Prévia: Mercedes tem só uma semana para tentar juntar cacos e se recuperar no Japão

Ninguém esperava uma Mercedes tão fora de ritmo no GP de Cingapura, no último fim de semana. Pela primeira vez desde que passou a dominar a F1, o time de Stuttgart nem fez a pole, nem foi ao pódio. Agora, vai tentar se recuperar em Suzuka, uma pista que tende a ser boa para Ferrari e Red Bull

“Secar” a Mercedes virou quase que um esporte para os fãs de F1 nos últimos 20 meses — exceto, é claro, para os torcedores do time alemão e de seus pilotos, Lewis Hamilton e Nico Rosberg. Mas nem o mais otimista dos secadores poderia esperar o que aconteceu no GP de Cingapura.
 
De repente, a Mercedes não só tinha que se preocupar com a chegada da Ferrari para incomodá-la e quem sabe tirar Lewis ou Nico da primeira fila. Na verdade, as Flechas de Prata precisaram se esforçar para garantir lugar na terceira fila do grid. Na corrida, não passou de um quarto lugar com Rosberg, enquanto Hamilton abandonou.
 
OK, andar mal uma vez pode acontecer. É corrigir as falhas, reagir e dar banho de água fria nos rivais na próxima vez, certo? Por aí. O problema é que ninguém sabe ainda o que causou as dificuldades enfrentadas em Marina Bay.
E aí, Lewis Hamilton? Vem reação em Suzuka? (Foto: AP)
"Eu não tenho confiança. Eu não tenho informações que me deem essa confiança. Estou esperando que tenha sido uma exceção, mas é muito, muito estranho", afirmou o bicampeão ao ser perguntado, nesta semana, sobre essa volta por cima que a Mercedes agora pretende dar.
 
Lewis deixou Cingapura, no domingo, elogiando o trabalho de todos no time. Considerou que o esforço empregado foi total, que os procedimentos estavam afinados. Rosberg também. Este, porém, falou ainda mais abertamente sobre as dúvidas do corpo de engenheiros. “Não tivemos ritmo para vencer e nem entendemos o porquê. Temos que ver se a próxima pista vai ser diferente e melhor para nós”, falou.
 
Fica difícil até para se preparar essa prévia do GP do Japão, e a ‘bola de segurança’ é crer que o GP de Cingapura foi uma exceção à regra da F1 2015. Agora, a corrida deste domingo pode transformar de vez esta regra.
 
Suzuka, para os padrões da F1 atual, é um circuito único. Difícil apontar outro circuito como o que abriga a 14ª etapa do campeonato. Longo, com sequências de várias curvas e punitivo ao erro do piloto. Um deslize e a volta lançada já era. Levando em conta que é um traçado onde pressão aerodinâmica é importante, mas que também tem grandes retas para o motor Mercedes falar mais alto, o favoritismo volta a Hamilton e Rosberg.
Vindo de vitória em Cingapura, Vettel tem quatro vitórias no GP do Japão em seis corridas em Suzuka (Foto: AP)
No entanto, a Ferrari e a Red Bull podem surpreender novamente. A equipe italiana vem de seu melhor fim de semana em mais de dois anos e tem em Sebastian Vettel um piloto que se dá muito bem em Suzuka. E esse histórico de Vettel em Suzuka, com quatro vitórias em seis oportunidades, foi construído com a Red Bull, cujo chassi é muito equilibrado e pode deixar o time em condições de brigar pelo terceiro pódio do ano. "É uma pista completamente diferente, mas espero que sim. Não esperamos ver a Mercedes com tantas dificuldades aqui, seria uma grande surpresa, mas se acontecer teremos de aproveitar", declarou Vettel. "Os favoritos ainda vão ser os dois carros da Mercedes."
 
E algo que pode tratar de embaralhar este grupo é a previsão do tempo. Após uma quinta-feira chuvosa, a expectativa é que a sexta também seja. Para o sábado, há previsão de tempestade. A meteorologia só indica condições mais tranquilas para o domingo da corrida.
 

