Na Garagem: Fittipaldi vence primeiro GP do Brasil válido pelo Mundial de F1

Em 1973, após um teste um ano antes e com o atual campeão mundial sendo brasileiro, a F1 entendeu que a popularidade crescente exigia um GP do Brasil. Há exatos 45 anos, em um 11 de fevereiro, Emerson Fittipaldi largou em Interlagos, tomou a ponta do companheiro de equipe e venceu incontestavelmente

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Demorou algum tempo e uma corrida não oficial antes que a F1 realmente desembarcasse com toda pompa e peso em terras tupiniquins. Até que chegou o dia 11 de fevereiro de 1973. Há exatos 45 anos, a F1 entrou de vez no mapa do Mundial para nunca mais sair.

 
O autódromo de Interlagos estava pronto desde 1940, mas uma reforma realizada entre 1967 e 1970 foi feita com base de um plano nacional de receber grandes eventos – nesse caso, a F1 em São Paulo. Em 1972, pela primeira vez, os carros da categoria foram lá. A corrida não contou para o Campeonato Mundial, mas serviu como um ensaio para ver se o autódromo se adequava ao padrão de qualidade da FIA. O público quase dobrou a lotação total do local. 
 
A prova foi fundamental para florescer a paixão nacional pelo esporte. Emerson Fittipaldi, sensação do ano, fez a pole-position e bateu o antigo recorde da pista. E parecia destinado a vencer a prova até ter problemas na suspensão. A vitória caiu no colo do argentino Carlos Reutemann. Apenas seis pilotos completaram a prova, só três na volta do vencedor. Wilson Fittipaldi foi ao pódio, em terceiro. 
 
Apesar da corrida esvaziada pela ausência da Ferrari, da McLaren, da Tyrrell e da maior parte dos grandes nomes da categoria, a vinda ao Brasil e o título de Emerson ao fim do ano fizeram o público brasileiro adotar a F1 de vez.
 
E então veio 1973. Após o teste do ano anterior, era enfim a hora do GP do Brasil entrar para valer no calendário. Desta feita, os maiores nomes do automobilismo mundial estavam lá, a começar pelo campeão Fittipaldi e seu arquirrival das pistas Jackie Stewart.
Caminhão leva os carros para Interlagos (Foto: Reprodução/Twitter)

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A F1 quis encurtar espaços. Com uma prova realizada na Argentina para abrir a temporada, a ideia foi marcar o GP do Brasil para duas semanas depois. 11 de fevereiro era o dia. As equipes não voltaram para a Europa após Buenos Aires, preferiram rumar direto para São Paulo. Como de costume, o grid ganharia robustez apenas na Europa. No Brasil, a única diferença do grid para a Argentina foi a entrada do brasileiro Luis Bueno, que alugou um monoposto da Surtees para participar por conta própria. 20 pilotos estavam na baila.

 
Para fazer com que Fittipaldi vencesse em frente à torcida fervorosa da nova praça, a Lotus investiu nos testes em Interlagos e estava evidentemente à frente das rivais. Além disso, na única corrida do ano, Emerson vencera uma disputa com François Cevert, da Tyrrell, e batera Stewart e Jacky Ickx por larga margem.
 
Emerson era o favorito, pois. Mas, no dia 10, a classificação terminou de outra forma. Foi realmente uma Lotus que cravou a pole-position, mas o #4, guiado pelo 'Súper Sueco' Ronnie Peterson. Fittipaldi largava em segundo, fechando uma primeira fila só da Lotus, com Ickx e Clay Regazzoni colocando uma Ferrari e uma BRM na segunda fila. A outra estrela brasileira, José Carlos Pace, piloto da Surtees, largava no sexto posto, atrás da McLaren de Denny Hulme. 
 
Com um sol escaldante no domingo da corrida, o público novamente lotou Interlagos para além das condições de segurança. E a galera que compareceu foi ao delírio na largada. Fittipaldi pulou para a ponta, enquanto Pace mergulhou e rapidamente deixou para trás os outros três nomes que apareciam na frente. Era um 1-2 brasileiro em alguns segundos. 
 
Quem também largou muito bem foi o bicampeão Stewart, que saiu de oitavo para terceiro. Logo na segunda volta, Jackie foi para cima de Pace e ganhou o segundo posto. Por mais rápido que Pace tivesse largado, não tinha como segurar quem vinha logo atrás, e Peterson passou na sequência, antes de Ickx fazer o mesmo. No fim das contas, Pace precisou abandonar com um problema de suspensão. 
Emerson Fittipaldi recebe a bandeirada (Foto: F1)

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Peterson partiu para cima de Stewart e deu a impressão de que a dobradinha da Lotus era apenas questão de tempo. Na sexta de 40 voltas, no entanto, uma das rodas do Lotus #4 se soltou e Peterson bateu. A partir daí, quem deu show foi Hulme, que caíra pelo pelotão nas primeiras voltas. O #7 foi ganhando espaço com a McLaren, fazendo ultrapassagens taxativas ate chegar ao pódio.

 
E foi isso. Com boa vantagem, Fittipaldi jamais pareceu que perderia a corrida. Venceu o primeiro GP do Brasil válido pelo Mundial, aumentando ainda mais a febre de F1 que se instalava no país. Stewart e Hulme completaram um pódio com Lotus, Tyrrell e McLaren.
 
Ickx, fora do top-3 após ser passado por Hulme, sofreu um furo de pneu e foi aos boxes, perdendo também a posição para o companheiro de Ferrari, Arturo Mezario. Em sexto, Regazzoni levou a BRM a um ponto simples. 
 
Howard Ganley, o ainda jovem Niki Lauda, Nanni Galli, Cevert, Reutemann e Bueno também completaram a corrida, enquanto Jean-Pierre Beltoise, Mike Beuttler, Pace, Mike Hailwood, Jean-Pierre Jarier, Peterson, Wilson Fittipaldi e Peter Revson abandonaram. 
 
Há exatos 45 anos, a F1 fincou raízes no Brasil para uma história anual ininterrupta. Ao menos até hoje.  
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