Opinião GP: Vettel conta com abandono de Alonso, vence segunda seguida e vira favorito ao título

Na opinião dos jornalistas do Grande Prêmio, a vitória de Sebastian Vettel no GP do Japão, mais o abandono de Fernando Alonso ainda na primeira volta, colocou o piloto da Red Bull como favorito ao tricampeonato na reta final da temporada

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Após triunfar no GP de Cingapura, Sebastian Vettel conquistou a pole-position e venceu com extrema facilidade a etapa no circuito de Suzuka, realizada no último domingo (7), sua segunda vitória seguida no ano. A prova não foi uma das melhores da temporada, mas foi determinante para o piloto da Red Bull encostar de vez na disputa pelo título.

Quem não pode dizer o mesmo é Fernando Alonso, que não contou com sua melhor amiga: a sorte. O espanhol teve um pneu furado ao tocar na asa do carro de Kimi Räikkönen na largada e acabou ficando de fora da prova logo na primeira volta. Sem pontuar, ele viu a vantagem que tinha para Vettel ser pulverizada para apenas quatro pontos com cinco corridas para o final do campeonato.

Para Flavio Gomes, diretor da Agência Warm Up e do Grande Prêmio, o campeonato ganhou um novo favorito ao título.

“Que coisa… Uma das corridas menos empolgantes do ano acabou sendo aquela cujo resultado foi o mais determinante para o que veremos daqui para a frente. E sabem o que é? Vettel tricampeão. Lamento, ferraristas empedernidos. El Fodón de las Astúrias se fodió”, afirmou.

 

Vettel tem quatro pontos a menos que Alonso com cinco provas para o final do campeonato (Foto: Red Bull/Getty Images)

 

Já para Victor Martins, editor-executivo do Grande Prêmio, a Red Bull mostrou que pode voltar a ser o que foi na última temporada e a vitória categórica de Vettel mostrou isso.

“Vettel venceu com o sossego de um monge nipônico, ao jeito e trejeito do ano passado, quando tinha um carro num pretérito mais-que-perfeito. A carícia que fez no touro vermelho demonstra a simbiose que o conjunto volta a viver na F1, e nem nos sonhos mais canibais poderia imaginar que seu maior adversário, o rei do rabo, caísse fora na primeira curva, tirado por Räikkönen”, lembrou, falando do acidente de tirou Alonso da corrida.

Um dos destaques da corrida foi Kamui Kobayashi. Correndo em casa, o piloto da Sauber completou a prova em terceiro e foi ao pódio pela primeira vez na carreira, fazendo a alegria dos japoneses que acompanharam a corrida em Suzuka.

“Desta vez, Koba-mito não teve o azar de Spa, onde largou na primeira fila e quase foi decepado por Grosjean. Terceiro no grid, não se envolveu em nenhuma confusão e, exceto pela pressão forte de Button nas últimas voltas, não teve grandes problemas para levar a primeira tacinha para casa. O torcedor japonês delirou, sushis e sashimis voaram pelas arquibancadas. Alegria autêntica, de um povo que come o pão que o diabo amassou com seus tufões, tsunamis e terremotos. Grande Koba! Merecido. Ele vinha sendo ofuscado por Pérez neste ano, conseguiu a virada. Foi a coisa mais bacana da corrida”, elogiou Gomes.

 

Em Suzuka, Kobayashi conquistou seu primeiro pódio na F1 (Foto: Red Bull/Getty Images)

 

Martins aponta que Kobayashi poderia ter duelado com Felipe Massa pela segunda colocação se não fosse um erro da Sauber em chamar o japonês para fazer seu primeiro pit-stop muito cedo. E diz que, com o resultado, o piloto pode sonhar em ficar na equipe comandada por Peter Sauber por mais algum tempo.

“A Sauber em seu ritmo de corrida é tão boa quanto uma Ferrari, e com a McLaren estranhamente fraca, foi livrando aos poucos uma distância confortável. Mas aí a equipe de Monisha Kaltenborn cometeu um erro: chamou Kamui para sua primeira parada na volta 14, cedo para os padrões sauberianos, sendo que poderia ter observado que Button tinha ido aos pits e voltado encaixotado atrás de Ricciardo. Ali o Mito perdeu o segundo lugar, porque Massa passou a andar, mesmo com pneus mais velhos, muito melhor que o japonês e o inglês, que demoraram a se livrar de Daniel”, explicou.

