Primeiro brasileiro tricampeão na F1, Nelson Piquet completa 60 anos nesta sexta

Nelson Piquet completa 60 anos nesta sexta-feira e, mesmo fora da F1 desde o início dos anos 1990, ainda segue reverenciado por fãs e admiradores de seu talento e de suas declarações

 
 
Nesta sexta-feira (17), uma das lendas do automobilismo brasileiro completa 60 anos. Carioca de nascimento e candango de criação, Nelson Piquet continuou a trajetória de sucesso do Brasil na F1 e conquistou três títulos na categoria, superando Emerson Fittipaldi, que havia deixado o Mundial no início dos anos 1980 com duas conquistas no currículo. Engraçado, irônico e polêmico, Piquet ficou conhecido por usar sua sinceridade a níveis extremos e falar frases de efeito. Mas na pista foi um dos pilotos mais completos que o esporte a motor já viu.
 
Bom tenista, Piquet trocou a raquete pelo volante no início dos anos 1970, mas o primeiro título só viria em 1976, na F-Super Vê. Campeão, o brasileiro rumou à Europa para disputar o europeu de F3, em 1977, e a F3 inglesa, em 1978. E conquistou o título na terra da rainha ao superar Chico Serra. Naquele mesmo ano, Jack Brabham convidou o então piloto de 28 anos para integrar a equipe. Piquet ainda fez algumas provas pela McLaren antes de acertar definitivamente com a Brabham em 1979.
 
Tendo como companheiro Niki Lauda, então com dois títulos, Piquet chegou a superar o companheiro de equipe em algumas oportunidades, mas não contou com um carro muito confiável e acabou seu primeiro campeonato completo na F1 apenas na 15ª colocação. Ao final daquele ano, o austríaco anunciou sua primeira aposentadoria e o brasileiro teria a missão de liderar a equipe no ano seguinte. E foi o que fez.
1983 foi o ano do bicampeonato de Nelson Piquet (Foto: Divulgação)

Na quarta etapa do campeonato de 1980 veio a primeira vitória, nos Estados Unidos, na Califórnia. Piquet ainda venceria mais duas vezes naquele ano, na Holanda e na Itália, mas não o suficiente para superar o australiano Alan Jones, que acabou ficando com o título. Mais experiente, o ano seguinte seria a glória do piloto, que ficou atrás de Carlos Reutemann durante quase todo campeonato, mas superou o argentino na última corrida e ficou com título por apenas um ponto de diferença.

O ano de 1982 chegou e Piquet venceu apenas uma prova e ainda se envolveu
em uma briga que chegou às vias de fato com o chileno Eliseo Salazar, que tirou o brasileiro da pista no GP da Alemanha e recebeu uns sopapos por isso. Mas o ano seguinte seria novamente de glórias para Piquet. Logo na primeira prova, no Brasil, ele venceu pela primeira vez em casa e rumou para conquistar seu segundo título na categoria, superando Alain Prost por apenas dois pontos ao final daquele ano.

Nas duas temporadas seguintes, o desempenho do motor BMW não foi dos melhores e Piquet decidiu deixar a Brabham ao final de 1985, e acertou com a Williams com seus potentes motores Honda. O primeiro ano de equipe não trouxe título, mas também ficou marcado na memória dos brasileiros, que viram uma dobradinha no GP do Brasil, com Piquet em primeiro e Senna, então na Lotus, na segunda colocação.

O ano de 1987 seria o da consagração definitiva de Piquet na F1. Mais consistente que Mansell, que conquistou o dobro de vitórias, o terceiro título viria com o abandono do piloto inglês no GP do Japão. Com três conquistas, o brasileiro escreveu de vez seu nome na história da categoria. Em seus últimos anos na divisão máxima do automobilismo, Nelson deixou a Williams e ainda correu por Lotus e Benetton, e ainda conquistaria mais três vitórias na F1, somando 23 no total, além das 24 pole-positions até sua retirada definitiva em 1991.

Nelson Piquet se despediu da F1 com três pódios e o sexto lugar no Mundial de 1991 (Foto: Divulgação)

Recusando propostas de equipes menores da F1, o piloto decidiu por um novo desafio: as 500 Milhas de Indianápolis em 1992. Porém, Piquet sofreu um dos mais graves acidentes da história da prova, quando bateu a mais de 370 km/h, fraturando as duas pernas. Determinado a tentar fazer história, ele se recuperou e voltou no ano seguinte, mas logo abandonou a etapa. Porém isso pouco importava, já que seu grande sonho era, ao menos, largar em 1993. E conseguiu.

Ele ainda disputou duas vezes as 24 Horas de Le Mans antes de encerrar definitivamente a carreira em 1997. Quase dez anos depois, ele voltaria a correr nas Mil Milhas Brasileiras, ao lado de Nelsinho Piquet, e voltaria a vencer uma prova oficial após 16 anos. Era a hora de deixar as provas para os filhos. E assim foi.

Após parar de pilotar, ele se dedicou à carreira de Nelsinho, sobretudo após o caso do GP de Cingapura em 2008, armado pela Renault, então comandada por Flavio Briatore. E não foi só isso. Nelsão iniciou uma luta contra o comando da CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo) depois que a entidade afastou Geraldo, seu outro filho, da F-Truck por seis meses.

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