Renault alega veto à venda da Force India para evitar novo caso de equipe ‘escrava’ na F1

Com receio de parceria entre Force India e Mercedes, Renault explicou que a relação entre equipes 'A' e 'B' pode ficar íntima demais, e que a situação pode prejudicar outros times: nesse caso, ela própria

Cyril Abiteboul, chefe da equipe Renault, explicou os motivos pelos quais não apoiou a continuidade da Force India em estado de falência em 2018 e, consequentemente, na competição pela bonificação em dinheiro recebida pelos times no fim do ano. Para o francês, a aproximação da esquadra indiana, principalmente com a Mercedes, pode provocar uma situação de “senhor e escravo” na F1.
 
A Force India passa por sérios problemas financeiros. Sem dono, sua falência foi decretada na última semana e a equipe funciona, agora, em regime de administração enquanto aguarda um comprador. Para que continue disputando a temporada, a FIA organizou uma reunião, no GP da Hungria, para que o restante do grid assinasse uma autorização concordando com a participação do time no Mundial nas condições em que se encontra, mas Renault, Williams e McLaren se recusaram a colaborar com o documento.
 
Abiteboul disse que a preocupação é que a Force India se aproxime muito da Mercedes e se torne uma equipe basicamente gerida pelos prateados. Assim, o time teria vantagem no meio do grid por conta com peças e tecnologia fornecidas diretamente da equipe de Brackley. A situação não agrada a Renault justamente porque é uma das rivais direta da Force India no momento. Mesmo estando 23 pontos à frente na tabela, a esquadra indiana se encontra em sexto lugar e uma parceria com a Mercedes poderia ameaçar a quarta colocação dos franceses.
Em administração, Force India espera por um comprador até o próximo semestre (Foto: Force India)
"Esse não é o tipo de F1 que gostamos. Estamos com medo de que essa configuração torne impossível para qualquer time que não se beneficie de uma equipe ‘senhora’ ou de uma equipe ‘escrava’ ser competitiva em seu próprio nível. Começamos a ver algumas indicações disso em certos aspectos do grid ou do desenvolvimento do chassi e do motor”, explicou à BBC Sport.
 
"Precisamos ter certeza de que isso não se torne uma necessidade. Caso contrário, nosso modelo não funciona e nosso envolvimento não pode ser sustentável", completou.
 
Por sua vez, o chefe da Mercedes, Toto Wolff, descartou qualquer possibilidade de dominar a Force India ou qualquer relação do tipo com a equipe.
 
“Não gostamos do conceito de equipes B na F1. Preferimos não ter essa estrutura porque ela oferece vantagens para ambas as equipes – e vantagens competitivas, você poderia argumentar. Não estamos comprando a Force India e preferimos não ter o conceito de uma equipe B”, declarou Wolff.
 
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