Pirelli diz que times não se interessam e vê "desperdício de dinheiro" em guerra de pneus na F1

Paul Hembery, diretor-esportivo da Pirelli, afirmou que as equipes da F1 não têm interesse de que haja uma disputa entre fabricantes de pneus na categoria. Dirigente ponderou que rivalidade resulta em um gasto desnecessário

No que depender de Paul Hembery, diretor-esportivo da Pirelli, a F1 não voltará tão cedo a ter disputa entre fabricantes de pneus. Em uma entrevista coletiva realizada por meio de uma videoconferência na sede da empresa, em São Paulo, na última quinta-feira (8), o dirigente avaliou que as equipes do Mundial não têm interesse nesse tipo de competição, justificante que a batalha entre duas fornecedoras representa um gasto financeiro elevado e desnecessário.

“Não é uma decisão nossa. Os times não tem interesse em ter uma competição de pneus, porque é desperdício de dinheiro em tecnologia que eles não estão particularmente interessados”, afirmou. “Representa uma variável que eles não podem controlar. No momento, os times são unânimes de que eles não querem uma competição entre fabricantes de pneus”, apontou.
 

Pirelli é a fornecedora única da F1 atualmente (Foto: Pirelli)

Hembery lembrou o problema que aconteceu em Indianápolis, em 2005, quando apenas seis carros, que corriam com pneus Bridgestone, conseguiram correr nos Estados Unidos, já que os pneus Michelin não suportavam as exigências do traçado. O dirigente ponderou ainda que problemas deste tipo não interessam nem aos times, nem aos fabricantes.

“No fim das contas, o campeonato é sobre pilotos e carros e ter fabricantes de pneus envolvidos como no passado, é um elemento que os times realmente não apreciam”, defendeu. “Quando você tem uma situação como em Indianápolis, que por conta de uma batalha entre os fabricantes, a corrida foi cancelada, ninguém quer isso. Nenhum fabricante quer isso. Isso significa que você trabalha em uma área que o esporte não precisa e que não tem valor ao esporte.”

O dirigente reconheceu, entretanto, que seria interessante ter um rival na F1, mas ressaltou que a disputa não beneficia as empresas já que é difícil mostrar ao público a influência dos compostos no resultado final. “Se a Pirelli gostaria ou não, depende das regras. Olhando de um ponto de vista pessoal, claro, eu adoraria ter competição, porque é isso que motiva qualquer companhia”, avaliou.

“No entanto, olhando para isso de forma pragmática, do ponto de vista dos negócios, você gasta milhares de euros para ir meio segundo mais rápido e o público nem percebe o seu trabalho, pois, no fim, quando você ganha uma corrida, o piloto ganha a corrida, o carro vence a corrida, mas se você perde, a culpa é sempre do pneu.”

“Então não há forma de você convencer o público de que você é melhor que outro fabricante”, alegou, citando o exemplo de Sébastien Loeb, no Mundial de Rali. “Eu bom exemplo disso é, provavelmente, Sébastien Loeb no Mundial de Rali. Nove vezes campeão mundial. Ele estava vencendo com um fornecedor de pneus, ele mudou para Pirelli, continuou vencendo, mudou para outro fabricante e venceu de novo”, recordou. “Então, não há como, mesmo nos anos em que havia competição, de você poder dizer que o seu pneu é melhor, pois era, claramente, Sébastien Loeb e um carro muito, muito bom.”

“O mundo todo se afastou das competições de pneus. Existem muito poucos campeonatos onde existe competição entre os fabricantes de pneus e existem razões muito boas para isso”, concluiu.

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