Mercedes retorna ao prata com W13 em busca de nova era de domínio na Fórmula 1

A semana acaba com o lançamento do W13 da Mercedes. A equipe octacampeã tem como objetivo seguir invicta, mesmo sob um novo regulamento. E tem como ponto forte a dupla de pilotos, formada pelo heptacampeão Lewis Hamilton e o prodígio George Russell

MERCEDES APRESENTA W13, CARRO PARA A TEMPORADA 2022 DA FÓRMULA 1 | React

A sexta-feira (18) está reservada para a Mercedes, a atual campeã do mundo. Dentro de um longo cronograma, que inclui o shakedown do novo carro, a equipe alemã revelou ao mundo as linhas do W13, o modelo com o qual pretende dominar uma nova era da Fórmula 1. Depois de uma conquista sem precedentes com o oitavo título em 2021, a esquadra chefiada por Toto Wolff chega favorita, muito embora o novo regulamento tenha enorme potencial para embaralhar as forças do grid.

As regras de 2022 foram definidas para tentar aproximar o pelotão intermediário e as concorrentes do topo da tabela. Assim sendo, a F1 recorreu a um conceito simplificado, focado no retorno do efeito solo e da eficiência do motor. A ideia é criar corridas mais movimentadas e imprevisíveis. Como boa parte de suas adversárias, a Mercedes também dedicou tempo e estrutura ao projeto do W13 durante a temporada 2021, enquanto travava uma dura batalha contra a Red Bull pelo título mundial. E isso talvez tenha algum reflexo em termos de performance na nova temporada.

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O W13 será guiado por Lewis Hamilton e George Russell em 2022 (Foto: Mercedes)

Além da nova concepção aerodinâmica, que perdeu os bargeboards e agora trabalha com desenhos de asas e sidepods muito diferentes, uma das mais importantes apostas está na unidade de potência, que terá mais etanol na mistura, obedecendo à tendência de maior sustentabilidade da F1. A mudança de combustível somada ao congelamento do desenvolvimento dos motores e ao novo chassi foram os grandes desafios encontrados pelos times em um momento em que todos vivem sob um teto orçamentário.

O novo W13 retorna a cor prata, abandonada em 2020, mas traz detalhes em vermelho, azul turquesa e também em grafite. O bólido tem chassi monocoque de fibra de carbono moldada, com suspensa ativa dianteira push-rod e traseira pull-rod, câmbio sequencial semiautomático de oito velocidades.

Diferente de algumas das rivais, como a Ferrari, por exemplo, o bico do W13 tem apenas uma ligeira mudança na espessura, mas nada muito chamativo. A asa dianteira tem formato de laço, já que afina bem próximo do bico, tem uma distância maior no ponto central e volta a diminuir de tamanho nas laterais.

Chefe do time, Wolff destacou a empolgação dos integrantes da Mercedes com o desafio de desenvolver um bólido para o novo regulamento da Fórmula 1.

“Desde que o trabalho com o W13 começou, vi um entusiasmo enorme nos membros da nossa equipe como nunca tinha visto antes, graças à escala de oportunidade que essa regulamentação técnica oferece”, apontou Wolff. “Perto do fim do ano, quando o projeto de construção do carro realmente tomou forma, senti uma grande paixão em toda a organização, não só na arena técnica, mas também nas nossas bases em Brackley e Brixworth, que abraçaram uma mentalidade de ‘podemos fazer isso’”, contou.

Wolff lembrou, ainda, que a performance dominante desde a introdução dos motores V6 turbo não é uma garantia de sucesso nesta nova fase do campeonato, mas ressaltou que a Mercedes pode confiar no capital humano que dispõe para fazer um bom trabalho a partir de 2022.

“Nos saímos muito bem durante a última grande mudança de regulamento para a era hibrida e tivemos uma boa performance quando passamos de carros mais estreitos para carros mais largos em 2017”, pontuou. “Apesar de termos um bom histórico de pista, a minha mensagem é clara: não podemos depender do sucesso passado para a performance deste ano, mas podemos depender do nosso pessoal, da nossa cultura, nossa estrutura e da nossa mentalidade para fazermos o melhor trabalho possível em 2022”, frisou.

