“Novo capítulo”: Mercedes revela W16, primeiro carro pós-Hamilton na F1
A Mercedes mostrou os detalhes do W16, carro com o qual tenta retomar o protagonismo na F1, em uma temporada 2025 que já está marcada por ser a primeira da equipe desde a saída de Lewis Hamilton para a Ferrari
A temporada de lançamentos da F1 2025 teve, nesta segunda-feira (24), mais um capítulo com a Mercedes apresentando em mais detalhes como será o W16 neste campeonato. Poucos dias depois da revelação coletiva das pinturas, os prateados complementaram a exposição dos traços estéticos e divulgaram uma série de imagens do novo monoposto.
A temporada 2025 é a última chance da Mercedes se reencontrar em um regulamento que está com os dias contados. Com 2026 batendo à porta com as novas regras, as Flechas de Prata tentam a redenção ao mesmo tempo em que precisam superar o doído divórcio com Lewis Hamilton, agora piloto da Ferrari.
A principal mudança estética em relação ao W15, carro do ano passado, foi a retirada do vermelho. Enquanto o bólido de 2024 carregava o tom nas marcas da INEOS, perto do santantônio e na asa dianteira, o W16 trocou as áreas por prata e preto. Além disso, a tradicional linha verde foi expandida e agora passa pela parte externa do sidepod. Por fim, o preto ganhou um tom mais cromado do que em 2024, ao menos nas imagens divulgadas pela esquadra.
Líder evidente da equipe a partir deste ano, George Russell ressaltou a energia entre os funcionários das fábricas e ressaltou a oportunidade de ter um novo companheiro em Andrea Kimi Antonelli. O inglês garantiu, ainda, que vai ajudar o italiano em seus primeiros passos na categoria.

“Sinto que 2024 foi meu ano mais forte na F1. Esta próxima temporada será a minha sétima no esporte e a quarta com a Mercedes, e estou trabalhando duro para melhorar a cada ano. Como equipe, estamos extremamente motivados para melhorar em relação à temporada passada. Há uma grande energia nas fábricas de Brackley e Brixworth, então estou ansioso para ir à pista”, disse.
“Também é animador ter um novo companheiro de equipe, o Kimi, este ano. Ele é incrivelmente rápido e acho que faremos uma ótima parceria. Naturalmente, aprenderá muito na primeira temporada, mas estou ansioso para ajudá-lo a fazer isso e trabalhar juntos para impulsionar a equipe para frente”, garantiu.
Do outro lado da garagem, Antonelli ressaltou, claro, a ansiedade por fazer sua primeira corrida oficial na Fórmula 1. O novato fez questão de agradecer à Mercedes pelo apoio na carreira e assegurou que a relação com Russell já é positiva.
“Estou animado para estrear na F1 este ano. É uma grande oportunidade, e sou muito grato a todos na Mercedes pela fé e confiança que depositaram em mim. Tenho trabalhado muito duro durante o inverno para estar o mais pronto possível. Agora, mal posso esperar para começar”, afirmou.
“Meu foco é continuar aprendendo, ser consistente e fazer o melhor trabalho que posso para a equipe. Estou ansioso para trabalhar com George. Já estamos nos dando bem, e é ótimo ter o apoio de alguém que também passou pelo programa júnior. Ele é um piloto incrivelmente forte e, juntos, acho que formaremos uma ótima dupla”, completou.