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A Williams, que em Cingapura ao menos não foi mal como em Mônaco ou Budapeste, vai brigar para defender o posto de terceira força. A tendência é que, das pistas que restam até o fim do ano, esta seja a última em que a Red Bull lhe represente uma grande ameaça. Valtteri Bottas, quinto colocado no domingo, falou: "Cingapura seria a pista mais difícil do resto do calendário, então pensamos que podemos ser mais competitivos aqui do que no ano passado."
 

É uma corrida para também se ficar de olho na Toro Rosso. O STR10 pode se dar bem no traçado japonês, e os jovens Max Verstappen e Carlos Sainz têm surpreendido em pistas consideradas difíceis. Max arrepiou em Mônaco, por exemplo, ao ficar em segundo em um treino livre. Assim, o time é forte candidato a entrar no Q3 e a pontuar, brigando no pelotão intermediário com Force India e Lotus. Na Force India, Nico Hülkenberg tem uma punição de três posições no grid pelo toque com Felipe Massa no GP de Cingapura. Um pouco mais atrás, Sauber e McLaren.
 
Falando em McLaren, é uma corrida importantíssima para o time, afinal, Suzuka é a casa da Honda. Muito se falou, na retomada da parceria, dos anos de sucesso com Ayrton Senna e Alain Prost. E, afinal de contas, os cinco títulos da Honda como fornecedora de motores no Mundial de Pilotos foram selados em Suzuka: em 1987, com a Williams de Nelson Piquet, e de 1988 a 1991 com Senna, Prost e a McLaren.
 
A viagem para a terra do sol nascente servirá para que uma série de reuniões aconteça, e elas envolverão tanto a parte técnica quanto a parte financeira da parceria.
Button, a McLaren e a Honda têm muitos torcedores no Japão (Foto: AP)
Atenção para a programação: o primeiro treino livre será a partir das 22h (de Brasília) desta quinta, e o segundo, às 2h de sexta-feira. De sexta para sábado, à 0h acontece o terceiro treino livre, com a definição do grid de largada marcada para as 3h. No domingo, o GP do Japão tem início às 2h. O GRANDE PRÊMIO acompanha todas as atividades AO VIVO, em TEMPO REAL e NA ÍNTEGRA.
1) Suzuka é a única pista do calendário com um layout em 8. Na foto, Felipe Massa passa por baixo de uma ponte. Tal configuração faz que o desgaste dos pneus dos lados direito e esquerdo dos carros seja mais uniforme ao longo da corrida.

2) A pista japonesa também gosta de decisões de título: já foram 11. A primeira delas, já na estreia no Mundial, em 1987, com Nelson Piquet. A mais recente, em 2011, com Sebastian Vettel faturando o bi de forma antecipada.

3) E já que falamos de Vettel, bom lembrar que ele venceu quatro das últimas seis corridas lá disputadas. Nas outras duas, foi ao pódio. Ele disputou seis provas no circuito.

4) Mas isso ainda não faz dele o maior vencedor do GP do Japão: Michael Schumacher faturou a prova seis vezes. Também assegurou títulos mundiais lá em 2000 e em 2003.

5) Para o público brasileiro, a última vitória no Japão foi em 2003, com Rubens Barrichello. Também foi lá que aconteceu a última dobradinha do país na F1, em 1990, com Nelson Piquet e Roberto Pupo Moreno. Aquela foi a prova em que Ayrton Senna bateu em Alain Prost para se vingar e garantir o bi.

6) A equipe que mais se dá bem em terras nipônicas é a McLaren: são nove triunfos, sendo um deles em Fuji, em 2007, com Lewis Hamilton.

7) Matemática do título: após o GP de Cingapura, os pilotos da Williams deixaram de ter chances matemáticas de se sagrarem campeões neste ano. Tampouco a Williams pode alcançar a Mercedes para sonhar com o Mundial de Construtores. Nada que vai mudar a cotação do dólar, mas feito o registro.

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