Presidente justifica veto e diz que entregar motores à Red Bull seria “perigoso para a competitividade da Ferrari”

Uma das grandes novelas da F1 em 2015 foi sobre o futuro fornecedor de motores da Red Bull para a próxima temporada. A equipe chefiada por Christian Horner se mostrou muito insatisfeita com a falta de potência e confiabilidade dos propulsores construídos pela Renault, bateu o pé e ameaçou até mesmo se retirar do esporte caso não pudesse contar com uma unidade de potência competitiva para 2016. Entretanto, mesmo com todos os apelos, Ferrari e Mercedes negaram o fornecimento aos taurinos, que vão ficar com o que já têm: ou seja, motores Renault rebatizados como TAG Heuer e preparados por Mario Illien, o ‘mago dos motores’.

 

Sergio Marchionne, presidente da Ferrari, justificou o veto da montadora italiana à Red Bull. Enquanto Horner chegou a falar que as rivais têm medo do potencial da equipe taurina, o mandatário de Maranello seguiu uma linha semelhante ao deixar claro que o time anglo-austríaco representaria uma ameaça caso contasse com os mesmos motores dos carros de Sebastian Vettel e Kimi Räikkönen, oferecendo um perigo real à equipe Ferrari.

“Tivemos de lidar com algumas incertezas sobre nossa arquitetura e tivemos de fazer uma ponte sobre essa diferença tecnológica. Então, comprometer-se a entregar uma unidade de potência equivalente a uma equipe que tem capacidade técnica e de chassi para competir poderia ter sido perigoso para a competitividade da Ferrari”, declarou Marchionne durante evento de fim de ano promovido recentemente em Maranello.

 

Na visão do mandatário, não faz sentido preparar motores para que outra equipe de ponta que não seja a Ferrari tenha totais condições de brigar pelas primeiras posições na F1.

 

“Meu principal compromisso é apoiar e proteger a Ferrari. Não estou interessado em bater a Mercedes com a Red Bull”, disse.

 

“Se alguém me diz ‘vamos usar o motor Ferrari para que possamos bater a Mercedes’, eu não me interesso neste tipo de argumento. Quero que a Ferrari vença. Sabemos que as habilidades da Red Bull são boas, eles nos destruíram com Sebastian Vettel e conquistaram títulos”, salientou, considerando a força da equipe de Milton Keynes, que faturou oito títulos entre 2010 e 2013.

 

Marchionne também considera ser injusto entregar motores para uma cliente que gasta a maior parte do seu orçamento para desenvolver um chassi competitivo, enquanto a Ferrari precisa desembolsar milhões de euros para manter o desenvolvimento da sua unidade de potência.

 

“Se a gente olhar para o fato de que a Red Bull investe grandes quantias para desenvolver seu chassi e, em seguida, os equipa com uma unidade de potência a um preço determinado que reflete o investimento muito maior em relação ao que é pago, isso se reflete como desigualdade na pista. E nós não estamos interessados nisso”, bradou o executivo italiano.

 

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