“O cisne virou patinho feio”: imprensa italiana detona Vettel por atuação em Monza

Ao mesmo tempo em que exalta o “novo campeão” Charles Leclerc pela “obra-prima” em Monza, a exigente e apaixonada imprensa italiana criticou duramente Sebastian Vettel pela sua atuação no GP da Itália. “Seu coração têm uma doença difícil de curar chamada Leclerc”, opinou o ‘Corriere della Sera’

A apoteótica vitória conquistada por Charles Leclerc no GP da Itália do último domingo (8) foi exaltada pela exigente e apaixonada imprensa italiana que, ao mesmo tempo, voltou a criticar duramente Sebastian Vettel na esteira de mais um erro cometido, desta vez diante dos tifosi em Monza. O senso comum é que Leclerc é hoje o grande nome da Ferrari, enquanto o tetracampeão está em fase íngreme de declínio da sua carreira.
 
Para o diário ‘La Stampa’, hoje o “cisne virou patinho feio”, referência clara a Vettel, contratado a peso de ouro para levar a Ferrari aos títulos. Contudo, a chegada de Leclerc nesta temporada representa um momento decadente para um dos grandes nomes da história da F1.
 
O jornal descreve Monza como “delirante para a Ferrari. Assombroso Charles Leclerc. Predestinado já é um adjetivo que fica antigo. O destino de Charles Leclerc é hoje. Em dois domingos, a Ferrari salvou o ano e encontrou um campeão”.
Sebastian Vettel foi criticado pela atuação no último GP da Itália (Foto: AFP)

“No sábado, Charles não deu vácuo ao seu companheiro de equipe, que agora perdeu sua serenidade: 13º lugar depois de uma rodada, um acidente com [Lance] Stroll e uma punição que o deixa a 3 pontos de perder um GP. Faltam sete corridas e haverá peças novas a partir de Singapura. Mas, sobretudo, há a confirmação de que eles têm o futuro da F1 ao volante”, complementa.

 
Ainda segundo o ‘La Stampa’, a escuderia de Maranello já tem em vista um planejamento em longo prazo com Leclerc sendo o seu grande piloto. “O plano é ampliar o contrato de Charles, que vence em 2022, e reconstruir a Ferrari ao seu redor para convertê-la na equipe de sonho que recorda à era Schumacher”.
 
Já o ‘Corriere della Sera’ pondera sobre uma eventual aposentadoria de Vettel, tema que volta a ser debatido depois de mais um duro revés na temporada. “O futuro de Vettel está em risco. Será que ele quer mesmo ficar para mais um ano?”, questionou.
 
Na contramão das críticas a Vettel, o periódico exalta o talento do jovem monegasco.
Por outro lado, Charles Leclerc é tratado como "novo campeão" (Foto: AFP)

“Leclerc, uma obra-prima na pista. Monza festeja um novo campeão. A vitória do talento marca a crise do campeão perdido. Duas vitórias em duas corridas, e a Ferrari esperava Spa e Monza como as pistas para reagir em uma temporada difícil, mas não esperavam vencer as duas com o mesmo piloto, Charles Leclerc. O piloto de 21 anos carregou a equipe nos seus ombros e venceu duas vezes o pentacampeão Lewis Hamilton”, diz o jornal.

 
“A edição 2019 do GP em Monza consagra um piloto com talento extraordinário e qualidades gigantescas. Charles destruiu [Vettel] tanto no âmbito competitivo como também no psicológico”, escreveu.
 
O ‘Corriere della Sera’ também fez menção à polêmica atitude de Leclerc, que não deu vácuo para Vettel no sábado, gesto que foi “perdoado” pela Ferrari depois da vitória consagradora no domingo em Monza.
 
“Leclerc é cada vez mais dono da situação, da equipe, com astúcia dominante. Ele se permitiu não respeitar os pactos nos seis minutos finais de um sábado para a F1 esquecer quando protegeu sua pole-position sem ajudar seu companheiro de equipe”, citou.
 
“Até agora, Seb era o capitão. Agora, não mais. Ele está cada vez mais nervoso. O alemão sofre ao ver a escalada de seu companheiro mais jovem, um talento que está acelerando sua carreira. Entendemos que Sebastian Vettel não está tranquilo, comete muitos erros, como em Monza. Seu cérebro se confunde em busca de uma retomada, acerta Stroll e recebe um castigo merecido. Vettel foi um desastre, não é digno de alguém que ganhou quatro títulos mundiais e é um sintoma de um estado anímico nada sereno”, opinou o jornal.
 
“Seu coração e sua cabeça têm uma doença difícil de curar chamada Leclerc. Mattia Binotto, o médico-chefe da Ferrari, é a pessoa adequada para encontrar a terapia mais eficaz. É preciso ver se ele contempla a renovação de Vettel”, finalizou o ‘Corriere della Sera’.

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