Opinião GP: Mercedes celebra vitória na casa da Red Bull e vê Williams se perder na estratégia

A Mercedes voltou ao topo com nova dobradinha, colocou ordem na casa e agora vê Nico Rosberg com 29 pontos de vantagem para Lewis Hamilton. Maior rival da equipe prateada na Áustria, a Williams se atrapalhou na estratégia e perdeu a chance de um resultado ainda melhor no Red Bull Ring

ERA PARA SER um GP de festa para a Red Bull na Áustria. A marca proprietária da equipe mais vencedora da F1 nos últimos quatro anos preparou instalações de primeira, fez a lição de casa e atraiu um grande número de fãs. O time, porém, sucumbiu durante as 71 voltas do lindo circuito nos arredores de Spielberg, nunca esteve em posição de brigar mais à frente e ainda viu a poderosa Mercedes voltar ao topo com mais um dobradinha, com Nico Rosberg à frente de Lewis Hamilton. Mas ao menos um austríaco sorriu no remodelado circuito.

Toto Wolff não só acompanhou o 1-2 da bem afinada equipe que comanda neste ano, como também colocou mais dois carros empurrados pelos motores de marca da estrela de três pontas nas quatro primeiras colocações. Não dá para reclamar. Depois de ter esboçado certa preocupação com a ascensão da Williams na Áustria, Wolff ressaltou a recuperação de sua dupla de pilotos e se disse satisfeito com o resultado.

A esquadra prateada, sobretudo com Rosberg, venceu na estratégia. Os pit-stops certeiros colocaram o alemão na frente Felipe Massa e Valtteri Bottas após a primeira janela de paradas e aí foi uma questão de tempo para que o time, também com Lewis, mesmo tendo perdido tempo na primeira troca, ultrapassasse os carros de Frank Williams e comandasse a corrida até o fim. Tudo dentro da normalidade. Nico ainda deu passo importante na disputa interna que trava contra Hamilton e agora já soma 29 pontos de vantagem para o colega.

Apesar da pole, a Williams sabia que uma vitória era difícil. Portanto, a meta era realmente o pódio. E assim foi. Bottas se deu bem nas paradas, tendo, inclusive, a troca mais veloz da equipe inglesa no ano. Massa, porém, ficou preso no quarto posto, depois um pit tardio. Ele ainda admitiu ao GRANDE PRÊMIO mais tarde que a parada foi o ponto chave para o resultado final da corrida austríaca.

Largada do GP da Áustria (Foto: Getty Images)

Flavio Gomes, diretor da Agência Warm Up e do site Grande Prêmio, ressaltou o resultado de Massa, mas disse que a quarta colocação também teve um sabor amargo. “Quem não saiu tanto assim foi Massa. Da pole, era possível esperar o pódio para ele, não para Bottas. Mas o finlandês, como se diz, fez por onde. E o brasileiro não teve, de novo, um bom ritmo de corrida. Quando precisou apertar para não perder posição no verdadeiro jogo de xadrez entre Mercedes e Williams nas paradas, foi o que menos apertou. Terminou em quarto. Seu melhor resultado no ano, verdade; mas o pior possível, pelas circunstâncias”, afirmou.

“No fim das contas, a Williams aproveitou a pista favorável com um terceiro e um quarto. Não vai ter essa moleza em Silverstone, próxima etapa do campeonato. Lá o circuito exige uma aerodinâmica mais refinada e pode ser que a Red Bull se apresente melhor. E a Force India, também”, completou.

Já Victor Martins, editor-chefe do GP, entende que a equipe inglesa teria tido maiores chances de brigar pela vitória se não tivesse sido tão conservadora com relação à estratégia de pit-stop. “A Williams preferiu cercar a Mercedes. E mesmo assim, demorou muito para fazer Felipe parar. Teve aquele segundo ali que gastou a mais no pit do brasileiro – e que parece crônico e irremediável –, mas um cara que lidera uma corrida não pode voltar simplesmente em quarto do jeito que ficou”, declarou.

“Outra coisa: do jeito que estava, e a Williams usando os mesmos motores que a Mercedes, dificilmente ou nunca que os carros de Hamilton e Rosberg superariam Bottas e Massa nas retas. Assim, se a Williams tivesse feito as paradas sempre antes ou pelo menos na volta seguinte às da dupla prateada, teria muito mais chances de manterem a ponta, e que os dois se virassem para tentar passar”, acrescentou o jornalista.

De fato, a escolha da estratégia pesou para a Williams e fez a chance de um resultado ainda melhor ir embora. E, como disse o próprio Massa no fim da corrida, quando se luta com equipes grandes como a Mercedes, “qualquer detalhe faz muita diferença”. E isso traduz bem o atual momento da Williams.

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