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Fórmula 1

Opinião GP: emblemática, corrida à noite do Bahrein ilumina F1 e cabeças dos chefões ao mandarem ordens às favas

A questão é que fica, infelizmente, é se o GP do Bahrein entra como exceção ao cenário da F1 que traz no repertório corridas maçantes desde a metade da temporada passada. A torcida geral é que, nesta nova categoria, as corridas na Austrália e na Malásia tenham saído do eixo e ficado fora da órbita mundial

 
A CORRIDA DO BAHREIN não poderia ser mais emblemática nessa nova F1. Ironicamente, a melhor prova do ano, agitada e altamente disputada na pista — da ponta ao bloco intermediário e até mesmo o fundão trouxe lá suas doses de emoção —, foi realizada em um fim de semana de quebra de braço político nos bastidores e em que mais se discutiu alterações nas regras de 2014.
 
De um lado, Luca di Montezemolo puxou a fila das reclamações, chamando os carros de táxis devido à incessante busca por econômica de combustível, além de todos os outros (caros) componentes de recuperação de energia. Bernie Ecclestone ajudou, criticando o pouco som dos novos motores V6 turbo, dizendo, inclusive, que a F1 tomou um caminho errado ao adotá-los. Ambos estiveram com Jean Todt, em Sakhir, para pressionar.
Lewis Hamilton e Nico Rosberg, os protagonistas do campeonato (Foto: Getty Images)
De outro, estava lá a Mercedes. Toto Wolff foi a voz da equipe alemã contra o movimento por mudanças. Os líderes do campeonato criticaram e chamaram de absurda a proposta de revisar o regulamento, alegando que, na verdade, a intenção é mudar também a divisão de forças.
 
Foi nesse clima que o GP do Bahrein começou. Mas aí as luzes barenitas iluminaram uma corrida simplesmente espetacular. A mesma Mercedes deu uma lição nas rivais, não apenas em termos técnicos, mas também de alta competitividade na pele de Lewis Hamilton e Nico Rosberg.
 
O duelo entre os dois começou a ser desenhado ainda na largada. Hamilton partiu melhor do segundo lugar e foi para cima do pole Rosberg. O alemão perdeu, mas não desistiu facilmente. Foi atrás do colega, tentou de novo e, mais uma vez, levou o xis do inglês. A cena ainda se repetiria mais duas vezes. E a mais fantástica delas no fim da corrida. Depois da saída do safety-car, Nico, com pneus macios, foi à caça de Hamilton, que tentava se manter rápido com os médios.
 
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Ninguém falou no rádio. Ninguém era mais rápido que ninguém. Eram apenas dois caras brigando pela vitória, coincidentemente sob as mesmas cores. E que disputa foi essa. Lewis usou todo o seu talento para segurar um astuto Rosberg. O duelo foi de tirar o fôlego, pela coragem e arrojo de ambos.
 
Mais que isso, a bela disputa também deixou claro duas coisas: não tem para ninguém neste ano. A Mercedes vai levar o título de braçada. Mas, ao contrário de outros tantos domínios já vistos na F1, agora a batalha vai ser real entre os dois. Com toda a certeza, as trocas de posições entre Nico e Lewis serão constantes. Ainda bem. Os taxistas hão de se sentir bem representados.
 
Na F1 dos outros
 
Se destoou pelo desempenho, o campeonato do resto teve uma semelhança importantíssima: o silêncio das vozes que amam dar recados de ordens via rádio. Sergio Pérez e Nico Hülkenberg tiraram o máximo de proveito do bom VJM07 no Bahrein, e, com o acerto na estratégia, o primeiro se viu no pódio e o segundo, em quinto. O que importa é que brigaram entre si. O mesmo aconteceu entre Sebastian Vettel e Daniel Ricciardo na Red Bull, e Felipe Massa e Valtteri Bottas na Williams. Todos estes se encontraram na pista em disputas que resgataram o sentido do ‘pure racing’.
Nico Hülkenberg e Sergio Pérez, dupla da Force India (Foto: Getty Images)
Com a miserável Ferrari em nono e décimo, a ordem final da corrida ajudou também a desvendar de vez a hierarquia atual da F1. Os indianos estão, sim, juntos e misturados com Red Bull e Williams. Os rubro-taurinos é bem verdade estão um pouquinho atrás, mas contam com um time afiado na estratégia e rápido em reagir às adversidade. A Williams está mais próxima, mas precisa desse toque de inteligência na tática. Já a F14T é lenta. O carro ainda não tem a eficiência aerodinâmica suficiente para fazer, ao menos, Fernando Alonso e Kimi Räikkönen compensarem a falta de competitividade. Faltou só a McLaren no bolo, que falhou miseravelmente na confiabilidade de seus carros, mas que estão ali no bolo.
 
A questão é que fica, infelizmente, é se o GP do Bahrein entra como exceção ao cenário da F1 que traz no repertório corridas maçantes desde a metade da temporada passada. A torcida geral é que, nesta nova categoria, as corridas na Austrália e na Malásia tenham saído do eixo e ficado fora da órbita mundial. A China costuma ter provas boas e vai clarear esta resposta. Até lá, o que vale é a frase de Niki Lauda: “Quem acha esse esporte chato é um idiota”.

Opinião GP é o editorial do GRANDE PRÊMIO que expressa a visão dos jornalistas do site sobre um assunto de destaque, uma corrida específica ou o apanhado do fim de semana de automobilismo.

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