Por que estratégia de Hamilton não deu certo no GP da Turquia

Comunicações entre Lewis Hamilton e seu engenheiro, Peter Bonnington, revelam que decisão do piloto de permanecer na pista foi primordial para perda de pódio

F1 na Turquia: Tudo sobre a corrida em Istambul

Durante a disputa do GP da Turquia, no último domingo (10), Lewis Hamilton se mostrou bastante irritado com a Mercedes pelo rádio após parar nos boxes e calçar novos pneus intermediários, que o fizeram perder rendimento e consequentemente, o pódio. No entanto, a comunicação pelo rádio entre o britânico e sua equipe mostrou que o piloto não quis fazer sua parada quando foi chamado pela escuderia, e foi essa decisão que afetou suas chances de terminar em terceiro. Um dia depois, após analisar o resultado, o britânico negou estar com raiva do time.

Largando em 11º, Hamilton conseguiu subir até a 5ª colocação. Os pilotos à sua frente começaram a ir aos boxes para efetuar a troca de pneus na volta 36, e o inglês foi chamado cinco giros depois, três voltas após seu companheiro e vencedor da etapa, Valtteri Bottas. No entanto, preferiu manter-se na pista. Naquele momento, o britânico imaginava que a pista iria secar e um novo jogo de slicks seria necessário, ou seja, todos teriam que parar novamente. Lewis buscava uma vantagem estratégica e queria ficar em posição de parar apenas uma vez, para botar os slicks.

E de fato, em um primeiro momento, os pilotos que trocaram seus compostos por um novo jogo de intermediários tiveram problemas com a granulação do pneu e perderam aderência. No entanto, logo em seguida o pneu ficou melhor adaptado à pista e seus tempos começaram a baixar.

Quando Hamilton se aproximou de Sergio Pérez, o piloto da Mercedes partiu para o ataque, tentando a ultrapassagem sobre o carro da Red Bull, que se defendeu bem. O inglês não conseguiu e perdeu 5s para os carros da frente. Então, Max Verstappen, companheiro de ‘Checo’, foi chamado pela equipe austríaca, já que o tempo perdido por Hamilton seria o suficiente para o holandês parar e retornar à pista na frente do heptacampeão. E foi exatamente o que aconteceu.

Neste momento, a estratégia de Hamilton já havia se complicado. O piloto ainda pediu para a Mercedes lhe chamar uma volta antes de Pérez, buscando um “undercut”, porém o mexicano parou no giro seguinte e excluiu esta possibilidade. Assim, em terceiro, só restava ao britânico permanecer na pista e torcer para que ela secasse, já que uma parada acabaria com suas chances de chegar ao pódio.

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Lewis Hamilton tentou ultrapassar Sergio Pérez, da Red Bull, e acabou perdendo tempo em relação aos ponteiros (Foto: Mercedes)

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No entanto, conforme a corrida foi chegando ao fim, a percepção da Mercedes foi de que não seria possível completar a prova com o mesmo jogo de pneus da largada, algo que Esteban Ocon, da Alpine, conseguiu fazer. Hamilton, por outro lado, ainda acreditava na chance, e preferia permanecer na pista. Isto durou até a volta 50, quando a Mercedes avisou o piloto de que seria sua última chance de parar e voltar à frente de Pierre Gasly, da AlphaTauri. Ainda descrente de que essa seria a melhor opção, Hamilton atendeu ao chamado e entrou nos boxes, botando pneus intermediários e voltando à frente do francês.

No entanto, foi neste retorno à pista que o piloto começou a perder rendimento, pois enquanto Gasly já havia passado da fase de granulação dos pneus, com 14 voltas em seu jogo de intermediários, Hamilton lutava por aderência e ia perdendo cada vez mais tempo, vendo o francês se aproximar cada vez mais e expondo sua revolta pelo rádio. De acordo com o próprio piloto, sua frustração se deu por estar conseguindo “enxergar o segundo” e de repente se encontrar em quinto. O porém é que foi a própria decisão de Hamilton, de não escutar a Mercedes e permanecer na pista, que lhe causou a perda de posições.

Após o encerramento da corrida, com Bottas em primeiro, Verstappen em segundo e Pérez em terceiro, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, admitiu que a estratégia não funcionou. Caso o heptacampeão parasse junto aos carros da Red Bull, poderia manter a mesma distância para os rivais e tentar a ultrapassagem na pista. Hamilton buscou uma vantagem estratégica, e desta vez não funcionou.

Com o segundo lugar na Turquia, Max Verstappen reassumiu a liderança do Mundial de Pilotos, seis pontos à frente de Hamilton, que terá mais seis etapas pela frente para tentar buscar seu oitavo título mundial. No entanto, com a Red Bull acertando em cada ação tomada na pista e a Mercedes se complicando sozinha, o holandês vai cada vez mais se aproximando de seu primeiro troféu da F1.

Fórmula 1 volta a acelerar dentro de duas semanas para o GP dos Estados Unidos, no Circuito das Américas, em Austin.

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