Red Bull confirma castigo, rebaixa Kvyat à Toro Rosso e o troca por Verstappen a partir do GP da Espanha

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O castigo imposto pela Red Bull a Daniil Kvyat pela desastrosa forma no GP da Rússia veio rápido. Na manhã desta quinta-feira (5), a equipe taurina confirmou os rumores e informou que o russo foi rebaixado para a Toro Rosso. Para seu lugar, a partir do GP da Espanha, quinta etapa da temporada 2016 do Mundial de F1, assume o talentoso e badalado Max Verstappen, de 18 anos.

Em Sóchi, no último domingo, Kvyat, de apenas 22 anos, foi protagonista da grande polêmica da corrida ao acertar a Ferrari de Sebastian Vettel por duas vezes e fazê-lo bater na barreira de proteção ainda na primeira volta da disputa. Xingado e duramente criticado pelo tetracampeão, o jovem piloto russo pediu desculpas e disse que não acertou Vettel de forma intencional, mas o estrago já estava feito. O próprio alemão sugeriu à cúpula da Red Bull ter uma conversa séria com Kvyat.

Christian Horner e Helmut Marko criticaram Daniil pela conduta adotada em Sóchi, até porque a falha do russo prejudicou a corrida de todo o time, já que Daniel Ricciardo acabou sendo também acertado no incidente. Niki Lauda, mais incisivo, afirmou que, se fosse Vettel, "mataria Kvyat". Depois de ter sido chamado para uma conversa com a diretoria da Red Bull, veio o duro castigo imposto já a partir do GP da Espanha.

Helmut Marko, por sua vez, disse que o rebaixamento de Kvyat se deve primeiramente como forma de amenizar a pressão dos seus ombros, criada pelo próprio piloto, nas palavras do consultor, que também considerou o russo "muito inconsistente" neste ano, andando entre 0s3 e 0s5 mais lento que Daniel Ricciardo.

Franz Tost, chefe de equipe da Toro Rosso, deu as boas-vindas ao velho conhecido Kvyat, que fez sua estreia pela equipe italiana em 2014 antes de ter sido alçado ao posto de titular da Red Bull, substituindo justamente Vettel, então de partida para a Ferrari. "Estamos mais do que felizes em dar as boas-vindas a Daniil, de volta a Faenza, e estamos ansiosos por ter uma temporada bem-sucedida com ele", comentou.

Daniil Kvyat foi rebaixado à Toro Rosso e volta ao time pelo qual fez sua estreia na F1 (Foto: Getty Images)

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Já Verstappen, por meio do seu site oficial, rendeu palavras de agradecimento a todos da Toro Rosso e se disse entusiasmado com seu novo desafio na F1.

Com o resultado logrado na China, além dos seis pontos somados no GP da Austrália, Kvyat ocupa um razoável oitavo lugar no Mundial de Pilotos, com 21. Por sua vez, Verstappen, que só não pontuou na Rússia depois de ter abandonado com problemas, é o décimo lugar, com 13.

Jenson Button, o piloto mais experiente da F1 atual, usou o Twitter para criticar a decisão da Red Bull. "Verdade? Uma corrida ruim e Kvyat é descartado? E o pódio na corrida anterior?", escreveu o campeão do mundo em 2009. Outro piloto que criticou a equipe de Milton Keynes foi Daniel Juncadella, que hoje representa a Mercedes no DTM: "A filosofia da Red Bull não mudou. De herói a ninguém num fim de semana."

Não é a primeira vez que um piloto vinculado à Red Bull é castigado (Foto: Getty Images)

A punição imposta a Kvyat lembra um pouco o que a Red Bull fez com Jaime Alguersuari, que fez sua estreia com a Toro Rosso em 2009. Na temporada 2011, o espanhol ficou à frente de Vettel durante o GP da Coreia do Sul e atrapalhou a trajetória do piloto, então apenas campeão do mundo, durante uma volta. Seb reclamou da postura do jovem piloto, que acabou ficando sob pressão dentro do time. No fim daquela temporada, Alguersuari foi dispensado e não mais voltou à F1.

A troca de Kvyat por Verstappen tem lá sua razão de ser, e isso não diz totalmente respeito à conduta de Daniil na primeira volta do GP da Rússia. O bom desempenho de Max desde sua temporada de estreia, quando ainda tinha 17 anos — sendo o piloto mais jovem da F1 — despertou o interesse das grandes equipes do grid. Rumores já ligaram Verstappen à Mercedes e também à Ferrari. Desta forma, a Red Bull, de uma forma ou de outra, busca garantir a permanência do holandês, ainda que reforce o fato de que todos os seus quatro pilotos, inclusive Carlos Sainz, têm contratos de longa duração.
 

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