Chefe da Mercedes, Toto Wolff foi outro a falar no lançamento do W16. Animado com a dupla que formou após a saída de Hamilton, o austríaco ressaltou a experiência acumulada de Russell e o categorizou como um piloto “capaz de competir pelo Mundial”. Em relação a Antonelli, o dirigente destacou o talento, mas pregou calma em uma temporada que deve ser de adaptação.
“Estamos começando uma nova e empolgante era na história da nossa equipe e do automobilismo da Mercedes. Estamos construindo sobre o incrível legado da nossa herança, e mal podemos esperar para começar a correr. Todos na equipe, em Brackley e Brixworth, trabalharam muito durante o inverno. A última temporada foi incrivelmente competitiva na pista e, embora tenhamos conquistado várias vitórias, todos estamos focados em lutar por elas de forma mais consistente. Fizemos progressos na pré-temporada, mas só saberemos onde estamos na primeira corrida, na Austrália”, admitiu.
“Temos uma dupla empolgante para nos ajudar a alcançar nossos objetivos. Os dois pilotos passaram pela nossa academia, o que é uma validação do nosso compromisso — tanto com o apoio, quanto com o desenvolvimento de talentos. George provou que é um dos melhores pilotos do grid, capaz de competir pelo Mundial de Pilotos se conseguirmos lhe fornecer um carro capaz disso. Como o mais experiente, ele ajudará a liderar a equipe e a apoiar Kimi no seu desenvolvimento”, afirmou.
“Kimi tem todo o talento necessário para alcançar grandes coisas no mais alto nível do esporte, mas esta é uma temporada de estreia e inevitavelmente haverá altos e baixos. Estamos ansiosos por essa jornada juntos e por ajudá-lo a se desenvolver ao longo do ano”, finalizou Wolff.

A Mercedes vive o mais próximo que se tem de uma crise desde que se tornou a equipe dominante da F1. Do primeiro título em 2014 para cá, o quarto lugar em 2024 foi a pior performance do time, que tem no diretor-técnico James Allison uma figura central no desenvolvimento do novo carro. O britânico, inclusive, ressaltou que tem sido cada vez mais difícil obter ganhos, mas que o foco foi corrigir as fraquezas identificadas em 2024.
“Sendo o quarto ano de regulamento do chassi, os carros estão em uma fase mais madura. Grandes ganhos em tempo de volta são mais difíceis de conseguir, mas temos nos concentrado em fazer melhorias nas áreas que tivemos problemas no ano passado. Nosso foco foi resolver a relutância do W15 em fazer curvas lentas, juntamente com o desequilíbrio nas temperaturas dos pneus — que tornavam o carro inconsistente de sessão para sessão”, explicou.
“Esse foco levou a mudanças em quase todas as superfícies aerodinâmicas visíveis, nova suspensão dianteira e mais mudanças sob a pele do W16 para remediar algumas das características mais desafiadoras de seu antecessor. Estamos satisfeitos com nosso progresso durante o inverno e estamos ansiosos para descobrir onde estamos em relação aos outros”, frisou.
O time anglo-alemão tem contido as expectativas em cima do novo projeto. Wolff já falou em “esperar os testes” e também que crê em “melhor desenvolvimento”, mas que isso não deve tirar o time dos altos e baixos enfrentados nas últimas temporadas.

A Mercedes, assim como a grande maioria do grid, mexeu na escalação de pilotos para 2025. Só que, no caso dos prateados, foi de forma forçada: Hamilton foi para a Ferrari e fez a equipe promover, mais cedo do que planejava, a subida de Antonelli para a F1. Em paralelo, Russell também vira o líder do time neste ano.
Aos 27 anos, George agora tem uma responsabilidade ainda maior na equipe, sem a referência de Hamilton ao lado. O inglês, que demonstra evolução nas últimas temporadas, agora busca maior consistência. Russell tem 3 vitórias, 5 poles e 15 pódios na carreira na F1.
Antonelli, enquanto isso, é garotão de tudo. O italiano subiu do kart com status de novo fenômeno e fez valer o hype nos primeiros anos de monopostos. Em 2022, Kimi levou os títulos da F4 Italiana e da F4 Alemã, posteriormente levando a FRECA em 2023. Em 2024, a Mercedes resolveu acelerar as coisas e fez o rapaz pular a F3, indo direto para a F2. Foram 2 vitórias e o sexto lugar geral com a Prema na categoria de acesso à F1.
A Mercedes venceu 8 títulos do Mundial de Construtores e outros 7 do Mundial de Pilotos entre 2014 e 2021, mas desde então encara uma queda de performance e um jejum de conquistas. De 2022 para cá, foram apenas cinco vitórias, três delas com Russell.
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