“Otimista”, chefe da Toro Rosso acredita que vai conseguir aprontar STR11 em tempo do início da temporada

O final de 2015 da Toro Rosso foi um tanto quanto caótico. Enquanto Red Bull e Renault brigavam e o dono da marca dos energéticos falava em deixar a F1 e insistia em colocar um ponto de interrogação no futuro, a equipe de Faenza ficou esperando. Ainda com a F1 adiantando o calendário, tudo se complicou mais. Para terminar o carro o mais rápido possível, 480 pessoas – 100 a mais que o normal – estão trabalhando na fábrica e no túnel de vento do time italiano.

 

Em entrevista à revista italiana 'Autosprint', o chefe da Toro Rosso, Franz Tost, revelou que a fábrica está funcionando todo o tempo, 24 horas por dia, dividido em três turnos. Até o final de fevereiro deverá ser assim, garantindo, dessa forma, que o carro esteja pronto para começar a temporada. Lembrando que a Toro Rosso tomou um rumo diferente da Red Bull e fez um acordo com a Ferrari para o fornecimento de unidades de força.

 

"Temos 480 pessoas trabalhando na Toro Rsso agora. Isso acontece porque temos três turnos de trabalho montando o carro, algo que começamos a fazer tarde. Em março, vamos reduzir a 380 pessoas, incluindo aqueles no Reino Unido que trabalham no túnel de vento", disse.

"Sim, gostaríamos de mais tempo, mas nosso departamento técnico tem um staff muito experiente que pode otimizar o tempo que temos. Além disso, os testes começam mais tarde no ano do que aconteceu em 2015. Estou otimista", seguiu Tost.

 

Apesar do acordo com a Ferrari, a Toro Rosso não vai passar a usar o câmbio criado pela fábrica de Maranello. Pelo menos por enquanto.

 

"Só podemos usar a caixa de câmbio da Ferrari em 2017. Quando estávamos procurando um novo fornecedor de motor, o trabalho na caixa de câmbio já estava acontecendo. Vamos ver como a situação se desenvolve. Se o câmbio da Ferrari for mais confiável, prático e barato, usaremos", afirmou.

 

A intenção de Tost era ter Carlos Sainz Jr estreando o STR11 na pista em 22 de fevereiro, segundo dia da pré-temporada. Mas não sabe se vai se concretizar, visto que a colaboração técnica com a Red Bull é menor agora que ambas serão empurradas por motores diferentes. E mostrou gostar da hipótese de que as duas voltem a usar a mesma unidade de força no futuro.

 

"Infelizmente é verdade. Por exemplo, antes trabalhávamos juntos na parte hidráulica, mas agora temos que fazer tudo sozinhos. Nossa cooperação será menos intensa", avaliou o chefe.

"Talvez voltemos a usar os mesmos motores, incluindo por razões econômicas. Geralmente, a estrutura econômica dos times da F1 não corresponde às tendências mundiais. Muitas das principais montadoras estão trabalhando juntas e mesmo assim na F1 nós gastamos dinheiro em paralelo: cada time tem seus próprios detalhes, usa seu próprio túnel de vento", seguiu.

 

"Gastamos muito dinheiro que poderia ser poupado através de maior cooperação. Não apenas os carros estariam mais próximos, mas as corridas seriam mais interessantes. Essa é a visão de Dietrich Mateschitz e, ainda bem, ele provou que pode trabalhar a longo prazo. Mas há times com vantagem técnica que se opõem a qualquer forma de cooperação. No que diz respeito a nós, a cooperação técnica da Red Bull é crucial para o futuro", garantiu.

 

No final, falou sobre o fato da Toro Rosso estar usando um motor mais desatualizado da Ferrari. Segundo ele, não é um problema.

 

"Não acho que seja tão velho. Na corrida final da temporada passada era quase igual ao melhor", encerrou.

 

A temporada da F1 começa em 20 de março com o GP da Austrália.
 

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