Häkkinen dá receita e diz que Mercedes tem de resgatar “vontade incondicional de vencer”

Depois da mudança no regulamento da Fórmula 1 em 2014, que inaugurou a era V6-híbrida na categoria, a Mercedes dominou amplamente o grid, conquistando oito títulos do Mundial de Construtores em sequência. Ainda assim, nos dois últimos anos, após uma nova alteração no regulamento que trouxe de volta o efeito solo à classe rainha do automobilismo, a equipe de Brackley não conseguiu desenvolver um carro que fosse capaz de brigar pelo título. E na visão do bicampeão Mika Häkkinen, a marca alemã, caso queira derrotar a Red Bull, vai precisar recuperar a “vontade incondicional de vencer”.

O chefão das Flechas de Prata, Toto Wolff, já revelou que sua equipe vai mudar completamente o conceito do W15 para a temporada 2024. Diretor-técnico da Mercedes, James Allison também garantiu recentemente que há um limite de desempenho possível dentro do atual regulamento e, por isso, espera que o time de Max Verstappen não seja tão dominante novamente.

Quando questionado pela publicação alemã Bild sobre o que espera da octacampeã mundial neste ano, Häkkinen foi bem claro: “Não existem dúvidas sobre a capacidade da Mercedes. Mas depois de uma década repleta de sucessos, as duas últimas temporadas deixaram uma marca nos responsáveis e nos colaboradores.”

“E isso é bom”, emendou o finlandês. “Eles têm de estar com raiva agora e desenvolver essa vontade incondicional de vencer novamente. A equipe precisa desenvolver mais uma vez aquela velha compreensão cega, que atualmente está faltando.”

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Em 2022, quando fez a sua primeira temporada pela equipe, George Russell surpreendeu a todos ao terminar o Mundial de Pilotos à frente de Lewis Hamilton. No entanto, no ano passado, a história foi diferente. O jovem britânico terminou o campeonato apenas na oitava colocação, enquanto o heptacampeão ficou em terceiro, com 59 pontos de vantagem para seu colega de garagem.

Apesar de achar Russell talentoso, o ex-piloto da McLaren entende que é impossível compará-lo com o dono do carro #44. “É claro que Lewis ainda é o líder da equipe, apesar de George estar entrando em sua terceira temporada com a Mercedes“, destacou.

“Por um lado, Lewis quer mostrar a todos que ainda é muito talentoso, enquanto, por outro lado, George continua a estar sob imensa pressão por resultados”, explicou Mika. “Quando você é companheiro de equipe de um heptacampeão mundial, todos os olhos estão automaticamente voltados para você. Não importa se você terminou no pódio quando seu companheiro de equipe venceu a corrida. O mesmo acontece em todas as equipes, mas com George é diferente, pois ele está competindo contra alguém que é recordista em títulos.”

O principal desafio da Mercedes em 2024 será derrotar a Red Bull. A equipe de Milton Keynes venceu nada menos que 21 dos 22 GPs que foram disputados na última temporada. No entanto, Häkkinen afirma que a história da F1 demonstra que nenhuma supremacia dura para sempre.

“Quantas vezes houve equipes e pilotos que foram considerados campeões mundiais antes mesmo da primeira volta de testes ser concluída, e isso não aconteceu?”, questionou o finlandês de 55 anos.

O líder dos taurinos, Max Verstappen, subiu no degrau mais alto do pódio em 19 oportunidades ao longo de 2023. O antigo rival de Michael Schumacher acredita que o neerlandês pode alcançar o recorde de títulos do alemão. “Ele vai precisar do chefe de equipe certo, do carro certo, da equipe nos boxes certa, da gestão – tudo tem que estar certo”, advertiu. “Foi assim que aconteceu com Lewis e Michael. É por isso que eles foram capazes de moldar uma era.”

A Fórmula 1 retorna às pistas de 21 a 23 de fevereiro, com os testes coletivos da pré-temporada no Bahrein, no circuito de Sakhir.

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