Piloto mais experiente do grid, Button clama por mudanças e diz que F1 precisa ser “insanamente rápida” e “inalcançável”

Com 284 GPs, 15 vitórias e um título mundial na conta, Jenson Button aprendeu uma coisa ou outra sobre F1 desde que entrou no Mundial em 2000. Para ele, a categoria deveria se distanciar o tanto quanto for possível de outros campeonatos e parecer intocável

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O piloto com mais corridas no grid da F1 atual – são 284 – e campeão mundial de 2009, Jenson Button, acha que a categoria precisa ser mais inalcançável para fãs e outros campeonatos. É assim, se distanciando do resto do mundo, que a F1 vai reencontrar seu caminho de tempos mais gloriosos.
 
Não se trata de uma opinião exatamente singular de Button. Outros pilotos, especialmente os mais experientes, pensam de forma parecida – o companheiro Fernando Alonso, por exemplo. Button, um dos diretores da GPDA ao lado de Sebastian Vettel. quer ver mais barulho e muito – mas muito – mais velocidade. 
 
"A F1 precisa ser mais barulhenta. Precisa ser insanamente rápida. Precisa ser quase intocável e inalcançável para a maioria dos pilotos. No momento, não é. Os pilotos da GP2 estão 2s ou 3s atrás de nós, assim como outras categorias. Precisa existir uma distância maior. As crianças precisam se animar com a ideia de ver um F1. Acho que isso se perdeu um pouco", disse.
Button pensa como Alonso (Foto: Getty Images)
"Espero que ano que vem, como essas novas regras, consigamos um pouco disso de volta. Nosso motor tem um som legal. As outras fornecedoras fizeram motores mais altos [que os últimos V6 turbo]; nós, muito mais alto. Não está ruim, mas não está chegando a 20 mil rpm, então algo está faltando", falou. "Ainda é sexy e divertido. Só acho que precisa de mais barulho", afirmou.
 
Jenson, no entanto, crê que o aumento de velocidade só vai funcionar caso o grip mecânico vindo dos pneus aumente junto. Um tamanho maior dos pneus ajudaria neste caso. 
 
"As regulamentações para o ano que vem devem mudar. Se você tem muito mais grip mecânico a corrida ainda vai ser ótima, mas os carros serão bem mais rápidos nas curvas, o que é bom porque a condição física do piloto importa. O piloto passa a poder ser um fator limitador nas curvas, o que é exatamente o que o esporte precisa", avaliou.
 
"Não acho que os pneus estão nos dando a aderência que queremos. Os pilotos sempre vão querer mais aderência dos pneus. É grip mecânico. O pneu ultramacio é bom e ajuda em lugares como Mônaco e Canadá. Realmente nos levam três anos de volta no tempo, porque os pneus estão cada vez mais duros", seguiu.
Jenson Button (Foto: Getty Images)
Mas entre tudo o que falou, o que mais deixou Button reticente foi o novo formato do treino de classificação. Não que o inglês desaprove – ele não criticou abertamente -, mas disse que achou tudo muito confuso até para alguém experiente como ele. Caso funcione com o público, porém, tudo bem.
 
"Há muitas coisas na F1 que precisam ser mudadas, acho que a F1 entende. Há mudança acontecendo, o que é bom. A classificação não precisa ser uma delas. É importante a F1 como um todo entender que sempre precisamos analisar mais possibilidades para fazer o esporte ser melhor", falou. 
 
"Talvez isso até seja melhor para os fãs, mas eu queria que eles entendessem, porque pessoalmente achei confuso – e eu conheço o esporte muito bem. Se funcionar bem, ótimo, porque é grande parte do nosso esporte. Mas eu gosto do sistema atual. E se esse sistema eliminatório vai ser melhor, não sei, mas parece complicado", encerrou.
 
A temporada 2016, provavelmente última da carreira de Button na F1, começa com o GP da Austrália em 20 de março.
 
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