“A festa mais linda da temporada foi vista nas arquibancadas, com aquela gente feliz balançando as bandeirinhas e os bonequinhos de pelúcia deste xavequeiro de repórter. Maior gênio da raça. Kobayashi corria também pela sua carreira, e tal como Massa, deve garantir sua permanência na Sauber por mais uma temporada. Uma F1 sem Kobayashi não tem a menor graça”, continuou.

Já Massa terminou a prova na segunda colocação e voltou ao pódio após quase duas temporadas de jejum. Na visão de Martins, o piloto praticamente acertou sua renovação de contrato com a Ferrari para continuar como companheiro de Alonso, ao menos, por mais um ano.

“Uma parada esperta e inteligente pôs Massa à frente dos rivais, e do segundo lugar, com um desempenho muitíssimo sólido, não mais saiu. Minutos antes da corrida, a ‘BBC’ informou que a corrida em Suzuka seria vital: com um bom resultado, Felipe manteria seu posto na Ferrari. Assim, Stefano Domenicali teve ter só levado ali na garagem a caneta e apontado o lugar da assinatura. É que como a corrida foi chata e esteve longe de algum brilhantismo parece que Massa não fez mais do que a obrigação, mas este Massa, sim, é aquele que pareceu um dia grande”, elogiou.

 

Feliz, Massa voltou ao pódio após um longo jejum (Foto: Ferrari/ Ercole Colombo)

 

Gomes também exaltou a boa prova que o brasileiro fez após muito tempo fora do pódio, mas também destacou a fala do piloto logo depois do pódio. “E Massa foi o segundo colocado. Depois de 35 GPs de jejum, desde a Coreia/2010, conseguiu um pódio. Ufa. Uma prova muito boa do brasileiro. Boa mesmo, construída a partir de uma largada excepcional. Era décimo no grid, passou em terceiro na primeira volta”, contou.

“Sabem o que notei em suas palavras? Não mencionou a Ferrari. E disse ‘aqui na F1’, e não ‘aqui na Ferrari’ ao se referir ao futuro. O que isso significa? Nada, possivelmente. Mas sei lá, sabem como é. Apenas reparei. Felipe, de fato, estava precisando muito de um resultado assim. Fica, desta maneira, mais perto de renovar por um ano”, colocou o diretor da Agência Warm Up e do Grande Prêmio.

Bruno Senna não foi bem mais uma vez em uma prova e, punido, ficou longe da zona de pontuação ao terminar o GP do Japão apenas na 14ª colocação.

“Quanto a Senna, manteve a média de punição da Williams. Deu uma em Rosberg e tomou um drive-through. E apareceu no fim da corrida para brigar com Grosjean, na disputa dos punidos, terminando em 14º. Mal demais no Japão”, afirmou o editor-executivo do Grande Prêmio.

Alonso foi o mais prejudicado no GP do Japão: além de abandonar, viu Vettel encostar de vez na disputa pelo título(Foto: Shell/Getty Images)

Com cinco provas para o final da temporada, a diferença de Alonso para Vettel, que é o primeiro piloto a vencer duas seguidas neste ano, despencou na reta final. E com uma Ferrari estagnada e com a McLaren com um desempenho muito abaixo em terras nipônicas, o alemão se colocou de vez na luta pelo tricampeonato.

“É o óbvio ululante que neste momento a Red Bull passou a ser a maior favorita ao título, muito pela estagnação ferrarista, muito por ter, aparentemente, encontrado alguma coisinha para melhorar sua performance em pistas de alta. E o campeonato que começou com sete vencedores diferentes tem nos dois, agora, seus únicos candidatos à taça de fim de ano. Alonso passou a maior parte da temporada vendo meio de longe o revezamento de vice-líderes. Esses, por sua vez, se enroscavam com quebras, erros, abandonos. Enquanto isso, El Fodón somava seus pontinhos. Agora, porém, o vice-líder está perto demais”, aponta Gomes.

“Cinco corridas em formato de minicampeonato, como disse Alonso, que foi profético ao citar no Twitter um trecho de ‘Arte da Guerra’, de Sun-Tzu, falando de guerra em montanha e mar e não sei o quê. Acho que pirou, o rapaz, depois do segundo abandono, que mostra 194 a 190 na pontuação. Vettel é favoritíssimo, afinal o carro da Red Bull é melhor. Fernando vinha ressaltando que era um milagre se manter na liderança. A próxima prova é na Coreia, naquele pútrido circuito de Yeongam. É lá onde Sebastian deve aparecer na frente dançando Gangnam Style”, completou Martins.

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