Red Bull anuncia saída de Vettel no final da atual temporada e escolhe Kvyat como substituto

Depois de seis temporadas e quatro títulos mundiais, chega ao fim um dos casamentos mais vitoriosos da história da F1: Sebastian Vettel deixa a Red Bull após o GP de Abu Dhabi de 2014

Sebastian Vettel vai deixar a Red Bull ao final da atual temporada. O anúncio foi feito na noite desta sexta-feira (3), manhã no Japão, pela equipe da marca de bebidas energéticas, que já tratou de confirmar o substituto do tetracampeão mundial: o russo Daniil Kvyat.

De acordo com o comunicado divulgado pela equipe, foi Vettel quem manifestou a intenção de sair ao final do campeonato, antes mesmo do fim do contrato, válido até 2015.

  ANÁLISE
Saída da Red Bull representa desejo de Vettel iniciar novo ciclo na F1 
   
  FLAVIO GOMES
Porque tudo acaba, como acabou para Hamilton na McLaren. Pilotos são assim
   
  VICTOR MARTINS
Resposta da saída de Vettel é como a gente cansado de viver no casulo dos pais
   

Quanto ao futuro, ainda não há nenhuma posição oficial, mas o principal tema do noticiário nas horas que antecederam esse anúncio da Red Bull vinha sendo a iminente saída de Fernando Alonso da Ferrari. E Christian Horner falou que a Ferrari vai ser a nova casa de Vettel.

Uma das histórias de maior identificação entre um piloto e uma escuderia em todos os tempos no Mundial de F1, o casamento entre Vettel e a RBR vai terminar após uma temporada marcada pelas dificuldades do tetracampeão em se adaptar ao novo regulamento e aos motores V6 turbo. Ainda assim, a notícia não deixa de ser surpreendente.

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Grande estrela do programa de jovens talentos da Red Bull, Vettel foi criado para se tornar campeão mundial. Não só cumpriu a missão que recebeu, como o fez de forma espetacular: foram quatro títulos consecutivos em uma carreira meteórica e marcada por recordes. Mais jovem pole-position, vencedor e campeão do mundo, o alemão tem apenas 27 anos.

Depois de estreiar na F1 em 2007 pontuando com a BMW no GP dos Estados Unidos, substituindo um afastado Robert Kubica, Sebastian Vettel se mudou para a Toro Rosso no GP da Hungria. Naquele ano, quase conquistou um impressionante pódio debaixo de chuva torrencial no GP do Japão, mas acabou errando e colidindo com Mark Webber antes de uma relargada. Mantido na STR para o ano seguinte, mostrou que tinha tudo para se tornar um dos gênios do esporte ao dominar o GP da Itália, em Monza, com o carro de uma equipe que se chamava Minardi até 36 meses antes.

Com a qualidade atestada, Vettel foi escolhido pela Red Bull para substituir David Coulthard em 2009. Graduara-se no Red Bull Junior Team e, com a grande mudança no regulamento técnico vivida naquele ano, passou a se tornar um habitué das primeiras colocações. Venceu com o time de Milton Keynes já em sua terceira corrida, o GP da China, também debaixo de chuva em Xangai, e ainda faturou outras três corridas naquele ano antes de terminar como vice-campeão.

Festa da Red Bull e de Sebastian Vettel na Índia, em 2013, após a conquista do tetra (Foto: Getty Images)

Em 2010, a dinastia começou. A afinadíssima parceria com Adrian Newey na esquadra comandada por Christian Horner e Helmut Marko foi rendendo frutos e mais frutos com o passar das corridas. Ele se sagrou campeão pela primeira vez na última etapa daquele campeonato, em Abu Dhabi, após uma virada inesperada sobre Webber e Fernando Alonso. Dominou o campeonato de 2011, voltou a ser campeão em uma acirrada disputa contra Alonso em 2012 e fez história em 2013 ao vencer nove corridas em sequência.

Neste ano, o piloto está na quinta posição do Mundial de Pilotos após 14 das 19 corridas e ainda não subiu ao alto do pódio nenhuma vez. E, pela primeira vez, atrás de seu companheiro de equipe.

Na carreira, Vettel soma 39 vitórias, duas a menos que o tricampeão Ayrton Senna, e 45 pole-positions.

Escolhido para guiar o bólido rubro-taurino a partir do próximo ano, Kvyat estreou na F1 no GP da Austrália de 2014 da mesma forma que Vettel: quebrando o recorde de piloto mais jovem a pontuar. Na ocasião, tinha apenas 19 anos, 10 meses e 18 dias.

Daniil Kvyat foi escolhido pela Red Bull para ocupar o lugar de Vettel (Foto: Getty Images)

Ao longo do ano, o russo, campeão da GP3 em 2013, agradou com boas apresentações para um novato, especialmente se for levado em conta que o carro não é grande coisa. O piloto tem como melhores resultados três nonos lugares, anotados nos GPs da Austrália, da Inglaterra e da Bélgica.

A promoção de Kvyat ao cockpit da Red Bull abre uma vaga na Toro Rosso, que já confirmou que o holandês Max Verstappen será um dos titulares em 2015. Naturalmente, essa vaga deve ser assumida por alguém que conta com o suporte da marca de bebidas energéticas. São candidatos o espanhol Carlos Sainz Jr., atualmente na World Series, e o português António Félix da Costa, hoje no DTM. A opção por manter Jean-Éric Vergne, há três anos na esquadra de Faenza, seria recebida com maior surpresa.

Trata-se da primeira grande mudança que ocorre em uma equipe de ponta para a temporada 2015. Rumores envolvem quatro grandes escuderias. Dentre aquelas que estão no top-6 do Mundial de Construtores, apenas a Williams e agora a Red Bull já confirmaram seus titulares para o próximo campeonato, muito embora Mercedes, Ferrari, McLaren e Force India tenham contratos ou opções contratuais para exercer e seguir com os atuais pilotos. A Red Bull também tinha.

 O que esperar da Red Bull sem Vettel e de sua ida para a Ferrari?

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