Mercedes surpreende Ferrari ao driblar melhor velocidade de reta. Mas briga pela vitória tende a ser mais dura

Depois da performance apresentada no Bahrein, pareceu que a Ferrari repetiria a dose na China. Só que a Mercedes driblou a melhor velocidade reta dos italianos com um acerto inteligente e eficiente em curva. Valtteri Bottas se adaptou mais rápido e não deixou passar a pole. Já Lewis Hamilton tirou tudo do carro para completar a dobradinha. Mas a história do GP 1.000 da Fórmula 1 pode ser bem diferente

A Ferrari desembarcou na China carregando a expectativa de se apresentar como no Bahrein. Há duas semanas, a equipe italiana recuperou a performance da pré-temporada e ofuscou a Mercedes no deserto. É bem verdade que o carro prateado acabou vencedor, mas deve parte da conquista às mazelas vividas pela rival, o que me nada tira o brilho da vitória de Lewis Hamilton em Sakhir. Só que, pela lógica e levando em conta as características do traçado chinês, era de se imaginar uma repetição daquele cenário. Mas aí a equipe alemã lançou mão de um ingrediente especial para surpreender a adversária (de novo), e isso começou a se desenhar ainda nos treinos livres. Foi um acerto inteligente que colocou Valtteri Bottas e Lewis Hamilton na primeira fila do grid do GP 1.000 da Fórmula 1.
 
É notória a melhor velocidade de reta da Ferrari e a eficiência de seu pacote aerodinâmico, mas por que a equipe não conseguiu tirar proveito na classificação? Primeiro, porque a esquadra prateada trouxe um acerto dianteiro melhor – leia-se aí uma asa inspirada na própria criação de Maranello –, além de um entendimento maior do desempenho em curvas – esse, sim, o grande segredo. Ou seja, o W09 ganhou na estabilidade. O time fez, no entanto, mudanças na asa que tiveram enorme impacto aerodinâmico, de acordo com o chefe Toto Wolff. As alterações foram um pedido da FIA, mas não mudou drasticamente o quadro.

Aliado ao novo desenho, a Mercedes ainda usou bem o já famoso ‘modo festa’ no Q3 e também contou um Bottas totalmente confortável nesta configuração e um Hamilton ‘mordido’.

Lewis Hamilton e Valtteri Bottas obtiveram uma importante dobradinha (Foto: AFP)

O pentacampeão demorou para se encontrar e, por várias vezes, foi flagrado fora do carro em conversa com os engenheiros durante as sessões, mas surgiu fortíssimo quando a classificação se aproximou do momento decisivo. Ainda que não tenha tido como roubar a pole das mãos do companheiro de equipe, Hamilton tirou tudo do carro. Ao longo do dia, Lewis fez uma diferença de 0s8 para apenas 0s023. Uma escapadinha no setor 2 e um errinho na fase final da volta cobraram seu preço em um dia que Bottas também nem gostou tanto assim do giro que lhe deu a posição de honra. Resta saber se é esse Valtteri, o da pole e o vencedor na Austrália, que alinhará amanhã. Se for, a corrida ganha um personagem importante. 

 
As duas Ferrari aparecem na segunda fila, com Sebastian Vettel à frente de Charles Leclerc. Mais do que a colocação de combate, a posição dá certo fôlego ao alemão depois das críticas pela rodada durante o GP do Bahrein. A equipe italiana arriscou no fim da classificação, soltando seus pilotos muito tarde, e Leclerc também cometeu seus equívocos. A frase de Seb ainda dentro do carro na volta final disse muito sobre as decisões da escuderia: “Nós sabemos por que perdemos hoje”.
 
Mas nada está totalmente definido. Diante dos pontos fortes de cada uma e do cenário visto durante a sexta-feira de treinos livres, que mostrou um equilíbrio entre as duas equipes, a luta pela vitória tende a ser muito maior do que foi neste sábado (13) pela pole-position. Em ritmo de corrida, a história deve ser muito diferente. A velocidade de reta da SF90 será mais eficaz, com a ajuda do DRS nas longas retas chinesas. Por isso, para a Mercedes, a largada será ainda mais decisiva.
 

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Sebastian Vettel ficou surpreso com o desempenho da Mercedes (Foto: AFP)

Mais uma vez, a equipe prata terá de driblar a rival para se manter à frente. E uma forma também será a estratégia de pit-stop. A Pirelli fala em uma corrida de apenas uma parada. Todos ali na frente, e isso inclui até Max Verstappen (quinto), largam de pneus médios – os amarelos C3. A tendência é permanecer na pista por 19 voltas com os amarelos e aí trocar para os compostos duros, seguindo até o fim da corrida. Apenas Hamilton tem pneus vermelhos C4 novos, além de um jogo de C2. O restante tem um conjunto de duro e um de macio. Ou seja, há margem para mudanças de última hora. A classificação foi disputada sob temperaturas altas, mas a corrida deve acontecer sob um clima mais ameno, repetindo o cenário da sexta-feira.

 
A largada não é decisiva em termos de luta pela vitória apenas entre os quatro principais carros do grid. Verstappen vem logo atrás e deve crescer em ritmo de corrida. Desta vez, Pierre Gasly o acompanha, mas a estratégia do francês é diferente – ele parte com pneus vermelhos. A Red Bull, na verdade, acredita ter perdido uma ótima oportunidade de se colocar entre Mercedes e Ferrari, no momento em que Verstappen se viu no meio tráfego. De qualquer forma, não dá para subestimar a equipe que venceu a corrida do ano passado em uma sacada inteligente nos boxes.
 
Enquanto isso, o pelotão intermediário tem um Daniel Ricciardo puxando a fila. O australiano venceu o companheiro de equipe Nico Hülkenberg por míseros 0s004. Logo atrás surgiram os carros da Haas, que não vinham tão bem, mas acabaram crescendo no momento certo. A Toro Rosso surge comandada por Daniil Kvyat – o outro carro sequer participou da classificação depois de uma pancada fortíssima no fim do TL3. Alfa Romeo e McLaren ficaram devendo, depois que se apresentaram de forma competitiva nos treinos livres, especialmente a equipe laranja.
Daniel Ricciardo é quem puxa a Renault na China (Foto: Renault)
O fim do grid tem um oscilante Lance Stroll e as duas Williams, com George Russell à frente de Robert Kubica. De novo, a vida deles não será nada fácil, ainda que a presença de Patrick Head nos boxes traga alguma nostalgia dos tempos de glória do time de Grove.
 
O GP 1.000 da Fórmula 1, portanto, tem todos os ingredientes de corrida agitada e equilibrada, não só no bloco do meio, mas principalmente entre aqueles que miram o título. Bottas tenta manter a liderança do campeonato, para afastar qualquer sombra de ordem de equipe, enquanto Hamilton busca colocar ordem na casa. Já a Ferrari precisa responder às vitórias seguidas de seus rivais. Mais atrás, Verstappen é tempero que ainda falta na briga das três principais equipes.
 

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