Por quebra de acordo antitruste, posse de ações da F1 pela FIA é investigada na Comissão de Concorrência da Europa

Política britânica escreveu à Comissão de Concorrência da Europa para questionar a posse de ações da F1 pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo). Acordo antitruste feito em 2011 determinava que o papel da entidade deveria ser limitado ao de órgão regulador

A Comissão de Concorrência da Europa decidiu averiguar as alegações de uma política britânica de que os gestores da F1 quebraram um acordo antitruste ao adquirir uma fatia de 1% do Mundial. 
 
De acordo com a revista norte-americana ‘Forbes’, a FIA (Federação Internacional de Automobilismo) adquiriu uma fatia de 1,06% das ações da Delta Topco, a empresa-mãe da F1, e se tornou acionista mais cedo do que o esperado. 
 
Falando ao jornal inglês ‘The Guardian’, o chefão Bernie Ecclestone explicou que “a FIA recebe 1% das ações se a F1 flutuar” e, mesmo sem essa flutuação, as ações já mudaram de dono.
Ações da FIA resultam em investigação na Europa (Foto: Getty Images)
Em 2001, a FIA e a Comissão Europeia fizeram um acordo antitruste que proibia a entidade de ter ações da F1. “O papel da FIA será limitado ao de regulador do esporte, sem conflitos de interesse comerciais”, diz o acordo. “Para evitar o conflito de interesses, a FIA vendeu todos seus direitos no Mundial de F1”, continua o texto.
 
Em 20 de novembro deste ano, Anneliese Dodds, membro do Parlamento europeu, escreveu a Margrethe Vestager, a Comissária Europeia de Competição, e defendeu que “a Federação obteve um interesse comercial direto no campeonato. Isso parece ser inconsistente com os termos do acordo de 2001”.
 
Além disso, Dodds também focou na criação do Grupo de Estratégia da F1, que inclui Ecclestone, a FIA e seis times — Ferrari, McLaren, Mercedes, Red Bull, Williams e Lotus. Os membros têm peso igual e votaram uma proposta de teto orçamentário de US$ 200 milhões (cerca de R$ 500,4 milhões) que deve ser introduzida em 2015.
 
O orçamento anual dos times chega a US$ 230 milhões em média, mas o Mundial viu nas últimas semanas duas de suas equipes afundarem em dívidas. Caterham e Marussia passaram a ser administradas judicialmente e a segunda só conseguiu voltar ao grid da F1 após realizar uma vaquinha virtual. 
 
“Vários times da F1 e empresas de engenharias relacionadas estão instaladas na minha base eleitoral no sudeste da Inglaterra”, escreveu Dodds, alegando que o colapso dos dois times “resultou na perda de empregos em um setor altamente qualificado da indústria. O fracasso dessas empresas ocorreu em meio a preocupações de que os times menores tenham sido tratados de forma injusta, enquanto também foram excluídos do processo de formulação de regras para a F1”.
 
Em referência ao Grupo de Estratégia, Anneliese escreveu que “é, portanto, perturbador que a FIA agora pareça impotente para agir para garantir que todos os times da F1 sejam tratados de forma justa. De fato, parece que no ano passado a FIA aceitou a diluição de sua autoridade regulatória em um novo acordo com os promotores da F1”.
 
“Eu ficaria agradecida se você pudesse olhar para esta possível quebra da regra de competição e do acordo de 2001 de forma urgente e tomar qualquer ação necessária para garantir que os compromissos assumidos pela FIA estão sendo observados como previsto originalmente”, seguiu.
 
A política inglesa se reuniu com a comissária e, de acordo com uma fonte da ‘Forbes’, “ficou encorajada ao ver que a Comissária estava interessada no problema e tinha prometido avaliar de forma mais detalhada. A Comissária disse que vai responder formalmente à carta de Anneliese, explicando o ponto de vista exato da Comissão sobre esse assunto. Anneliese está determinada a garantir que não exista um comportamento anti-competitivo acontecendo e, se estiver, que seja tratado de forma adequada”.
 
A carta de Dodds chega dias após três times do Mundial — que não pertencem ao Grupo de Estratégia — terem escrito para Ecclestone acusando a F1 de operar em “cartel”. A carta foi escrita pelo chefe da Force India, Bob Fernley, e assinada por Lotus e Sauber.
 
Em entrevista à ‘Press Association’, Ecclestone reagiu à carta de Fernley. “Espero que ele entenda qual a definição de cartel, e, se entende, como ele pode acreditar que exista um cartel”.
 
Embora dilua o poder da FIA, o Grupo de Estratégia não neutraliza a atuação da entidade, o que pode pesar na resposta da Comissão, especialmente porque permite que os times tenham mais poder de voto. 
 
Em 2009, a Comissão de Concorrência já havia recebido uma queixa em relação à F1. Na época, o jornal inglês ‘Daily Telegraph’ noticiou que a reclamação estava relacionada ao processo seletivo de novas equipes, alegando que a FIA forçava os times a usarem os motores Cosworth.
 
Cinco anos mais tarde, a fabricantes de motores não está mais no esporte, enquanto dois dos três times tiveram de encerrar suas atividades — Hispania e Marussia — e o outro ainda busca alternativas para tentar sobreviver — Caterham.
 
O MELHOR FELIPE

O excelente desempenho de Felipe Massa no GP de Abu Dhabi do último domingo deixou o engenheiro-chefe da Williams, Rob Smedley, encantado. O inglês, que trabalhou com o piloto durante oito temporadas na Ferrari e o conhece muitíssimo bem, não hesitou ao dizer que viu na Marina de Yas “o melhor Felipe”.

Massa, que largou em quarto, pulou para terceiro na largada e ganhou mais uma posição com os problemas mecânicos de Nico Rosberg. Apresentando um excelente ritmo, foi o único que usou dois jogos de pneus supermacios e pressionou Lewis Hamilton nas voltas finais para tentar vencer. Smedley foi só elogios ao desempenho do brasileiro.

Leia a reportagem completa no GRANDE PRÊMIO.

HAMILTON × ROSBERG
AS 100 MELHORES IMAGENS

Lewis Hamilton entrou no último domingo (23), em Abu Dhabi, para o seleto grupo de bicampeões da F1. Com uma vitória segura na derradeira etapa da temporada 2014, o inglês da Mercedes derrotou o companheiro de equipe Nico Rosberg, com uma vantagem de 67 pontos. Mas o campeonato deste ano foi bem mais acirrado do que essa diferença indica.

O GRANDE PRÊMIO fez uma seleção das 100 melhores imagens dessa intensa batalha. A galeria especial conta a história de como Hamilton conseguiu vencer o Mundial pode ser vista aqui.

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