Opinião GP: em prova morna, Ferrari faz artimanha, e Alonso leva disputa do título para Interlagos

Lewis Hamilton ficou com a vitória, mas prova acabou sendo marcada por manobra da Ferrari antes da prova para colocar Fernando Alonso do lado limpo da pista. E deu certo. O espanhol terminou em terceiro e a disputa do título ficou para o GP do Brasil, prova que encerra a temporada

 Quem vence a temporada 2012 da F1, Vettel ou Alonso?

No último domingo (18) foi disputado o GP dos Estados Unidos no novo Circuito das Américas, em Austin, no Texas. Com um início muito bom, a prova foi perdendo fôlego, mas, mesmo assim, a disputa pela vitória foi bem acirrada. E quem acabou saindo como o homem mais rápido do Oeste foi Lewis Hamilton, que ultrapassou Sebastian Vettel e garantiu a vitória em terras americanas.

Mas apesar de uma corrida interessante, a volta da F1 ao país acabou sendo marcada por uma manobra da Ferrari pouco antes da prova. Para colocar seus dois pilotos, principalmente Fernando Alonso, no lado limpo da pista, a equipe optou por gerar uma punição a Felipe Massa, que caiu do sexto para o 11º lugar. Com isso, o espanhol acabou ganhando uma posição, largou em sétimo e conseguiu finalizar a prova na terceira colocação, o suficiente para não acabar o campeonato e levar a disputa do título para Interlagos, no GP do Brasil, última etapa da temporada.

Vettel terminou o GP dos Estados Unidos na segunda colocação e não garantiu o título (Foto: Getty Images)

Para Victor Martins, editor-executivo do Grande Prêmio e da Revista Warm Up, Massa pagou o preço por uma classificação ruim do espanhol, que deu sorte e, graças ao abandono de Mark Webber, terminou mais uma prova da temporada no pódio.

“Felipe pagou o preço por Alonso ter ido mal e se posicionado no lado sujo da pista depois da punição de Grosjean. No fim das contas, a estratégia da Ferrari em colocar Alonso de volta na parte limpa valeu logo na largada: pulou de sétimo para quarto, posição que precisava no mínimo para evitar o tri de Vettel, e daquela zona só saiu quando vieram as paradas dos pits. Rabudo como sempre, ainda ganhou um posto mais com o abandono de Webber, novamente por conta do alternador. O alternador é a grande dor de cabeça dos taurinos. Nem o Gol quadrado que meu vizinho tinha dava problema no alternador”, disse Martins.

Já Flavio Gomes, diretor do Grande Prêmio e da Revista Warm Up, acredita que o campeonato está mais para Vettel do que para Alonso, mas ressaltou o problema de Webber durante a prova em Austin.

“Não terminou. E a mutreta da Ferrari ajudou. Alonso, de lugar ímpar no grid conquistado na base do ‘foda-se o que pensam da gente’, largou como um foguete e pulou de sétimo para quarto, enquanto os pilotos pares patinavam no asfalto liso e sujo de Austin, perdendo posições”, começou.

“E assim a decisão do Mundial fica para Interlagos, domingo que vem. Vettel liderou a corrida quase toda, até a volta 42, mas sempre com Hamilton nos seus calcanhares. Até que o inglês passou. Alonso chegou em terceiro a quase um ano de distância. A vantagem de dez passou para 13 pontos. O campeonato está aberto, 273 x 260. Claro que muito mais para Sebby do que para Fernie. Mas vai saber… Um carro da Red Bull quebrou hoje, o de Webby, logo no começo da prova. Alonsito resiste bravamente”, explicou.

Fernando Alonso ganhou a última sobrevida ao chegar em terceiro em Austin (Foto: Getty Images)

Quem ganhou elogios foi Massa. Mesmo largando na 11ª colocação, conseguiu outro bom resultado na metade da temporada ao cruzar a linha de chegada na quarta colocação. “Massa foi galgando as posições até chegar em quarto. Se Alonso fez uma corrida solitária e de certa forma lenta, o melhor funcionário do mês da Ferrari teve um ritmo de prova condizente com o que fez na classificação, muito eficiente”, contou Martins.

“Tanto que chegou menos de 7 segundos atrás do seu companheiro. Depois das férias da F1, Massa marcou 82 pontos e Alonso, 96, e teve trocas de posição, aviso de não ataque, punição e zás. É o melhor momento do brasileiro desde sua volta. Mas que a torcida, e isso inclui Brasilino Pacheco, não tenha ilusão alguma de que vá lutar pela vitória em Interlagos se o título ainda estiver por ser definido”, completou.

“Massa, 11° no grid e quarto no final, tendo tido uma boa batalha com Raikkonen, decidida basicamente na temperatura dos pneus — quando eles esquentaram, depois do pit stop, o brasileiro passou sem maiores problemas”, falou Gomes.

Outro que fez uma boa prova foi Jenson Button, que ficou de fora do Q2 no classificatório de sábado (17), mas acabou terminando a prova entre os seis melhores. “Button também foi um que se divertiu. Largou com pneus duros, demorou para parar (na 36ª volta, quando a janela da maioria se deu entre as voltas 21 e 27), tinha um carro bem rápido, foi passando bastante gente e terminou em quinto. Tinha ficado fora do Q3 no sábado. Belo resultado, pois”, elogiou Gomes.

Massa largou em 11º, após uma manobra da Ferrari, mas terminou na quarta colocação (Foto: Getty Images)

Apesar de ter sido uma boa corrida, o GP dos Estados Unidos não foi de encher os olhos – muito por conta da escolha dos compostos pela Pirelli, que fez uma escolha conservadora com pneus que não se desgastavam.

“A corrida foi interessante, mas confesso que esperava mais. No começo, aquela disputa entre oitavo e 15º tava bem legal. Depois, foi uma ou outra coisa. Mas Austin parece se tornar a casa fixa dos americanos na F1, ainda mais com o apoio dos chicanos. É uma pista interessante, e se a Pirelli acertar nos pneus no ano que vem, será das melhores”, pediu Martins.

“Foi uma prova interessante, apenas. Nada mais do que isso. Nada que tenha sido capaz de fazer os americanos do norte se apaixonarem pela categoria. Houve muitas ultrapassagens, é verdade, mas a maioria delas fáceis. É isso: foi uma corrida de ultrapassagens fáceis. Ano que vem, com pneus mais macios, serás melhor”, completou Flavio.

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