Pelotão intermediário abre 2021 compacto e divertido, mas ainda distante da ‘F1 A’

O GP do Bahrein teve disputas e destaques interessantes no pelotão intermediário, mas a sensação da pré-temporada de que não haveria mais 'F1 A' e 'F1 B' foi, por enquanto, desfeita

A pré-temporada costuma ser um indicativo importante, mas não definitivo sobre a ordem de forças no pelotão da F1. Em 2021, não foi diferente, ainda que os testes tenham sido ainda mais conclusivos que o normal, afinal, foram realizados na mesma pista em que o campeonato teria início dias depois, o circuito de Sakhir, no Bahrein. De todo modo, é seguro dizer que o fim de semana de corrida já mostrou algumas diferenças em relação ao primeiro contato dos carros com a pista.

Se a briga pelo título parece mesmo destinada aos carros de Mercedes e Red Bull, o pelotão intermediário também começou a ganhar forma, mas em uma realidade completamente diferente. E é justamente aí que está a maior das diferenças do GP do Bahrein para a pré-temporada: não, a chamada ‘F1 B’ não buscou a ‘F1 A’, bem longe disso.

O que se viu nos testes coletivos foi uma animação quase que inédita nos últimos anos entre algumas das equipes do meio do grid. Se a Aston Martin falava ainda no fim do ano passado que a meta era encostar em Mercedes e Red Bull, a McLaren e a Alpine, especialmente, deixaram a pré-temporada acreditando que isso seria possível em 2021. Até aqui, nada feito.

Ferrari e McLaren se enfrentaram em alguns momentos do GP do Bahrein, mas longe de Mercedes e Red Bull (Foto: Pirelli)

A McLaren foi a melhor equipe do pelotão intermediário e já começa o ano como favorita ao top-3, afinal, tem um bom carro e de personalidade própria, além de uma dupla de pilotos bem forte formada por Daniel Ricciardo e Lando Norris. No entanto, o caminho até a dianteira do grid ainda é longo e isso foi facilmente identificado tanto na classificação quanto em ritmo de corrida. É a melhor do resto, mas o resto ainda não está tão forte assim.

Se ainda há claramente uma separação entre a ‘F1 A’ de quatro carros e a ‘F1 B’, ao menos a segunda está bem compacta e divertida. Por mais que a McLaren seja favorita, outros times estão no bolo, entre eles a Ferrari, que no Bahrein deu sinais de evolução tanto na classificação quanto no ritmo de corrida que, no geral, ainda precisa melhorar. De todo modo, os italianos já se animam com a possibilidade de top-3 em 2021.

“Lembro que no ano passado, com aquele carro [McLaren], eu passei o Charles [Leclerc] com facilidade. Então lembro quão grande era a diferença entre as equipes e como quase passei o [Daniel] Ricciardo no fim. Eu tinha muito mais ritmo que ele no fim da corrida, tirando mais de meio segundo por volta, acho que é um sinal positivo”, disse Carlos Sainz, que trocou justamente a McLaren pela Ferrari em 2021.

Pierre Gasly tinha chance de disputar com McLaren e Ferrari no Bahrein (Foto: Beto Issa)

Quem mais parece ter evoluído no grupo é a AlphaTauri. Tudo bem que sair do Bahrein com apenas dois pontos somados não foi lá muito legal, mas os italianos viram Pierre Gasly em quinto no grid e Yuki Tsunoda conseguindo escalar o pelotão com autoridade. E, apesar dos méritos indiscutíveis de ambos, tudo isso com um apoio enorme de um carro que é, sim, um foguetinho.

Aston Martin e Alpine começam 2021 decepcionando, mas com margem para evolução. No caso dos britânicos, um orçamento gigantesco e um histórico muito positivo de desenvolvimento dos carros nos últimos anos fazem com que Sebastian Vettel e Lance Stroll tenham perspectivas de incomodar pelo top-3 em um futuro próximo, enquanto que os franceses se apoiam em um projeto bem diferente dos padrões da F1 atual e no retorno de Fernando Alonso. No momento, porém, os belíssimos carros de Alpine e Aston Martin estão alguns degraus abaixo das três rivais.

A Alfa Romeo cresceu e incomodou logo na estreia. Impulsionada por um motor Ferrari muito melhor que o de 2020, os italianos parecem ter chances reais de pontuação em praticamente todo final de semana, além de que não devem mais cair toda hora no Q1. É uma bela evolução, capaz de colocar o time ali no páreo com Aston Martin e Alpine.

Por fim, a Williams, que conta apenas com George Russell para tentar algo em 2021, mas parece mais em uma espécie de limbo entre a ‘F1 B’ e a ‘F1 C’, atualmente ocupada apenas pela Haas, que tem um carro assumidamente ruim e já pensa em evolução apenas em 2022, com a mudança de regulamento.

Em geral, a briga pela dianteira do pelotão chamado de ‘F1 B’ deve ser tão boa ou até melhor que foi em 2020, mas, de todo modo, não é nada que anime muito pensando em ameaçar o domínio da Mercedes e a concorrência da Red Bull.

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