“Não é da conta deles”: Presidente da FIA dá passa-fora e declara guerra contra pilotos

Mohammed Ben Sulayem, presidente da FIA, disparou contra pilotos da Fórmula 1 após pedidos de transparência e afirmou que não deve nada a pessoas que estejam fora da Federação

A guerra fria entre os pilotos da Fórmula 1 e a gestão de Mohammed Ben Sulayem na FIA parece ter escalado para um outro nível após declarações recentes do presidente da Federação Internacional de Automobilismo. O ex-piloto e agora dirigente disparou contra os atletas, que pediram maior transparência e questionaram medidas da gestão, e afirmou que “não é da conta deles” a forma como escolhe presidir a entidade.

Ben Sulayem havia sido alvo de questionamentos por parte dos pilotos da categoria através de uma nota oficial da Associação de Pilotos de Grandes Prêmios (GPDA) que pediu maior transparência sobre o destino do dinheiro das multas cobradas pela FIA. Além disso, foi exigido no comunicado que os atletas passassem a ser tratados como adultos.

No entanto, o presidente da FIA não recebeu bem os pedidos e teceu duras críticas aos pilotos e à imprensa, afirmando que foi escolhido para o cargo para consertar questões da Federação e que não deve nada a ninguém. A pressão também cresceu com a recente demissão de Niels Wittich do cargo de diretor de provas da F1.

“Não é da conta deles, desculpa”, afirmou em entrevista à revista inglesa Autosport.

“Com todo respeito, sou um piloto, respeito os pilotos. Deixo que se concentrem no que fazem de melhor, que é correr. Mas, certo, querem saber o quanto pagamos para o começo da pirâmide? Eu digo: € 10,3 milhões no ano passado. Acho que é muito dinheiro. Em 2024, já passou de € 10 milhões. Lá na base da pirâmide mesmo. Em kart”, afirmou.

Mohammed Ben Sulayem e Max Verstappen em premiação da FIA (Foto: FIA)

Nas contas da FIA, o valor em destaque é gastado em 85 locais diferentes ao financiar cerca de 70 projetos de esporte a motor, que sozinhos, somam € 2,7 milhões. O órgão ainda contabiliza outros gastos, como € 1,9 milhão em gastos operacionais de segurança e médicos em eventos FIA, além de outros 13 projetos ligados à regras técnicas. Por algum motivo, o presidente resolveu atrelar a isso as multas expedidas a pilotos.

O presidente da FIA pregou que o único objetivo é atender aos membros do órgão e que só deve qualquer satisfação a eles.

“É uma questão nossa. Faremos o que quer que seja bom para a FIA. Então, não é da conta de ninguém interferir nas nossas questões. O que importa é o resultado que a gente produz”, reforçou.

“Temos de dizer algo a eles? Quando alguma coisa nas equipes mudam, eles dizem para a gente? Ninguém precisa. Temos regras e seguimos as regras. Não seguimos regras de outra pessoa. É tão simples quanto isso”, continuou.

Max Verstappen foi um dos primeiros alvos da censura a palavrões imposta por Ben Sulayem (Foto: Red Bull Content Pool)

Sobrou também para a imprensa pelas cobranças ao pacote violento de mudanças, bem pelas interrogações com o desentendimento junto aos pilotos.

“A imprensa, com todo o respeito, por que eu tenho de ouvir? Tenho uma responsabilidade com meus membros e com o esporte. Não sou uma pessoa que vai acordar de manhã e correr para ler o que está na imprensa. A imprensa é legal, mas não tem votos na FIA. Eu fui eleito para consertar a FIA, e estou consertando. Estou muito feliz com nossa nova equipe. Muito feliz”, continuou.

“Sou muito otimista quanto à FIA. e estou feliz com nossa posição agora. Só vejo coisas boas. Aliás, sabiam que 64 funcionários foram contratados em 2023? E já foram 92 em 2024”, contou.

Ben Sulayem correu para deixar mais claro que não está nem aí com o que é dito sobre ele fora dos quadros da FIA. “Não ligo a mínima. Vou dizer o que eu acho: que vivo de graça na cabeça deles. É um bom apartamento que estão me dando”, provocou.

Ben Sulayem não recebeu bem as exigências da GPDA (Foto: Mark Thompson/Getty Images/Red Bull Content Pool)

Por fim, reforçou agressivamente que não á qualquer problema generalizado na parte institucional da federação.

“É só no paddock e na mídia da Inglaterra. Sendo bem sincero, como sempre sou, por que não entregou uma lista com nomes de membros da FIA? Aí vocês podem ligar e perguntar se existe caos na FIA. Diz isso para eles”, atiçou.

“Tenho coisas mais importantes para fazer do que acordar e ir procurar o que fulano disse ou escreveu sobre mim. Olha como estão escrevendo… Estou vivo ainda aqui? Sim. Estou tratando das prioridades para a FIA? Sim. Quebrei alguma regra? Não. Pelo amor de Deus”, declarou.

“A imprensa me acusa de tudo, que eu fabriquei alguma coisa, de sexismo, mas cadê? Alguém provou alguma coisa? Levantaram coisa de 23 anos atrás e disseram que roubei dinheiro, que interferi no resultado dos comissários… Onde está tudo isso? Onde? Falam de caos, né? Mas vou fazer o que for preciso para colocar a FIA em melhor posição. E deixe que falem o que quiserem”, finalizou.

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