Mercedes pede firmeza da FIA em investigação de estouro de teto de gastos da Red Bull

O anúncio da investigação da Federação Internacional de Automobilismo (FIA) e, consequentemente, a divulgação das equipes que estouraram o teto orçamentário de 2021 bagunçou o coreto da Fórmula 1 nesta sexta-feira (30). A suspeita de que tanto Red Bull como Aston Martin serem os times que violaram o limite financeiro e que devem sofrer sanções gerou um começo de manifestações por parte dos chefes de equipe.

A Red Bull, na figura de Christian Horner, já se manifestou sobre o tema, rebatendo as acusações. Agora, é a vez da Mercedes e de Toto Wolff. O austríaco espera que a FIA, na figura de seu presidente, Mohammed Ben Sulayem, seja firme na avaliação e faça o que tiver de ser feito, independente da equipe. “Todos fomos investigados e, ao que parece, isso ainda será revisto. É um segredo aberto no paddock e existe uma governança muito sólida estabelecida pela FIA.”

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De acordo com apuração do portal Autosport, circulam nos bastidores da F1 em Singapura que, no caso da Aston Martin, seja uma violação menor, com menos de 5%, cerca de US$ 7 milhões (em reais, por volta de R$ 35 milhões). No entanto, a Red Bull pode ter cometido violação material de mais de 5%, o que acarretaria uma penalidade muito mais dura. As sanções disponíveis incluem até mesmo a exclusão do campeonato pela FIA.

A situação é vista como um teste bastante significativo para o presidente da FIA, pois um gasto excessivo na temporada passada teria sido benéficio não apenas para 2021, como para o desenvolvimento dos carros em 2022. Toto enxerga que a investigação é fundamental para garantir um equilíbrio no campeonato.

“O teto de custo é, provavelmente, a evolução mais importante dos regulamentos. É de grande importância fazer essa averiguação. Se você terminou em 2021, acabou em 2022. Isso significa que há vantagem em 2023. Então, se é verdade que eles [Red Bull] homologaram um chassi leve este ano, eles podem usá-lo no próximo ano. É uma cascata de eventos que pode influenciar todos os três campeonatos.”

O chefão da Mercedes demonstrou revolta com a possibilidade de equipes ganharem vantagem ao passarem impunes até então pelo estouro do teto de gastos e falou sobre o que foi feito dentro da garagem das Flechas de Prata para que o W13 estivesse dentro da lisura do regulamento para 2022.

“Não estamos desenvolvendo como poderíamos, mais de 40 pessoas tiveram de ser demitidas e fazem falta na nossa organização, não sei quantas dezenas de milhões para nos reestruturar. Foi uma tarefa gigantesca nos colocar dentro do limite de custo, por isso, se alguma equipe estiver ultrapassando esses limites, cada milhão gasto é uma enorme desvantagem”, disse o austríaco.

Perguntado sobre a defesa de Horner sobre a acusação à Red Bull, Wolff ironizou o rival. “É engraçado que Christian diga isso porque faz semanas e meses que eles estão sendo investigados. Eu não tenho informações nesse estágio se eles estão violando, por quanto eles estão violando. Não cabe a mim julgar.” E seguiu, no aguardo de um desfecho positivo sobre o caso. “Quando isso for esclarecido, tenho certeza que muitas discussões vão decolar. Mas é muito cedo nesta fase para comentar.”

O ex-piloto Martin Brundle, comentarista da Sky Sports britânica questionou Toto ao final da sessão em Singapura sobre o boato de que tinha pessoas trabalhando para ele que eram da Red Bull. Ele procurou desconversar e falar sobre como a questão financeira impediu a Mercedes de desenvolver um carro competitivo para a temporada.

“A fábrica de boatos acabou tem um tempo, o paddock é pequeno demais. O ponto é que não conseguimos reduzir nosso peso de dois dígitos em 2022 porque não havia dinheiro para produzir peças e colocá-las no carro. É uma liga diferente para quem estiver superando o teto de gastos”, completou Wolff.

O GRANDE PRÊMIO acompanha AO VIVO e EM TEMPO REAL todas as atividades do GP de Singapura de Fórmula 1. No sábado, o TL3 está marcado para 7h [de Brasília, GMT-3], enquanto a classificação começa às 10h.

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