. Normalmente, na classificação, conseguimos encontrar o ritmo. Preciso entender o que preciso fazer com o carro para deixa-lo mais veloz. O carro está rápido, mas não consegui extrair tudo. É um circuito complicado, não é fácil tirar tudo do início ao fim”, explicou Sebastian. 
Lewis Hamilton, o mais rápido do dia (Foto: Mercedes)
E a ideia de que há mais por vir se torna clara diante das declarações da Pirelli após o primeiro dia de treinos. "Tivemos temperaturas muito altas hoje, com mais de 50 graus no asfalto, o que favorece os pneus mais duros. Porém, o ultramacio mostrou muito desempenho, então temos três compostos diferentes que parecem viáveis como parte da estratégia de corrida. Mas só o treino livre 3 vai deixar isso mais claro", disse Mario Isola, o diretor da Pirelli.

"Como um novo circuito, mudanças na direção do vento, condições calor, ainda há questões que seguem com um ponto de interrogação", completou.

 
Portanto, ainda não dá para cravar quem sai favorito desta sexta-feira. As condições da pista ainda devem mudar para a classificação e a corrida. Uma vez mais, a decisão na segunda fase da classificação vai ditar o ritmo não só da estratégia, mas do caminho da vitória no domingo.

A F1 volta a acelerar neste sábado em Paul Ricard com o terceiro treino livre, a partir de 8h (horário de Brasília), enquanto a classificação está marcada para 11h. O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e em TEMPO REALAcompanhe tudo aqui.

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