O lançamento do time da estrela de três pontas guardava ainda a maior expectativa dentre todas as equipes do Mundial. Isso se deve a Lewis Hamilton. Depois da derrota doída no ano passado, muito em função das decisões controversas da direção de prova do GP de Abu Dhabi, o inglês se afastou das redes sociais e a única entrevista foi dada apenas a Jenson Button, ao fim da corrida que coroou Max Verstappen.

Neste meio tempo, Lewis foi condecorado Cavaleiro da Rainha pelo Príncipe Charles e se calou. O retorno às mídias aconteceu há poucas semanas, na véspera da reunião entre a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e os pilotos, que tinha como meta compreender os acontecimentos da decisão do campeonato.

Dias depois, Hamilton surgiu treinando na Inglaterra e fez uma visita à fábrica da Mercedes, em Brackley, onde acompanhou a primeira prova do banco de seu novo colega, George Russell. E essa é a principal novidade da equipe alemã para 2022: o prodígio inglês finalmente terá a chance em um time de ponta.

Depois de um longo sumiço após a derrota no campeonato de 2021, o britânico se disse motivado para a temporada, mas destacou que precisava do período de recolhimento para se recuperar do que definiu como “um momento difícil”.

“Nunca disse que eu ia parar. Amo fazer o que eu faço”, disse Hamilton. “Foi um momento difícil para mim, um momento de dar um passo atrás, focar em estar presente. Tive minha família ao meu redor, criando ótimas memórias e decidi atacar outras vez por mais uma temporada”, seguiu.

Indo para a 16ª temporada da carreira, Hamilton mostrou entusiasmo com a chegada de um novo momento para o Mundial e ansioso para assumir o volante do W13 ainda nesta sexta-feira.

“Eu acho que será emocionante assistir essa nova era de carros, nunca vimos uma cobrança tão alta, tão grande de tantas maneiras. Tem sido muito interessante ver os designers e todo mundo se unindo para encontrar as maneiras de criar uma obra-prima e não temos ideia de como isso vai funcionar”, comentou Lewis. “Demos algumas voltas no simulador, mas nos certificamos de obter a correlação certa. Eu acho que o George sai primeiro hoje, acho que vou sair depois dele”, completou.

Após três anos de Williams, Russell foi chamado para substituir o finlandês Valtteri Bottas e tem como principal objetivo formar uma parceria muito mais forte com Hamilton. Isso porque, muito possivelmente, o campeonato deve acompanhar uma reedição da disputa pelo título do ano passado. De novo, a Mercedes deve enfrentar a Red Bull, agora fortalecida com um campeão Verstappen.

O W13 voltou ao tom tradicional prateado da Mercedes (Foto: Mercedes)

Novato na equipe, Russell se mostrou confortável na nova casa, inclusive fazendo piadas com Wolff ao longo de todo o evento de apresentação. E além de elogiar o novo layout, o britânico exaltou os funcionários da Mercedes.

“É incrível. Tanto Lewis quanto eu demos muitas voltas no simulador e vimos o desenho. Tivemos muitas reuniões e apresentações sobre isso, mas de repente vendo tudo se montar, ver todos os homens e mulheres trabalharem duro e se unindo aqui, eu acho que incrível, e ver a volta do prata que é uma pintura incrível”, elogiou.

A dupla britânica, portanto, parece ser a grande arma dos alemães para a temporada que começa no dia 20 de março. Mas a octacampeã já pode comemorar ao menos uma primeira vitória: depois dos acontecimentos do GP de Abu Dhabi, a FIA reformulou a estrutura de gerenciamento de corridas e removeu Michael Masi do cargo de diretor de provas. O australiano acabou se colocando no olho do furacão após as decisões finais do GP de Abu Dhabi e que definiram os rumos do título mundial.

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