Fittipaldi e Mazepin mudam biografias nas redes sociais e acendem rumores sobre Haas

Ao mesmo tempo em que Pietro Fittipaldi escreveu na biografia das redes sociais Instagram e Twitter a inscrição ‘Haas F1 Driver’ (piloto de F1 da Haas, em tradução livre), Nikita Mazepin retirou qualquer menção sobre a equipe norte-americana, escrevendo apenas piloto profissional de corridas. O russo cometeu abuso sexual contra uma modelo no começo deste mês

Desde que Nikita Mazepin publicou um vídeo (apagado pouco depois) em que mostrava uma clara atitude de abuso sexual (o que a legislação brasileira define como importunação sexual) ao tocar o seio de uma modelo sem seu consentimento, o futuro do piloto russo de 21 anos, que em 1º de dezembro foi anunciado pela Haas como um dos titulares para a temporada 2021 da Fórmula 1, tem sido colocado em debate. Uma campanha na internet, que usa a hashtag #WeSayNoToMazepin (Nós dizemos não a Mazepin, em tradução livre), ganhou as redes sociais, e uma petição online pedindo a sua demissão da equipe norte-americana ganhou mais de 40 mil assinaturas. Ao mesmo tempo, Pietro Fittipaldi, que fez a sua estreia na Fórmula 1 e disputou as duas últimas corridas de 2020 em substituição a Romain Grosjean — em recuperação depois do acidente gravíssimo sofrido no GP do Bahrein —, foi bastante elogiado pela cúpula da Haas, especialmente pelo chefe, o italiano Guenther Steiner.

Nos últimos dias, usuários das redes sociais perceberam uma mudança nas respectivas descrições — ou biografias — dos dois pilotos no Instagram e no Twitter. Enquanto o brasileiro escreveu a frase ‘Haas F1 Driver’ (ou piloto de F1 da Haas, em tradução livre), Mazepin retirou qualquer menção à equipe de Kannapolis e mudou a descrição para ‘Professional Racing Driver’, ou piloto profissional de corridas.

Embora Mazepin e Haas continuem se seguindo nas duas redes sociais citadas, a não-menção do russo à escuderia norte-americana pode ser entendida como uma forma de evitar uma relação maior entre o piloto e a equipe enquanto a chefia, liderada por Gene Haas e Guenther Steiner, buscam uma solução para o caso. Publicamente, a Haas foi incisiva na primeira declaração ao condenar a atitude “abominável” de Mazepin, mas depois Steiner se esquivou de falar sobre o caso, prometendo uma resolução interna a respeito.

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NIKITA MAZEPIN; TWITTER; REDES SOCIAIS;
No Instagram, também não há nenhuma menção à Haas na chamada ‘bio’ de Mazepin (Foto: Reprodução)

“Sabemos disso sobre Nikita e acho que posso mantê-lo sob controle”, disse Steiner à emissora Channel 4. “Olho para a performance dele. Em relação ao resto, podemos ajudá-lo. Só temos de garantir que ele não continue fazendo essas coisas e guiá-lo nessa direção”, completou.

Em outra entrevista, ainda em Abu Dhabi, Steiner assegurou que vai lidar com a questão, mas reconheceu que o público talvez nunca saiba qual a postura adotada pela equipe. O dirigente tampouco disse como a Haas pretende manter o piloto sob controle.

“Nós tínhamos a corrida, então não foquei nisso. Esse vai ser o meu trabalho nas próximas semanas, quando voltar para o escritório. Estou viajando, e aí vou lidar com isso”, contou. “Mas nós conversamos antes do início do fim de semana e eu disse que não fazia sentido fazer alguma coisa agora, porque existe um foco, que precisa ser mantido”, defendeu.

A Fórmula 1, que no meio do ano lançou a campanha #WeRaceAsOne (corremos como um só, em tradução livre), demorou um dia inteiro para, na manhã do dia 10 de dezembro, posterior ao dia em que o abuso protagonizado por Mazepin veio à tona, e se pronunciou com uma mera postagem protocolar nas suas redes sociais.

PIETRO FITTIPALDI; HAAS; TWITTER;
Pietro Fittipaldi tem na biografia do seu Twitter a inscrição ‘Haas F1 Driver’ (Foto: Reprodução)

O fato é que, enquanto lida com o escândalo protagonizado por um piloto que ainda sequer entrou no carro — vale lembrar que apenas Mick Schumacher, campeão da Fórmula 2 e contratado como titular da Haas também para 2021, foi o único piloto da equipe a participar do teste pós-temporada em Abu Dhabi no último dia 15 —, a equipe tem pela frente uma questão financeira a resolver.

Segundo informações do paddock, estima-se que a família Mazepin vai aportar à Haas uma quantia próxima dos US$ 40 milhões (ou R$ 204 milhões) por temporada para garantir o posto de titular a Nikita. Entende-se que a decisão da equipe passa diretamente por uma encruzilhada: dispensar um piloto que mancha a sua reputação diante de um condenável caso de assédio ou assegurar a sobrevivência financeira e passar por cima do caso depois de um tempo.

Ao mesmo tempo, Fittipaldi também tem um patrocinador de muita força na Fórmula 1. A operadora de telefonia e TV Claro, de propriedade do grupo mexicano América Móvil, do bilionário Carlos Slim, é a maior apoiadora do piloto brasileiro e fincou raízes no grid do mundial principalmente com Sergio Pérez, que teve anunciada sua ida para a Red Bull na última quinta-feira.

A recente mudança nas biografias de Fittipaldi e Mazepin lembra outra situação, essa sem relação com escândalo algum, com George Russell e Valtteri Bottas. Os dois pilotos retiraram as menções às respectivas equipes Williams e Mercedes depois do GP de Sakhir em que Russell substituiu Lewis Hamilton, brilhou e quase venceu a corrida, enquanto o finlandês foi um dos grandes perdedores daquela etapa.

A mudança também gerou muitos rumores, brincadeiras e causou um alvoroço nas redes sociais, mas Toto Wolff, chefe da Mercedes, garantiu que tudo segue como está para 2021.

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