Morre aos 92 anos nos Estados Unidos único homem desclassificado de corrida da F1 por lentidão

Al Pease teve uma curta e tão insignificante carreira que acabou ficando marcada nos livros de história da F1 por um 'feito' peculiar que nunca mais foi repetido

No último domingo (4), morreu Victor "Al" Pease, aos 92 anos. Talvez o nome não seja familiar nem mesmo aos ensandecidos aficcionados pela F1, mas este homem está escrito no livro de história da categoria. Na verdade, o feito pelo qual ele está gravado na história é quase particular, porque mesmo 44 anos depois, mais ninguém conseguiu repetir. Pease é o primeiro e até hoje o único piloto desclassificado de uma corrida da F1 por lentidão.
 
A carreira de Al Pease na F1 foi bem curta, apenas três provas. E em três anos. Inglês, mas residente do Canadá e com certa credibilidade no automobilismo do país, tinha patrocínio da Castrol para disputar o GP do Canadá. Alugou um Eagle e foi à luta. Assim fez em 1967 e 1968. No ano de debute, uma série de situações, inclusive com o piloto indo até os boxes a pé para buscar uma bateria, voltar, instalar no carro e voltar à pista, culminaram com uma incrível diferença de 45 voltas para o vencedor daquela prova, Jack Brabham. Obviamente, Pease não completou a prova no tempo permitido e foi desclassificado. Sua velocidade máxima foi de notáveis 69km/h.
Al Pease e sua Lola, que seriam desclassificados por lentidão naquele GP do Canadá de 1969 (Foto: Divulgação)
Em 1968, a classificação já foi cruel. Um caminhão de tempo atrás do pole Jochen Rindt, nem sequer se classificou para a largada. O desempenho risível não caiu bem e sua mecenas encerrou o patrocínio. Pease não resignou, alugou um Lola/Chevrolet e voltou ao Mosport Park, antiga casa do GP canadense, em 1969. Classificou, embora 11 segundos mais lento que o pole, Jacky Ickx. 
 
E a bandeira verde marcou o início de algo que viveria para sempre no imaginário da F1. Pease era tão lento que uma freada assustou Silvio Moser, que desviou e acabou no muro. Depois, uma fechada em Jean-Pierre Beltoise danificou a Matra do francês. A mancada derradeira na F1 foi tentar se defender de Jackie Stewart, líder da corrida, e quase tirá-lo do GP. Após quase arruinar a corrida da equipe Matra, o chefão do time, Ken Tyrrell, foi à direção de prova e pediu a exclusão do canadense. A organização achou prudente e mostrou a bandeira preta para Al Pease. Era o fim de sua história na F1, mas o início de sua lenda no imaginário underground da categoria.
 
Em certa ocasião, numa entrevista para o site 'F1 Rejects.com', disse que deu a todos "muito espaço, porque sabia que não ia a lugar algum, e a não ser que o carro pegasse no tranco eu ia sair dali". E contou que o carro do 'feito' estava exposto no museu de Donington.
 
Por sua carreira no Canadá, incluindo a eleição de Piloto do Ano de 1964 pela Associação Canadense de Pilotos, Pease foi incluído no Hall da Fama do Automobilismo Canadense em 1998, aos 77 anos de idade. Em seus últimos anos vivia no estado americano do Tennessee.

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