Na Garagem: Rossi testa com Ferrari e fica em nono entre 15 pilotos em Valência

Em 31 de janeiro de 2006, Valentino Rossi estreou em um ‘teste de verdade’ com carro de F1 fazendo feio. Antes da ida para a Espanha, ele tinha andado três vezes com o time italiano, mas sempre em sessões particulares em Fiorano e Mugello, mas essa seria a primeira vez que ele andaria junto de outros pilotos. Rodou na metade da volta de saída dos boxes e nem andou mais — o tempo estava ruim no resto do dia.

 

O desempenho rendeu, inclusive, uma alfinetada do arquirrival Max Biaggi, que havia andado com um carro da Midland dias antes. “Assim que entrei no F1, dei dez voltas na chuva em Silverstone, uma pista de verdade que eu nunca tinha visto antes, enquanto ele nem chegou à décima curva em Valência”, falou ao jornal ‘La Gazzetta dello Sport’.

 

Bem, a provocação de Biaggi não abalou Rossi, que voltou à pista no dia 1º de fevereiro para fazer bonito.

Há exatos dez anos, desta vez com condições bem melhores para um teste de F1, Rossi andou no ritmo dos demais pilotos do grid. A liderança naquele dia 1º de fevereiro foi do campeão mundial Fernando Alonso, que deu sua melhor volta em 1min11s291.

 

Michael Schumacher, o titular da Ferrari na atividade, foi terceiro com 1min11s998. E Rossi apareceu na nona colocação. Após 51 giros, teve um melhor tempo de 1min12s856, pouco mais de 1s mais lento que Michael Schumacher.

 

Rossi foi mais rápido que David Coulthard, da Red Bull; Alexander Wurz, piloto de testes da Williams; Gary Paffett, piloto de testes da McLaren; Mark Webber e Jarno Trulli, titulares da Williams e da Toyota, respectivamente; e de Robert Kubica, piloto de testes da BMW.

 

No dia seguinte, Rossi melhorou meio segundo e andou na casa de 1min12s315, 0s7 atrás de Schumacher e 12º entre 16 carros.

 

“Devo dizer que foi fácil e não tive nenhuma dificuldade em particular”, falou. “Não vim até aqui para demonstrar nada, só para aprofundar meu conhecimento de um carro de F1. Nos próximos meses, vou fazer outros testes, mas agora vou voltar para as motos, que estão no topo dos meus pensamentos. Como a Ferrari, também tenho uma obrigação: temos um mundial para disputar e, possivelmente, vencer.”

O italiano estava considerando seriamente largar as motocicletas para entrar na F1, possivelmente com a própria Ferrari. O então presidente Luca di Montezemolo era um ferrenho defensor de equipes de três carros e, certamente, o primeiro piloto para quem ele passaria a mão no telefone para convidar seria Rossi. Ele chegou a fazer outros testes, mas eventualmente desistiu da ideia.

 

A Yamaha inclusive se mostrou simpática ao desejo do piloto, sem impor restrições. “Nós permitimos que Valentino se expresse e escolha o próximo desafio. Temos um dos melhores esportistas do mundo, e esportistas sempre vão procurar novos desafios”, disse Davide Brivio na época.