Por Alonso, Briatore revela contato quase diário com chefe da Renault “para ajudar”

O ex-dirigente italiano, hoje com 70 anos, descartou a possibilidade de voltar à Fórmula 1, mas, mesmo indiretamente, se encontra envolvido com a categoria como gestor da carreira de Fernando Alonso. Por isso, revelou que conversa constantemente com Cyril Abiteboul, que atualmente ocupa a função que já foi de Flavio Briatore

Desde que começaram os primeiros rumores a respeito do retorno de Fernando Alonso à Renault, muito se falou que o regresso estaria condicionado à volta de Flavio Briatore ao time de Enstone. O ex-dirigente italiano, hoje com 70 anos, foi o chefe da equipe nos anos de glória e dos títulos mundiais em 2005 e 2006, conquistados pelo espanhol. Alonso assinou contrato e vai voltar à velha casa a partir de 2021, mas o empresário deixou claro que prefere estar nos bastidores. Briatore revelou que conversa praticamente todo dia com Cyril Abiteboul, atual chefe da Renault, para tentar ajudar a escuderia anglo-francesa a reencontrar o rumo das vitórias na Fórmula 1.

Em entrevista ao site italiano L’Insider, Flavio não escondeu que segue sendo o responsável pela carreira de Alonso e desempenhou papel importante nas negociações com a Renault para o regresso do bicampeão. Agora, é o próprio Briatore quem tenta emprestar um pouco da sua experiência para ajudar a ex-equipe a preparar o terreno para a volta do pupilo no ano que vem.

Flavio Briatore segue sendo o responsável por gerenciar a carreira de Fernando Alonso (Foto: Renault)

“Conheço a Renault muito bem. Estive por lá por oito anos. Sei exatamente o que acontece, são bons no aspecto técnico, do lado do motor podem fazer um bom trabalho e, na parte de Enstone, a do chassi, tem de se modernizar e se reforçar. Mas falo quase todo dia com Cyril, tentamos ajudar a voltar a ter uma equipe competitiva de novo, como nos nossos tempos”, disse o italiano.

O empresário sabe, contudo, que só há como esperar algo da equipe de Enstone depois da mudança de regulamento que a Fórmula 1 vai implementar dentro de dois anos. “Quais são as ambições? Temos de ser realistas. A Renault deveria focar em 2022 porque para 2021 os carros vão ser iguais, as regras vão ser mantidas”.

Na visão de Briatore, por mais que veja em Alonso a capacidade necessária para voltar a ser bem-sucedido na Fórmula 1, nada se faz sem um grande carro às mãos.

Fernando Alonso ainda é um grande piloto, de modo que, se tiver um carro, vai fazer a diferença. Obviamente, um piloto não pode fazer uma diferença enorme. Ele pode melhorar o carro uns 0s2 ou 0s3 e isso é muito, mas não pode avançar 1s. O carro deve ser melhor tecnicamente, e assim Fernando pode fazer a diferença”, salientou Flavio, que ressaltou a dedicação de Alonso na sua preparação física e motivacional nos últimos meses.

“Fernando ficou dois anos fora da Fórmula 1 e recarregou suas baterias. Está bem demais, pesa 4 ou 5 kg a menos da época em que estava na McLaren, há dois anos”, garantiu.

Questionado se a atuação como uma espécie de consultor informal de Abiteboul é um preparativo para seu retorno à Fórmula 1, no entanto, Briatore negou de forma veemente. Flavio deixou a Renault e a categoria em 2009, na esteira do escândalo no GP de Singapura do ano anterior, quando o ex-dirigente e Nelsinho Piquet tramaram uma batida proposital durante a corrida para beneficiar Alonso, que venceu a prova.

“Vejo a Fórmula 1, mas não é a minha principal preocupação agora, nem sequer está nos meus dez principais hobbies. Durante 20 anos, foi muito importante, ocupou um terço da minha vida. Tenho muitos amigos na F1, com os quais mantenho contato sempre porque ainda gerencio a carreira de Fernando Alonso e acabamos de definir o acordo com a F1. Mas não sinto falta da F1, pelo menos por agora, não. Não vou mudar de opinião e, de qualquer forma, não há oportunidade para voltar”, concluiu.

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