25 de julho de 2009. Foi nesta data, há exatos dez anos, que Felipe Massa viveu um de seus episódios mais difíceis de sua vida e o mais grave acidente de sua carreira na Fórmula 1. Naquele sábado, durante a classificação do GP da Hungria, o brasileiro foi acertado por uma mola que se soltou do carro de Rubens Barrichello. A peça atingiu em cheio o capacete.
A campanha do então piloto da Ferrari naquele ano não era das mais fáceis. Após terminar 2008 como vice-campeão da categoria, o ferrarista estava sofrendo para conseguir entregar bons resultados nas primeiras corridas da temporada – não pontuou em nenhuma das quatro primeiras provas, abandonando em três ocasiões.
Entretanto, a partir do GP da Espanha, começou a ficar constantemente dentro da zona de pontos, conseguindo dois sextos lugares e dois quartos. Até que, na Alemanha, cruzou a linha de chegada no terceiro posto e, assim, subiu pela primeira vez no pódio naquele campeonato.
O resgate de Massa (Foto: Paul Gilham/Getty Images)
Com isso, chegou na esteira de uma corrida positiva na Hungria, o que traria confiança ao piloto. Na época, aparecia na quinta colocação da classificação, somando 22 pontos, 46 de atraso para o líder da temporada, Jenson Button.
Então, chegou o dia da classificação em Hungaroring. Acontece que, na segunda parte da tomada de tempos, uma mola da suspensão da Brawn de Barrichello se desprendeu e voou diretamente para cima de Massa. O impacto, equivalente a 150 kg, furou o capacete do piloto e o deixou desacordado. Com isso, passou reto em uma curva e atingiu a barreira de pneus.
A peça, que se desprendeu da parte traseira do carro de Barrichello, fica localizada no centro, acima da luz de segurança, e fazia parte do sistema que regula a altura do carro em relação ao solo. O elemento media cerca de 10cm x 5cm e pesava aproximadamente 5kg.
O socorro médico logo chegou para acudir Felipe, que tinha um corte de 8cm no supercílio – depois foi constatado uma fratura no crânio e uma pequena lesão cerebral. Acordado e com todos os sinais vitais ok, primeiramente foi levado ao centro médico de Hungaroring, antes de ser transportado de helicóptero ao Hospital Militar de Budapeste. Lá, passou por cirurgia para a retirada de um fragmento de osso do rosto e ficou sedado na UTI.
A mola que acertou Massa (Foto: Reprodução)
No início, os médicos adotaram uma postura mais cautelosa e afirmaram que a situação do titular da Ferrari era “perigosa, mas estável”. Com isso, foi mantido em coma induzido, mas sua recuperação começou a desenrolar de forma animadora. Portanto, na semana seguinte, já foi liberado para poder voltar ao Brasil – depois, ainda foi necessário colocar uma placa de titânio em seu crânio.
Com a condição do brasileiro melhorando, a equipe de Maranello foi atrás então de um substituto. O primeiro a assumir o carro de Massa foi Luca Badoer, piloto de testes na época, mas após duas corridas sem marcar ponto, passou a chance para Giancarlo Fisichella.
Após uma plena recuperação e sem sequelas, Felipe voltou à Fórmula 1 no início de 2010. Entretanto, em um novo cenário, tendo Fernando Alonso como companheiro e um carro não tão competitivo, jamais voltou a vencer na categoria, apesar de ainda ter conseguido alguns pódios com a escuderia de Maranello. O último top-3 do brasileiro foi no GP da Itália de 2015, com a Williams.
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