Prost evita críticas à F1 atual, destaca diferenças entre épocas e recorda: "Criticavam quando nada acontecia"

Um dos nomes mais bem-sucedidos da história da categoria, tetracampeão mundial relembra período em que fãs reclamavam da falta de ação nas corridas e demonstra respeito ao atual momento que a F1 atravessa: "Pelo menos temos um show", afirmou

 
A F1 atual está longe de ser unanimidade, até mesmo entre seus fãs. Tudo porque, para os mais críticos, o nível de competitividade atual soa artificial, com tantos recursos propositalmente implantados para que as corridas sejam imprevisíveis – sobretudo com relação às asas móveis e aos frágeis pneus Pirelli, que se desgastam rapidamente mas sempre em níveis diferentes entre uma equipe e outra. 
 
As opiniões estão divididas tanto dentro do paddock quanto entre os espectadores do mundo inteiro. Há quem conteste e critique, mas há, também, quem defenda. A divisão de opiniões é bastante equilibrada, mas há, agora, um nome de peso a defender a categoria como ela está: trata-se de Alain Prost.
 
O tetracampeão mundial saiu em defesa do atual momento da F1 e aproveitou para refrescar a memória dos críticos que achavam ruins as corridas nas épocas em que era previsível que o favorito largaria na pole e, salvo grande surpresa, venceria a corrida.
Alain Prost saiu em defesa da F1 atual (Foto: Pascal Le Segretain/Getty Images)

"No final do dia, você deve lembrar que as pessoas criticavam muito quando um piloto fazia a pole-position, liderava a corrida e nada acontecia", disse Prost em entrevista à revista 'Autosport'. Tais críticas aconteciam não apenas em sua época, como também em qualquer período de domínio exagerado imposto por uma combinação imbatível entre equipe e piloto, como Michael Schumacher e a Ferrari no início dos anos 2000.

 
"Você quer algum equilíbrio, e acho que o compromisso hoje não é ruim, porque pelo menos temos um show", prosseguiu. "Temos uma longa temporada, com um monte de incertezas, e é isso o mais importante para a F1."
 
"Se você tem essas novas tecnologias, isso significa que você tem algo para vender que também é diferente para hoje. E se você ainda tem o show, é ainda melhor."
 
Prost tocou em outro ponto delicado a respeito do atual momento da categoria: a sempre inerente questão a respeito da redução dos custos da F1.
 
"Eu não gosto de criticar muito. Acho que é muito difícil. Muitas vezes estive entre os comissários com a FIA e você sabe como isso é difícil, especialmente quando você está falando sobre dinheiro."
 
"Se você quer reduzir os custos, é muito difícil encontrar as coisas certas. Então não quero criticar muito", explicou.
 
Por fim, Prost, dono de 51 vitórias, 33 poles e 41 voltas mais rápidas em 199 largadas, fez uma rápida comparação entre a F1 atual e a de sua época. Para o francês, há algumas pequenas semelhanças, mas as diferenças são determinantes.
 
"Não sei se eu poderia fazer o mesmo trabalho", admitiu. "Não acho que você pode comparar os pneus de hoje com os pneus da minha época. Ainda que você tenha apenas um fabricante, é mais ou menos o que tivemos nos anos 80, você tinha duas ou três escolhas dos compostos e depois você fazia o que quisesse. Sem pit-stop obrigatório."
 
"Agora você só começa a corrida com os pneus com os quais você fez a classificação, e é isso. Mesmo se você quiser colocar pneus duros na esquerda ou macios na direita, você não pode. Hoje é diferente", encerrou.

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