Na Garagem: Stewart se recupera de furo no pneu, termina em quarto na Itália e é tricampeão mundial

Foi num 9 de setembro como esse, um domingo de 1973, que Jackie Stewart comemorou seu terceiro título mundial de F1. O piloto escocês largou em sexto, caiu para o 20º lugar e se recuperou para terminar na quarta colocação. O suficiente para faturar o campeonato com duas corridas de antecedência para a Tyrrell

A temporada 1973 do Mundial de F1 começou como se fora uma disputa clara e fechada entre Emerson Fittipaldi, da Lotus, e Jackie Stewart, da Tyrell. Os dois começaram o ano com tudo afinal: cada um venceu três das primeiras seis etapas. Fittipaldi levou Argentina, o GP do Brasil inaugural e Espanha; Stewart comemorou na África do Sul, Bélgica e Mônaco. Mas a regularidade de Stewart era marcante – bem como a velocidade onde conseguia se impor como mais rápido na pista. As vitórias conseguidas mais tarde na Holanda e na Alemanha colocaram o escocês perto do título.

 
Na realidade, uma sequência de corridas sem pontos tirou o contato de Fittipaldi com o líder, e o brasileiro acabou atrás de François Cevert na sequência do GP da Áustria, 12ª etapa do campeonato.  Naquele momento, com três corridas e 18 pontos ainda em disputa, Stewart tinha 21 tentos de frente para Cevert, seu companheiro de Tyrrell, e 24 para Fittipaldi. Podia ser campeão já na próxima parada: Monza.
 
O treino classificatório de sábado apresentou uma realidade extremamente comum no ano de 1973: Ronnie Peterson dominou o sábado. O sueco conquistava ali a sétima das nove poles que faria na temporada, mas ainda não conseguira transformar nenhuma delas em vitória. Peterson vencera na França e na Áustria, mas nunca saindo da pole. 
 
Peter Revson ficou a segunda posição, enquanto Denny Hulme, Fittipaldi e José Carlos Pace ainda confirmaram uma posição de largada melhor que a de Stewart, apenas o sexto. Para ser campeão, Jackie precisava apenas evitar que Cevert marcasse quatro pontos a mais ou que Emerson fizesse seis a mais que si. A situação de Fittipaldi, com um carro poderoso mas pouco confiável, era quase impossível.
 
Na largada, Peterson escapou com Fittipaldi em segundo, enquanto Hulme conseguiu se distanciar para Stewart e Revson, que se posicionavam nas cinco primeiras colocações. De fato, a dupla de Lotus disparou na frente, mas de pouco adiantava para Fittipaldi já que Stewart marcar três pontos do quarto posto.
Jackie Stewart no GP da Itália de 1973 (Foto: Reprodução/Twitter)

Mas logo nas voltas iniciais, um estrago na Tyrrell: um furo de pneu mandou Stewart rapidamente para os boxes. O então bicampeão teve de adiantar a ida aos boxes, trocar o pneu e voltar. O quarto lugar, porém, virou 20º. E aí o show de campeão.

 
Por abandonos ou ultrapassagem própria, Stewart deixou para trás uma lista de 16 pilotos: Pace, Clay Regazzoni, Niki Lauda, Mike Beuttler, Howden Ganley, Hulme, Graham Hill, Jean-Pierre Beltoise, Rolf Stommelen, Jackie Oliver, George Follmer, David Purley, Jacy Ickx, Mike Hailwood, Carlos Reutemann e Cevert. Foram 16 pilotos na mesma corrida. 
 
Peterson segurou a liderança com relação a Fittipaldi. O sueco venceu numa dobradinha da Lotus que ainda contou com Revson no terceiro posto.

O dia era mesmo de Stewart, no entanto. Campeão da segurança dos pilotos e das pistas, Stewart saiu do carro em Monza naquele domingo, 9 de setembro como hoje, um tricampeão mundial de F1.

Os amigos François Cevert e Jackie Stewart (Foto: Reprodução/Twitter)

"Eu não sabia que se terminasse em quarto eu ganhava o campeonato. Havia o prazer de fazer qualquer coisa que eu queria sem nenhuma pressão, porque eu estava lá atrás. Consegui alcançar e ultrapassar um monte de gente – não estava todo mundo junto. Foi uma das corridas mais prazerosas que eu tinha", contou Stewart há alguns anos sobre a corrida.

 
Aos 34 anos de idade, aquele GP da Itália foi a penúltima corrida de Stewart na F1. Depois do quinto lugar no Canadá, Stewart abandonou o fim de semana do GP dos Estados Unidos, em Watkins Glen, na sequência do acidente que causou a morte de Cevert. Ele deixou a F1 para nunca mais voltar com três títulos, dois vice-campeonatos, 27 vitórias e 43 pódios em 99 largadas distribuídas por nove temporadas.
Chamada Chefão GP Chamada Chefão GP 🏁 O GRANDE PRÊMIO agora está no Comunidades WhatsApp. Clique aqui para participar e receber as notícias da Fórmula 1 direto no seu celular!Acesse as versões em espanhol e português-PT do GRANDE PRÊMIO, além dos parceiros Nosso Palestra, Escanteio SP e Teleguiado.