Na contramão de Ocon, Wehrlein rompe com Mercedes e negocia “com outras equipes” para 2019

Pascal Wehrlein vai deixar de ser piloto vinculado à Mercedes ao fim da temporada 2018 do DTM. O alemão, que se viu sem vaga para correr no grid da F1 mesmo com bons resultados, almeja regressar no ano que vem

Pascal Wehrlein e a Mercedes não vão continuar juntos após o fim da temporada 2018. A montadora alemã anunciou o fim da aliança, de seis anos de duração, nesta sexta-feira (14). Wehrlein despontou como um dos mais promissores pilotos da geração alemã pós-Sebastian Vettel e ganhou notoriedade ao ser o mais jovem campeão da história do DTM, em 2015, aos 21 anos. Em seguida, graças à Mercedes, teve a chance de realizar o sonho de correr na F1 por dois anos, sendo piloto da Manor em 2016 e da Sauber no ano passado. Mas mesmo com bons resultados, o jovem de 23 anos não conseguiu encontrar lugar no grid e voltou ao DTM para o campeonato deste ano.
 
Wehrlein é a primeira baixa recente do programa de desenvolvimento da Mercedes e anuncia sua saída da montadora na esteira da indefinição sobre o futuro de Esteban Ocon. A relação entre Pascal e Ocon é curiosa: os dois foram companheiros de equipe da Manor na metade final da temporada 2016, mas enquanto o francês foi o escolhido da Mercedes para ocupar a vaga deixada por Nico Hülkenberg na Force India a partir do ano passado, ao alemão sobrou um lugar na Sauber, então a pior equipe do grid.

E não foi seu único dissabor ao fim de 2016. Após a aposentadoria surpreendente de Nico Rosberg, cinco dias após ter conquistado o título, Wehrlein, que era o reserva imediato da equipe, passou a ser cotado como um dos substitutos do compatriota, mas a Mercedes optou pela experiência de Valtteri Bottas para ocupar a vaga de titular a partir de 2017.

Pelo sonho de voltar à F1, Pascal Wehrlein vai deixar a Mercedes ao fim do ano (Foto: Rodrigo Berton/Grande Prêmio)
Ao fim do ano passado, mesmo tendo levado a Sauber a somar cinco pontos, uma façanha considerando as deficiências da equipe suíça na temporada, Wehrlein ficou sem lugar e teve de contar com a ajuda da Mercedes para regressar ao grid do DTM. 2018 marca o último ano da marca alemã na competição.
 
Em comunicado divulgado pela Mercedes, Wehrlein reforçou sua vontade de voltar à F1 já em 2019. “Meu contrato com a Mercedes termina ao fim da temporada 2018 e decidimos, de forma conjunta, não continuar mais juntos. Busco oportunidades, novos desafios e estou negociando com outras equipes para conseguir uma vaga para a próxima temporada”.
 
“Agradeço a todos em Stuttgart, Affalterbach e Brackley, que tanto me apoiaram ao longo deste caminho. Agora é hora de dar o próximo passo”, destacou.
 
O nome do alemão já foi ligado nesta temporada à Toro Rosso, na esteira de rumores sobre a possibilidade de assumir a vaga de Brendon Hartley, o que acabou não se confirmando. Mas o que fica claro é que Wehrlein vê uma maior chance de voltar ao grid do Mundial sem os laços com a Mercedes.
 
Toto Wolff, diretor-esportivo da escuderia tetracampeã do mundo, reconheceu que não foi eficaz o bastante para conseguir encontrar uma vaga para Wehrlein na F1.
 
“Nosso programa para jovens pilotos sempre foi baseado em apoiar talentos e buscar oportunidades que sejam de interesse para as carreiras deles, mas nem sempre o caminho é direto até à categoria-rainha e, às vezes, temos de reconhecer que é o momento certo para encerrar uma relação”, comentou.
 
“Infelizmente, não podemos oferecer a Pascal uma vaga competitiva para o ano que vem”, admitiu o dirigente austríaco.
 
Ao mesmo tempo em que Wehrlein busca alçar voo solo, a Mercedes vive um momento de indefinição sobre o próprio programa de desenvolvimento de pilotos. Ocon se mostrou decepcionado com a perspectiva cada vez menor de continuar no grid, uma vez que equipes como a McLaren, Toro Rosso, Haas e Renault rejeitaram o talentoso francês justamente por conta do seu vínculo com a Mercedes.
 
E George Russell, que briga com Lando Norris pelo título da F2 nesta temporada, é outro nome do programa da Mercedes que igualmente desponta com grandes dificuldades para dar o próximo passo. Assim, Wolff veio a público para afirmar que vai debater a continuidade do programa e ameaça até mesmo encerrar o projeto ao fim da temporada.
 
A respeito de Ocon, Wolff garantiu que a Mercedes “não vai liberá-lo nem por US$ 1 milhão” e culpou a política pelo fato de o jovem não ter chances de correr em 2019 por uma equipe competitiva do grid da F1.
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