Na Garagem: Índia exige que Karthikeyan mude capacete por desrespeito à bandeira

O primeiro piloto indiano da história da F1 estava ansioso por representar seu país na categoria máxima do automobilismo. Para isso, queria carregar em seu capacete as cores da bandeira. Quase que ele não conseguiu.

 

Narain Karthikeyan colocou a Índia no mapa da F1 em 2005, quando fez sua estreia no Mundial aos 28 anos pela Jordan. Antes de chegar lá, passara três temporadas na World Series, tendo um quarto lugar no campeonato de 2003 como melhor resultado.

 

E fazendo questão de deixar claras as suas origens, o piloto planejava carregar no capacete na F1 as cores da bandeira indiana. Acontece que as leis de seu país no que diz respeito à bandeira são um tanto complicadas…

Caso o leitor não se lembre, recentemente David Coulthard se complicou em uma apresentação da Red Bull por lá. Depois de agitar uma bandeira da Índia, ele a colocou no chão para entrar novamente no carro, o que é ilegal — exato, uma pessoa não pode deixar a bandeira tocar o solo. O escocês teve de fazer um pedido de desculpas por não conhecer a legislação local.

 

O caso de Karthikeyan, há 11 anos, foi um pouco diferente. Diz a lei que a bandeira não pode ser usada em fantasias ou então em itens como almofadas, lenços ou outras vestimentas. E o piloto chegou a ser notificado por conta do desenho de seu capacete.

 

“Se é o que o governo quer, eles é que vão sair perdendo. Nós, como esportistas, apenas vamos orgulhar o país por apresentar um bom desempenho. Eu tenho a bandeira tricolor no meu capacete, mas eu posso vender esse espaço para patrocinadores e ganhar muito dinheiro. Eu amo a Índia e tenho orgulho de ser indiano, é isso que quero exibir. Mas se eu não puder ter a bandeira no capacete, o governo é que perde”, afirmou.

 

Para sua felicidade, o caso foi resolvido tranquilamente. A decisão foi revista e Karthikeyan pôde ostentar o laranja, o branco e o verde nas 19 corridas do Mundial de F1 daquele ano.