Pit-stop inesperado e segurança: por que Mercedes contrariou Bottas em Mugello

Durante a segunda metade do GP da Toscana do último domingo, Valtteri Bottas surpreendeu ao pedir à Mercedes “o oposto de Lewis Hamilton” na estratégia de pneus para a segunda parada. Mas tanto o finlandês quanto o hexacampeão do mundo tiveram compostos duros para a nova troca. A Mercedes disse que as circunstâncias impediram uma tática distinta

Uma frase proferida por Valtteri Bottas durante o GP da Toscana do último domingo (13) chamou a atenção: “Para o segundo jogo de pneus, quero estratégia oposta à de Lewis Hamilton”, pediu o finlandês via rádio à Mercedes. O dono do carro #77 estava na segunda colocação, atrás do hexacampeão do mundo, e queria lançar mão de uma alternativa para tentar a vitória em Mugello. Bottas, que reclamava de vibrações nos pneus médios, sobretudo os dianteiros, foi chamado para fazer o pit-stop na volta 31, colocando compostos duros. No giro seguinte, foi a vez de Hamilton fazer sua parada. E a Mercedes adotou a mesma estratégia, optando também pela borracha mais durável.

Mas o que levou a Mercedes a contrariar o pedido de Bottas? James Vowles, chefe de estratégia da escuderia hexacampeã do mundo, explicou que não houve uma negativa por si só, mas a escolha da mesma estratégia para os dois pilotos foi motivada para evitar que o filme visto nas voltas finais do GP da Inglaterra — com pneus furados tanto para Hamilton quanto para Bottas no fim da corrida — se repetisse em Mugello.

Valtteri Bottas pediu estratégia de pneus diferente de Hamilton em Mugello. Foi contrariado (Foto: AFP)

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“Perto da 30ª volta da corrida, os dois carros estavam com os pneus médios e entrando em seus stints. Esperávamos fazer só mais um pit-stop antes do fim da corrida. Começamos a perceber, por volta do giro 29, 30, uma vibração nos pneus dianteiros de Valtteri, que estava ficando cada vez mais significativa. Era algo parecido com o que vimos em Silverstone e, portanto, desta vez, queríamos evitar que quaisquer incidentes ocorressem”, contou James em vídeo divulgado pela Mercedes sobre a prova na Itália.

“Como resultado disso, em vez de chamar Lewis primeiro, por que ele tinha a prioridade, trouxemos Valtteri e analisamos qual seria o melhor composto para aquela circunstância. Levando em conta que o desgaste dos pneus médios foi maior que o esperado e que o stint foi mais curto do que gostaríamos, e como estávamos à frente, optamos pelo pneu duro”, justificou.

O engenheiro ressaltou que não teria problemas em adotar uma estratégia distinta para Bottas, mas manteve a tese de que as circunstâncias ao longo da corrida impediram que Hamilton, que teve seu pit-stop uma volta depois do finlandês, partisse com um composto diferente para o novo stint.

“O que íamos fazer era fazer o pit-stop de Hamilton primeiro, de novo, ele tem a prioridade para o pit-stop, e seja qual seja o pneu que ele tivesse colocado, ficaríamos mais do que felizes em fazer algo diferente com Valtteri. Mas esta não foi uma parada planejada, fomos nós reagindo a um problema e, como resultado disso, optamos pelo que era seguro”, garantiu Vowles.

A fala do estrategista da Mercedes foi endossada pelo chefe da Mercedes, Toto Wolff. “Conversamos sobre isso. Valtteri queria ter uma opção estratégica com os pneus. Mas então, obviamente, tudo virou de cabeça para baixo. Não consigo nem lembrar em que volta ele veio, mas tudo ficou diferente depois”, disse o austríaco.

No fim das contas, Hamilton alcançou a vitória no GP da Toscana, a 90ª da sua laureada carreira na Fórmula 1, enquanto Bottas teve de se contentar com o segundo lugar.

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