Pérez vê “F1 em risco” com desigualdade de forças no grid e clama: “Isso precisa mudar com urgência”

Sergio Pérez está feliz por ter a chance de seguir na Force India — Racing Point a partir de 2019 —, mas, ao mesmo tempo, lamenta pelo abismo de forças que separa as três primeiras equipes do grid do resto. E entende que, se nada for feito, a F1 pode sucumbir pela falta de oportunidades

A temporada 2018 do Mundial de F1 escancarou as grandes diferenças de performance que separa o grupo das três primeiras equipes do grid — Mercedes, Ferrari e Red Bull — do equilibrado resto do pelotão, a ponto de muitos dividirem o esporte como F1 A e B. De todas as 63 posições de pódio em 2018, apenas uma vez teve um piloto de time do meio do grid: Sergio Pérez. O mexicano faturou seu oitavo troféu na carreira ao terminar o GP do Azerbaijão em terceiro lugar.
 
‘Checo’, que terminou 2016 e 2017 como sétimo colocado, o ‘melhor do resto’ no grid, na última temporada finalizou em oitavo, ficando a apenas sete pontos da Renault de Nico Hülkenberg. No entanto, a diferença para Daniel Ricciardo, o último dentre o grupo de pilotos das três melhores equipes do grid, foi de mais de 100 pontos. Em corridas como o GP do México, por exemplo, os carros dos times intermediários ficaram duas voltas atrás do vencedor, Lewis Hamilton.
 
E é justamente essa desigualdade de forças que preocupa Pérez. “Acho que o esporte está em risco. Corremos o risco de perder muitos fãs, muita torcida, muitos pilotos também”, disse o mexicano ao ser perguntado pelo GRANDE PRÊMIO no fim de semana do GP do Brasil de F1.
Sergio Pérez se mostrou preocupado com os rumos da F1 (Foto: Racing Point Force India)

“Tenho oito anos na F1, estou chegando quase aos meus dez anos na categoria, e há muitos outros pilotos no mesmo pacote, grandes pilotos com muito talento, que que não têm às mãos uma Mercedes para ganhar o título, para ganhar corrida. Isso é o que precisa mudar com urgência na F1 para que não percamos grandes pilotos e nem os fãs que nós temos”, alertou.

 
Questionado se o teto de gastos é uma medida importante para reduzir o desequilíbrio entre as equipes, Pérez concordou. 
 
“Sim, é a parte mais importante. A F1 não pode sobreviver por muitos anos assim. Na última corrida [GP do México], o sexto lugar ficou duas voltas atrás. Isso é algo que não se pode permitir, é preciso de mudanças drásticas na F1. Tem de ser um esporte mais competitivo e que o melhor vença. A melhor equipe, o melhor piloto, acho que isso vai levantar muito a F1”, disse.
 
Ao GP, Pérez deixou claro que ainda não desistiu de voltar a defender uma equipe de ponta. Mas considera que, no momento e com as oportunidades que tem à disposição, seguir na Force India, ou Racing Point a partir de 2019, é a melhor opção para seguir conquistando os melhores resultados possíveis.
 
“Esse é o objetivo. E também espero que a F1 mude, que possa ter mais oportunidades em outras equipes, que não seja possível ganhar campeonatos apenas na Ferrari ou Mercedes, que tenha só três equipes no grid que possam vencer. Estou no mesmo barco que os 16 pilotos do resto”, comentou.
 
“Nos últimos anos fomos os melhores do resto, então é o que sempre disse, que se não estou nas três melhores equipes, esta equipe é a melhor em que eu posso estar, especialmente com o futuro tão promissor que ela tem”, complementou ‘Checo’, animado com o futuro da Racing Point e o orçamento reforçado com a aquisição do time por parte do consórcio liderado por Lawrence Stroll.

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