Na Garagem: Com primeira volta épica, Senna brilha e vence em Donington Park

Há 25 anos, o mundo presenciava uma das mais incríveis performances de Ayrton Senna. No molhado em Donington Park, tradicional circuito britânico que foi palco do GP da Europa de 1993, o brasileiro brilhou a partir de uma largada fantástica para derrotar as poderosas Williams de Alain Prost e Damon Hill. E Rubens Barrichello teve sua primeira grande atuação na F1 com direito a outra largada de cinema

11 de abril de 1993. Há exatos 25 anos, o mundo do esporte presenciava um dos momentos mais emblemáticos da carreira de Ayrton Senna. Na mesma Donington Park do seu primeiro teste com um carro de F1, em 1983, pela Williams, o brasileiro voltava para disputar o GP da Europa depois da grandiosa vitória de duas semanas atrás no GP do Brasil. Com a McLaren MP4-8 empurrada pelo motor Ford, novamente Senna tinha poucas chances reais de fazer frente ao poderio da Williams-Renault de Alain Prost e Damon Hill. Mas a chuva que desabou no circuito britânico contribuiu para o espetáculo dado por Ayrton naquele domingo.

 
Para se ter uma ideia do abismo da Williams para os outros carros, a diferença de tempo que separou o pole-position do GP da Europa, Alain Prost, do terceiro no grid, Michael Schumacher, foi de enormes 1s550. Para Senna, que largou ao lado do alemão da Benetton, um pouco maior: 1s649. Só mesmo a chuva poderia embaralhar as cartas e dar uma chance de vitória ao tricampeão.
 
E o clima tipicamente britânico se fez valer naquela tarde de domingo. A chuva era tudo o que Senna queria para poder fazer a diferença no braço e vencer mais uma vez na temporada. Uma temporada que começou com Ayrton assinando contrato sempre válido por apenas uma corrida, tamanha a sua insatisfação com a falta de competitividade da McLaren frente à Williams.
 
Na largada, Senna não tracionou bem e perdeu a posição para o quinto colocado do grid, Karl Wendlinger, com uma Sauber que estreava naquele 1993. O austríaco também havia superado a Benetton de Schumacher. Mas já nas primeiras curvas, o brasileiro começou a dar um espetáculo: passou Schumacher e, por fora, deu o troco em Wendlinger, deixando-o para trás.
 
Em terceiro, Senna tinha pela frente apenas as duas poderosas Williams. Damon Hill sequer ofereceu resistência e logo foi ultrapassado. Restava o ‘Professor’ e maior rival da carreira. Na entrada do grampo, na penúltima curva do circuito, Ayrton completou a ultrapassagem, deixou a Williams #2 para trás e partiu para completar aquela que é conhecida como a melhor primeira volta de todos os tempos na F1.
Ayrton Senna brilhou no molhado em Donington Park e alcançou um triunfo histórico na F1 (Foto: Forix)
As câmeras, focadas em Ayrton e na briga pela liderança, deixaram de exibir outra volta tão ou ainda mais especial que a de Senna. Logo na sua terceira corrida no Mundial, Rubens Barrichello começava uma exibição de gala em Donington Park. O jovem piloto da Jordan largou em 12º, realizou várias ultrapassagens, tirou proveito do problema com JJ Lehto antes da largada e da colisão envolvendo Wendlinger e Michael Andretti — então companheiro de equipe de Senna na McLaren — e completou a primeira volta num incrível quarto lugar, só atrás de Senna e das Williams de Prost e Hill.
 
Daí em diante, o resto foi história. Senna abriu vantagem perante a dupla da Williams de tal forma maneira que chegou a estar mais de uma volta à frente de Prost e Hill. O ‘Professor’ mostrava suas notórias dificuldades com a chuva e ficava atrás até do novato companheiro de equipe.
 
Foi uma corrida tão insana que, em meio ao chove-para, teve inúmeras trocas de pneus. Senna, por exemplo, fez quatro pit-stops. Na verdade, foram cinco passagens pelo pit-lane. Na volta 57, Ayrton passou por dentro, mas não parou para trocar pneus. Foi nessa a única vez na história da F1 que um piloto fez a volta mais rápida da corrida passando pelo pit-lane. Prost fez inacreditáveis sete paradas, contra seis de Damon Hill.
Rubens Barrichello quase foi ao pódio no GP da Europa (Foto: Forix)
Barrichello fez uma exibição primorosa e flertou com o pódio, chegando a andar durante boas voltas em segundo lugar. O então novato brasileiro era o terceiro quando encostou na grama e abandonou a seis voltas do fim em razão de uma falha na bomba de combustível da sua Jordan. Mas, já naquele momento, Rubens mostrava porque era visto como um dos pilotos mais promissores da nova geração naquele tempo.
 
No fim das contas, após 76 voltas completadas, Senna cruzava a linha de chegada para conquistar uma das suas vitórias mais emblemáticas na F1. Apenas Hill terminou na mesma volta do vencedor, mas com 1min23s199 atrás, uma enormidade. E Prost, que viria a ser campeão do mundo em 1993, terminou com uma volta de desvantagem, tendo de aplaudir o sucesso do seu arquirrival Ayrton Senna.
 
11 de abril de 1993. Um dia para sempre na história da F1. 
”O IMPORTANTE NÃO É SÓ LEVAR DINHEIRO”

SETTE CÂMARA TRAÇA F1 COMO META E MIRA CARREIRA SÓLIDA

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