“Pede mais do que a Mercedes quer pagar”: Jordan vê Hamilton substituível como Senna

De acordo com o comentarista de TV e ex-dono de equipe Eddie Jordan, a Mercedes deveria mostrar a porta da rua para Hamilton e encerrar negociação

Eddie Jordan não é nenhum estranho ao mundo da Fórmula 1, pelo contrário. Fundador e chefe da Jordan, que esteve no grid da Fórmula 1 entre 1991 e 2005, o irlandês é desde então comentarista de conteúdo da categoria na televisão inglesa. E, vez ou outra, dá seus palpites baseados em fontes que garante serem concretas. A ida de Lewis Hamilton para a Mercedes, confirmada no fim de 2012, foi um de seus mais famosos acertos. Quase uma década depois, Jordan tem opiniões sobre as discussões para renovação contratual entre Hamilton e a Mercedes.

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Em entrevista ao site alemão F1 Insider, enquanto passa o começo do ano na casa de praia que tem na África do Sul, Jordan voltou a garantir que está ligado no que está acontecendo no paddock da Fórmula 1. E entrou no assunto Hamilton-Mercedes, borbulhante neste começo de ano.

“Tenho excelentes fontes nas quais posso confiar 100% e tenho bom senso. Ainda sou extremamente bem conectado na cena e posso falar com Bernie Ecclestone no telefone regularmente”, disse.

“Aparentemente, as partes discordam sobre os termos. Acabo de escutar que Lewis quer mais que a Mercedes está disposta a pagar. É, também, sobre dividir a receita da equipe e ter um papel de influência no Grupo Mercedes”, contou.

Segundo ‘EJ’, como é popularmente conhecido nos cantos da F1, o caminho para a Mercedes é encerrar a ligação com seu piloto heptacampeão mundial e maior vencedor de corridas da história. Sugeriu, ainda, que a fábrica alemã adote o conselho dado por Ecclestone após a morte de Ayrton Senna, em 1994.

Hamilton
Hamilton ainda não acertou renovação com Mercedes (Foto: Mercedes)

“Se eu fosse o chefe da Daimler, mostraria a porta da casa para ele. Você guia nos nossos termos ou vai embora”, garantiu.

“Diria a ele o que Bernie Ecclestone disse após a morte de Ayrton Senna. Ainda que Bernie estivesse chocado e triste, como todos os outros, foi o primeiro a recuperar a compostura e falar ‘Agora parem de choro: todo mundo é substituível’. Lewis já deveria saber disso neste ponto”, continuou.

Resta lembrar que Hamilton não tem contrato para a temporada 2021. Até o momento, a Mercedes conta apenas com Valtteri Bottas para começar mais uma defesa de título. As notícias sobre a negociação surgiram com força desde a virada do ano.

No começo desta semana, o jornal holandês De Telegraaf publicou que a Mercedes ofereceu um contrato de somente um ano para Hamilton, que deseja acordo plurianual. Para a publicação, as conversas estão “qualquer coisa menos tranquilas”.

LEWIS HAMILTON; TOTO WOLFF; F1; GP DA TURQUIA;
Toto Wolff e Lewis Hamilton: a parceria continua? (Foto: LAT/Mercedes)

Pouco antes, o jornal inglês Express e o italiano Corriere della Sera davam a parte financeira como motivo de imbróglio. De acordo com ambas, o pedido do heptacampeão navega próximo a € 45 milhões – ou £ 40 milhões – (R$ 293,7 milhões, na cotação do começo da semana). Há também quem ventile a possibilidade de Lewis exigir uma porcentagem do prêmio entregue pela FIA à Mercedes no caso de mais um título mundial de Construtores.

E, segundo os relatos, a Daimler, companhia-mãe da Mercedes, não está disposta a bancar os pedidos e, como conta com a opção de promover o pupilo George Russell, pleitea como pode. Ainda segundo o jornal italiano, a INEOS, dona de 1/3 da AMG, divisão de esportes da Mercedes – a Daimler e Toto Wolff possuem os outros 2/3 – entrou no circuito, comprometendo-se a ajudar a pagar o salário ainda que, de acordo com o De Telegraaf, por apenas uma temporada.

Em entrevista à revista britânica Autosport, Toto Wolff, chefe de equipe da Mercedes, se disse tranquilo sobre a questão, mesmo tendo na retina a decisão abrupta tomada por Nico Rosberg cinco dias depois de ter conquistado o seu único título mundial, em 2016. Pouco depois de chegar à maior glória da carreira, o alemão surpreendeu o mundo e anunciou sua aposentadoria das pistas com efeito imediato.

“Não me preocupa nem um pouco, porque sempre vou respeitar as decisões de Lewis, seja para ficar conosco por muito tempo, seja para deixar o esporte e buscar interesses diferentes”, assegurou o ex-piloto e hoje chefe e acionista da Mercedes.

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Toto não descarta a possibilidade de Hamilton simplesmente sair de cena da Fórmula 1. “Acho que devemos estar prontos para qualquer coisa que foi lançada sobre nós. Mas, ao mesmo tempo, conversamos muito e somos muito transparentes uns com os outros. Acho que temos mais a conquistar juntos”, complementou o dirigente.

Já Anthony Hamilton, pai de Lewis, revelou ao Express uma conversa recente com o filho e indicando que a permanência deve acontecer, especialmente pelo desejo de continuar fazendo o que mais gosta na vida.

Na última semana, após as informações do veículo holandês, a Mercedes disse apenas que tudo não passa de “pura fantasia”, mas se recusou a abordar qualquer parte das informações apresentadas nas últimas semanas.

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