Na Garagem: Stewart supera furo de pneu e encerra carreira na F1 com tri na Itália
Há exatos 50 anos, Jackie Stewart superou um furo de pneu no início do GP da Itália e aproveitou "egoísmo" da Lotus para assegurar o tricampeonato logo antes da aposentadoria
Protagonista da luta por mais segurança na Fórmula 1 e um dos pilotos mais revolucionários da história, Sir Jackie Stewart viveu um dia muito especial há exatos 50 anos, em 9 de setembro de 1973. Naquela data, o britânico precisaria de apenas um quarto lugar no GP da Itália, antepenúltima etapa da temporada, para assegurar seu terceiro — e último — título mundial, justamente no ano da aposentadoria.
Aquele dia, entretanto, não marcaria apenas o tricampeonato de Stewart. Emerson Fittipaldi, que duelava com o inglês pelo título, aguardava uma ordem de equipe que nunca veio por parte de Colin Chapman, fundador da Lotus, que deveria ordenar a Ronnie Peterson que abrisse passagem ao brasileiro. A polêmica foi determinante, já que o piloto optou por deixar a equipe após a frustração.
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Vencedor de cinco corridas na temporada [África do Sul, Bélgica, Mônaco, Países Baixos e Alemanha], Stewart chegava à Itália com 66 pontos conquistados, contra 45 do segundo colocado François Cevert, seu companheiro de Tyrrell, e 42 de Fittipaldi. Bastava, então, um 3º lugar para garantir o título sem depender de outros resultados.
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Emerson, que precisava vencer as três etapas restantes [Itália, Canadá e Estados Unidos] e ainda torcer contra Stewart, jogava suas últimas cartas na briga pelo título e, no sábado, garantiu o 4º lugar no grid de largada, atrás do companheiro Peterson e das duas McLaren — puxadas por Peter Revson e Denny Hulme. Jackie, por sua vez, largaria em 6º.
Logo nas primeiras voltas, as coisas pareciam caminhar de forma positiva para o brasileiro. Além de ter largado bem e assumido o 2º lugar, Emerson viu Stewart sofrer com um furo de pneu na 8ª volta. Assim, o inglês precisou retornar aos boxes e perdeu uma quantidade preciosa de tempo, retornando à pista apenas na 20ª posição.
A situação, então, era bastante positiva para o brasileiro, que apenas comboiava o parceiro Peterson e aguardava pacientemente uma ordem da Lotus para que o sueco abrisse passagem. A questão, entretanto, é que a ordem não veio.
Enquanto isso, Jackie acelerava alucinadamente e ultrapassava um por um no pelotão, alcançando o 8º lugar com 27 voltas para o fim. Com 10 giros restantes para a bandeirada, Stewart assumiu a 5ª posição, o que já lhe daria o título por Fittipaldi estar em 2º. Então, o brasileiro atacou.
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Emerson foi para cima de Peterson nos instantes finais da corrida, buscando uma vitória que estenderia a briga pelo título para a etapa seguinte, no Canadá, mas o sueco não deu brechas e defendeu até o fim, recebendo a bandeirada com apenas 0s8 de vantagem. Stewart, por sua vez, ainda deixou o parceiro Cevert para trás, conquistou o 4º lugar e assegurou o título na linha de chegada.
No fim, o pódio foi formado por Ronnie Peterson, Emerson Fittipaldi e Peter Revson. Jackie Stewart, François Cevert, Carlos Reutemann, Mike Hailwood, Jacky Ickx, David Purley e George Follmer completaram o top-10.
Com o título nas mãos de Stewart, chamou atenção a comemoração efusiva de Chapman, que conquistava um 1-2 praticamente inútil em termos de campeonato em Monza. Enfurecido com a falta de ajuda por parte da equipe, Fittipaldi assinou com a McLaren para a temporada de 1974, ano em que conquistaria o bicampeonato mundial da Fórmula 1.
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