Na Garagem: Senna é superado por Schumacher nos boxes, roda e abandona seu último GP do Brasil

Ayrton Senna entrou como favorito para vencer o GP do Brasil de 1994, mas o brasileiro foi surpreendido na estreia pela Williams e superado por Michael Schumacher, posteriormente abandonando a sua última prova em casa

Há exatos 25 anos, Ayrton Senna disputou o seu último GP do Brasil de F1. Na corrida de abertura da temporada, o brasileiro entrou como favorito em sua estreia pela Williams, mas foi surpreendido pela Benetton de Michael Schumacher nos boxes. Depois, abandonou ao rodar com o carro azul e branco na subida da Junção na volta 55 daquele que viria a ser sua última corrida em casa, no dia 27 de março de 1994.
 
Após seis temporadas na McLaren, Senna aproveitou a aposentadoria do rival Alain Prost para assinar com a Williams. O time de Grove dominou os campeonatos de 1992 e 1993 de forma ampla, não dando chance para os concorrentes. Irritado e desconfortável com a falta de competitividade da McLaren, que rompeu a parceria com a Honda ao final de 1992, Senna trocou de time, e já surgiu como o favorito para o título de 1994. Não existia combinação melhor do que a equipe dominante com o único campeão e melhor piloto do grid.
 
O amplo domínio da Williams causou mudanças de regulamento, como o retorno do reabastecimento e o banimento de recursos técnicos como o controle de tração e a suspensão ativa, mas isso não impediu Senna de confirmar seu favoritismo na classificação em Interlagos. Com o tempo de 1min15s962, o brasileiro confirmou sua 63ª pole-position na F1.
Senna se prepara para a estreia na Williams em 1994 (Foto: Reprodução)

Schumacher, da Benetton, mostrou que era um potencial candidato a bater o tricampeão, anotando 1min16s290, cravando a segunda posição e sendo o único piloto que ficou no mesmo segundo do tempo da pole.

 
O francês Jean Alesi, da Ferrari, ficou com a terceira posição, e o inglês Damon Hill, companheiro de Senna na Williams, completou a segunda fila. O estreante Heinz-Harald Frentzen colocou a Sauber na quinta colocação, e ao seu lado teve Gianni Morbidelli, que retornava ao grid pela Footwork, depois de um ano competindo pelo Italiano de Turismo.
 
Sem o controle de tração, Senna deu uma leve patinada na luz verde, mas conseguiu manter a primeira posição. Alesi pulou muito bem e superou Schumacher, porém, os esforços foram em vão logo na segunda volta, quando o alemão retomou a posição com uma ultrapassagem por dentro na subida da Junção.
Largada do GP do Brasil de 1994, o último da carreira de Ayrton Senna na F1 (Foto: Williams)

Senna e Schumacher começaram a disputar uma corrida a parte do resto do grid. Apesar de ter perdido tempo por conta das primeiras voltas, o alemão da Benetton recuperou o ritmo e se manteve atrás do líder. Alesi, que era terceiro, se encontrava 20s atrás dos dois com apenas 15 voltas. 

 
Na volta 22, veio a surpresa. Schumacher estava próximo de Senna, e ambos foram para os boxes ao mesmo tempo. A Benetton foi mais rápida, sobretudo no reabastecimento, e o alemão saiu na frente do brasileiro, abrindo vantagem de 4s.
Acidente impressionante marcou o GP do Brasil de 1994 (Foto: Reprodução)

Longe da disputa pela liderança, aconteceu um acidente impressionante. Jos Verstappen, companheiro de Schumacher na Benetton, foi fechado por Eddie Irvine, companheiro de Rubens Barrichello na Jordan, e acabou capotando sobre o carro de Martin Brundle, da McLaren, em pancada que também envolveu Eric Bernard, da Ligier. Irvine recebeu uma suspensão de duas corridas por conta do acidente.

 
Em segundo e com dificuldades de se aproximar, Senna antecipou seu pit-stop. Schumacher parou na volta seguinte e retornou com uma vantagem de 9s sobre o brasileiro. O tricampeão começou a aumentar o ritmo, se aproveitando de alguns problemas que o alemão teve com retardatários e cortou a diferença para 5s. 
Senna rodou enquanto tentava se aproximar de Schumacher no fim do GP do Brasil (Foto: Reprodução)
Quando faltavam 16 voltas para o fim, Senna perdeu a traseira na subida da Junção e rodou, abandonando a prova e frustrando os fãs presentes em Interlagos. Muitos saíram do autódromo antes mesmo do final da corrida, já que o desempenho do ídolo local não correspondeu às expectativas.
 
Com uma volta sobre o restante do grid, Michael Schumacher não teve dificuldades para ser o primeiro a receber a bandeira quadriculada, pela terceira vez na carreira. Damon Hill ficou na segunda posição e Jean Alesi em terceiro. Rubens Barrichello, que largou na 14ª posição, fez uma grande exibição, se aproveitando de abandonos e de uma boa estratégia para fechar a prova na quarta posição, seu melhor resultado na F1 até então.
 
Ayrton Senna abandonaria novamente no GP do Pacífico, em Aida, e sofreria o acidente fatal no GP de San Marino, em 1º de maio daquele ano. A vitória no Brasil foi a primeira das sete registradas por Schumacher em 1994, que o conduziram ao seu primeiro título mundial.
Schumacher abriu a temporada 1994 com vitória surpreendente em Interlagos (Foto: Benetton)
 
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.