Piastri fala em “lado egoísta”, mas aceita ordens de equipe na McLaren em 2024
Oscar Piastri admite que não gosta de jogo de equipe, mas vê "momento oportuno" para McLaren discutir esse ponto na F1 2024
Oscar Piastri reconheceu que a McLaren tem mantido conversas para estabelecer ordens de equipe na reta final da temporada. O australiano admitiu ter um lado egoísta e prefere que não haja nenhuma interferência externa ao que acontece na pista, porém, apontou que este é um “momento oportuno” para essas discussões e que aceita ajudar Lando Norris a ser campeão da Fórmula 1 2024.
A Red Bull começou o ano dando todo indício de que passearia pela F1 e levaria mais uma vez os títulos dos Construtores e de Pilotos — este com Max Verstappen. Mas do GP da Espanha para cá, o time apresentou uma vertiginosa queda de desempenho e já são seis corridas sem vitórias, o que abriu margem para a McLaren buscar a dupla conquista.
Entre os Construtores, a missão é mais simples. Com oito etapas para o final, o time de Woking reduziu a grande vantagem da Red Bull para somente 8 pontos — 446 x 438. No entanto, Verstappen ainda tem uma folga considerável, com 62 tentos de frente para Norris. Apesar de ter encurtado 16 pontos nos GPs dos Países Baixos e Itália, toda ajuda de Piastri será bem-vinda, mesmo com o britânico tendo o discurso de que não quer auxílio do companheiro.
O fato é que todo esse discurso de jogo de equipe surgiu após a etapa realizada em Monza, na qual Piastri atacou e superou Norris na primeira volta, assumindo a liderança. No entanto, o britânico caiu para o terceiro lugar ainda no giro inicial. Além disso, a Ferrari surpreendeu a dupla ao parar seus pilotos somente uma vez, o que deu a Charles Leclerc a liderança e, posteriormente, a vitória. A McLaren manteve em vigência a “regra papaia” e não ordenou a troca entre Piastri e Norris, o que renderia mais 3 pontos ao #4 — algo que deve ser diferente a partir de agora.
“É obvio que discutimos algumas coisas nos últimos dias. Como piloto, tenho meus próprios interesses e, claro, ordem de equipe não é algo divertido, mas digo que vejo um panorama muito maior do que o meu”, disse Piastri à revista britânica Autosport.
“Corro por uma equipe que me deu uma oportunidade na Fórmula 1 e a chance de vencer corridas com apenas 18 meses [na Fórmula 1]. Tenho muita gratidão por isso e, novamente, há um retrato muito maior. Estamos tentando os dois campeonatos, o que, para o time, é algo grande. O Mundial de Construtores é uma coisa, mas se você tem a chance de ganhar as duas disputas no mesmo ano, o que é um baita objetivo, você tem de tentar”, completou.
Na sequência da entrevista, o lado altruísta de Piastri deu lugar à parte egoísta. Ainda que tenha admitido que vai ajudar Norris, ao que tudo indica, haverão alguns limites. O australiano destacou que não vai ser em todas as corridas que deixará o companheiro passar.
“Sendo egoísta, prefiro que não tenha isso, mas estou muito ciente que não é tudo sobre mim e estou feliz em poder ajudar nesse ponto da temporada. Faz isso no começo do ano seria algo excessivo, mas agora é o momento apropriado para ajudar a McLaren a ganhar os dois campeonatos. Ainda precisamos de um pouco mais de conversas, mas acho que o ponto principal é que não será parar para Lando [passar] em todas as corridas. Não é assim que nenhum de nós, inclusive Lando, quer correr. Pensar em todos os cenários é impossível e, claro, não queremos discutir isso publicamente”, comentou Piastri.
“O ponto principal é que, se sentirmos que alguém fez um trabalho muito melhor em um fim de semana, seja quem for, queremos que essa pessoa seja recompensada. Claro que isso é um pouco complicado, e precisamos continuar discutindo isso. Não é um simples ‘vou estar atrás do Lando em todas as corridas’ e em todas as decisões que serão tomadas daqui por diante. Ainda tenho coisas que quero alcançar no campeonato”, prosseguiu.
Se ainda existem alguns pontos a serem traçados para as ordens de equipe na McLaren, Piastri deixou claro que as atuais conversas já estabeleceram que a abordagem no GP da Itália teria sido diferente.
“Nesse cenário [em Monza], algumas coisas seriam diferentes. Naquelas circunstâncias, o que fiz foi certo. Fiz uma boa ultrapassagem, mas sair da curva em primeiro e terceiro não é algo que queremos como equipe. É preciso a cooperação de ambos para garantir que isso não aconteça novamente, mas foi tudo de acordo com as regras, não havia nada de errado com isso, o resultado após a curva não foi o que queríamos”, revelou Piastri.
“Acho que o resultado final não foi consequência da primeira curva, pois a Ferrari deu um salto com a grande aposta na estratégia e se não fosse isso, teríamos sido primeiro e segundo”, finalizou.
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