Na Garagem: Button supera temporal de Montreal e vence corrida mais longa da F1

Jenson Button sofreu dois acidentes e caiu para o último lugar, mas de forma inacreditável, bateu Sebastian Vettel para vencer o GP do Canadá 10 anos atrás

Acidente do líder, erro do campeão e vitória de Pérez: os melhores momentos do GP do Azerbaijão (GRANDE PRÊMIO com Reuters)

O dia 12 de junho de 2011 marcou a corrida mais longa da história da Fórmula 1, e a de uma narrativas mais inesperadas de todos os tempos. Com a McLaren, Jenson Button venceu o GP do Canadá, superando chuva, acidentes, punição e um campeão dominante naquela que foi uma das performances mais incríveis já vistas em todos os tempos no esporte.

Sebastian Vettel iniciou 2011 da mesma forma que terminou 2010: avassalador. O jovem campeão da Red Bull já tinha vencido cinco das seis corridas iniciais do campeonato e aparentava que vinha para um triunfo tranquilo no Canadá, especialmente com a pole-position. Jenson Button, que se transferiu para a McLaren no ano anterior após o incrível título mundial de 2009, fazia uma temporada apenas regular, com destaque para o segundo lugar no GP da Malásia. Em Montreal, alinhou da sétima posição, superado até por Nico Rosberg, da Mercedes, que penetrou no top-6 tradicionalmente formado por Red Bull, McLaren e Ferrari.

O domingo foi marcado pela chuva no Circuito Gilles Villeneuve, e a direção de prova optou por largar com safety-car. A pista foi liberada após quatro voltas. Vettel se manteve em primeiro, enquanto Button foi surpreendido pelo bom ritmo das Mercedes de Rosberg e Michael Schumacher, se mantendo no sétimo lugar, já que Mark Webber rodou e caiu ao fim do grid.

The Race on Twitter: "Is the 2011 Canadian Grand Prix the best race of the  21st century? If not, what is? 📸 @XPBImages… "
Chuva marcou o GP do Canadá de 2011 (Foto: Reprodução)

Jenson aproveitou uma escapada do companheiro Hamilton para assumir a sexta posição. Quando Lewis tentou ultrapassar Button na reta principal, acabou prensado no muro, teve danos e precisou abandonar, acionando o carro de segurança pela segunda vez na corrida. O campeão mundial ousou ao apostar nos pneus intermediários, mas sofreu um novo baque: recebeu um drive-through por exceder o limite de velocidade durante o safety-car, e foi jogado para as últimas posições novamente.

A estratégia de Jenson se provou certa, conseguiu ganhar ritmo e pilotos começaram a trocar para os intermediários. Na volta 20, a chuva começou a cair de forma absurda, forçando uma nova entrada de safety-car e obrigando uma nova rodada de pit-stops a todos os pilotos que vinham de intermediários, que precisaram colocar os pneus de pista molhado.

Naquele estágio, Vettel ainda era líder e Button ocupava a 10ª colocação. A bandeira vermelha foi acionada na volta 25 após a tempestade seguir forte em Montreal. Foram mais de duas horas de espera pela melhora da pista e outras nove voltas sob safety-car até o reinício da corrida. O inglês foi um dos primeiros a apostar novamente nos pneus intermediários.

Porém, uma volta depois, encontrou problemas pela frente. Tentou ultrapassar Fernando Alonso e tocou com o espanhol da Ferrari, que abandonou. Button teve um pneu furado e caiu para o último lugar. A corrida teve relargada na volta 41 após a nova introdução do safety-car.

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McLaren Racing - Legendary Laps: Canada 2011
Button no temporal de Montreal (Foto: McLaren)

De 21º, pouco a pouco Jenson foi ganhando posições conforme a pista ficava mais seca, chegando ao top-10 na volta 50. Sempre à frente nas estratégias, também foi um dos primeiros a trocar para pneus de pista seca, completando aquela que seria a sexta e última parada do dia. Com bom ritmo, se aproveitou do acidente de Felipe Massa, deixou Nick Heidfeld e Kamui Kobayashi para trás e era o quarto colocado com 15 voltas para o fim.

Com 15 segundos de desvantagem para o líder Vettel, Button foi beneficiado por uma nova entrada do safety-car, a sexta do dia, agora causada por um acidente de Heidfeld. A pista foi liberada, com o pelotão mais apertado, com 10 voltas restantes. Após a direção de prova ativar o DRS, Button rapidamente tirou Mark Webber e Michael Schumacher da frente. O desafio agora era cortar 1s5 de vantagem para alcançar a vitória.

Ainda em ritmo alucinante com a McLaren, Jenson encostou em Vettel na última volta. Pressionado, o jovem campeão passou na parte molhada da pista e escapou, entregando a liderança de bandeja para o campeão mundial de 2009, que cruzou a linha de chegada em primeiro.

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Ainda em 2011, Button viria a vencer também os GPs da Hungria e do Japão. A campanha de 12 pódios rendeu o vice-campeonato mundial para Jenson, naquela que é considerada a sua melhor temporada na Fórmula 1 com exceção do título.

“Foi a melhor vitória da carreira, e hoje foi um dia especial para mim. Lutei do último lugar para vencer a corrida, ultrapassei os carros na minha frente na pista. Vencer um GP passando um rival por um torna ainda melhor”, comentou.

“Corridas em condições adversas são complicadas, mas eu amo quando você precisa procurar aderência em vez de saber onde está. Foi uma vitória incrível, não acho que poderia ser melhor, especialmente depois de Monte Carlo quando pensei que tínhamos uma vitória nas mãos e perdemos. Eu tive sorte quando Sebastian errou na última volta, mas eu acho que merecíamos aquela sorte”, concluiu.

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