Na Garagem: no dia da morte da mãe, Schumacher vence GP de San Marino

Embora abalado, Michael Schumacher não deixou de correr em Ímola no dia em que sua mãe morreu. E venceu – foi a primeira vitória na temporada 2003, a que fez dele o maior campeão da história da F1

Uma primeira fila de luto. Michael Schumacher, então com 34 anos, estava na pole-position com seu irmão, Ralf, 27, em segundo lugar. Mas, no fundo, a corrida era o acontecimento menos importante daquele domingo, 20 de abril de 2003.
 
Horas antes, em um hospital em Colônia, sua mãe, Elisabeth, morrera aos 55 anos. Ela estava internada havia uma semana, em coma induzido, devido a uma queda em casa que provocara hemorragias internas.
 
O estado era crítico, e, no sábado, depois do treino classificatório, Michael e Ralf viajaram de avião para Colônia para visitá-la.
 
Na coletiva de imprensa, eles haviam sido perguntados: “Como vocês vão dar conta de correr com a sua mãe no hospital?”. “Por favor, não espere uma resposta”, Michael limitou-se a dizer.
 
No domingo, até para evitar uma dramatização maior da situação e, claro, para respeitar o desejo dos pilotos, a ideia não era divulgar a notícia da morte de Elisabeth antes da prova. Não houve como, e a FIA, duas horas antes, divulgou um comunicado no qual os dispensava do protocolo pós-corrida.
Michael Schumacher no pódio do GP de San Marino de 2003 (Foto: Bridgestone)
Uma vez dentro do cockpit e com as viseiras abaixadas, os dois irmãos brigaram pela vitória. Ralf tomou a ponta na largada, mas Michael, atacando nas voltas antes de entrar nos boxes, quebrou o recorde do traçado de Ímola e retomou a dianteira. A partir de então, comandou a prova e faturou a vitória.
 
Ralf teve mais dificuldades para contar as chegadas de Rubens Barrichello e Kimi Räikkönen. Um erro da Ferrari jogou o brasileiro para o quarto lugar no trecho final da disputa, mas ele conseguiu fazer uma belíssima ultrapassagem sobre Ralf para se garantir em terceiro. Ralf passou em quarto.
 
No pódio, nada de champagne ou muita festa. Apenas um Michael visivelmente emocionado e lutando contra as lágrimas.
 
“Ela gostaria que eu corresse. Tenho certeza”, afirmou Michael.
 
Aquela foi a sua primeira vitória na temporada 2003, a que faria dele o maior campeão da história do Mundial de F1, com o sexto de seus sete títulos. Schumacher também venceria as duas corridas seguintes, na Espanha e na Áustria.
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