Renault já deixa para trás 2016, busca reforçar equipe e foca no desenvolvimento do carro da próxima temporada

A Renault já deixou para trás 2016. Mesmo com ainda 11 provas pela frente nesta temporada, a escuderia francesa baseada em Enstone, na Inglaterra, já determinou que seu foco está totalmente voltado para o ano que vem. Não se trata somente dos trabalhos de concepção e desenvolvimento do novo carro, já adaptado ao novo regulamento técnico que entrará em vigor em 2017, mas também no sentido de reestruturar e reforçar a equipe. A ideia é ampliar de 480 para 550 funcionários num futuro breve.

 

Em entrevista ao site norte-americano ‘Motorsport.com’, Cyril Abiteboul, diretor-esportivo da Renault Sport, confirmou que o planejamento da Renault está todo no ano que vem.

 

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“A equipe e o carro não evoluíram da forma que queríamos. O motivo pelo qual queríamos desenvolver um pouco neste ano, não muito, mas sim um pouco, era para compreender melhor a estrutura. E é o que temos feito. Temos todas as lições que queríamos. Temos a análise que queríamos e agora podemos nos concentrar por completo em 2017, e é isso o que tem acontecido. Já estamos totalmente em 2017”, garantiu o engenheiro francês.

“O trabalho e o esforço que colocamos em 2016 não se perdeu pelo rendimento que tivemos. Ele se fez com o desejo de fazer uma boa avaliação da equipe e da empresa”, comentou.

 

Até o momento, tudo o que a Renault conseguiu foram seis pontos, todos eles conquistados por Kevin Magnussen no GP da Rússia. Na visão de Abiteboul, o foco é todo em trabalhar para melhorar sobretudo o chassi. A Renault já colocou como referência o trabalho que faz sua parceira e cliente, a Red Bull, que conta com um dos melhores chassis da F1.

 

“Não quero apontar a um grupo concreto de pessoas, mas todo mundo sabe que o fator mais importante é o chassi. Agora que as unidades de potência estão começando a se igualar, o bom entendimento aerodinâmico, a aderência e o uso dos pneus são as chaves”, comentou.

 

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“Este será o enfoque, e aí é onde vamos concentrar nosso investimento porque, como sinal do compromisso da Renault, vamos investir na fábrica, renovando completamente a sala de máquinas e tudo o que for preciso. Sabemos os pontos fracos, e não se trata de dinheiro. Estamos bem servidos com os recursos da Renault e temos estabilidade”, disse Abiteboul, assegurando que dinheiro não é problema. “Nunca deixarei que ninguém pense que estamos onde estamos por motivos econômicos porque isso é completamente equivocado.”

Além do chassi, o desenvolvimento do motor é apontado como fator fundamental para o crescimento da Renault na F1. Aí a equipe se mostra bastante feliz com a evolução alcançada nos últimos tempos. “Se você comparar a situação que temos agora em Viry-Châtillon à situação que tínhamos há 18 meses, francamente, é algo da água para o vinho. Se nós conseguimos fazer a mesma tendência de mudança em Enstone como fizemos em Viry e na mesma margem de tempo, vamos ser os mais felizes do mundo”.

 

“Mas para passar de onde estamos hoje para nos convertermos numa equipe top, primeiro é preciso passar pelo meio do grid, depois chegar ao pódio, e essa é uma ambição que temos para 2018. No que me diz respeito, não vejo nenhum motivo pelo qual não podemos subir ao pódio em 2018”, projetou.

 

Por fim, Abiteboul falou que, ainda que enxergue uma margem de melhora no atual carro, não faz mais sentido desenvolver um projeto que terá poucas corridas de vida útil. “Vamos ser sinceros: 2016 já ficou para trás, e agora estamos concentrados em 2017. Portanto, restam poucas alegrias. Sempre vamos buscar tirar o máximo do carro em cada corrida, sempre vamos buscar conseguir a melhor estratégia possível e tratar de obter o melhor por parte dos pilotos.”

 

“Na minha opinião, ainda falta uma certa margem de melhora em algumas áreas, incluindo os dois pilotos, a estratégia e o carro. Mas quando se trata de melhorar o desempenho do carro, o que nós temos é mais ou menos o que vamos ter até o fim da temporada”, concluiu.