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Marés favoráveis podem virar num estalar de dedos. E talvez seja assim com a Manor, em franco crescimento desde o início do projeto de 2016, por decisões tomadas pela antiga chefia. Por mais inacreditável que pareça, a Marussia, que abandonou o time para morrer na reta final da temporada 2014, está processando a Manor pelo uso de seu nome.
A antiga montadora russa Marussia abriu um processo legal – e parece estar em vantagem – contra Manor na justiça inglesa. O motivo é que a Manor continuou utilizando o nome Marussia, então como Manor Marussia, durante a temporada 2015. A razão foi que, caso abandonasse o nome do ano anterior, deixaria de receber a premiação da F1 pelo nono lugar do Mundial de Construtores em 2014. Estas são as regras da F1.
Não era uma decisão que dava muito espaço para o time inglês na época. Após fechar e sofrer diversos leilões, inclusive de sua fábrica em Banbury, com a falência da então parceira Marussia enquanto montadora em 2014, a equipe tentava se livrar da administração judicial que fora imposta e continuar existindo. A única manteira de conseguir era com
os cerca de R$ 111 milhões dados pela categoria.
Tempos devem complicar para Stephen Fitzpatrick (Foto: Getty Images)
A informação é dada pela revista inglesa 'Autosport', que teve acesso ao processo. A Marussia declara que cedeu seu nome à Manor, mas a licença expirou em 31 de dezembro de 2014. E concluiu que o nome continuou a ser usado mesmo após ser
salva da administração judicial.
Em sua defesa, a Manor clama que a Marussia "consentiu implicitamente" o uso de seu nome e ainda adicionou que a Marussia está obstruída de definir seus direitos pelo nome – por conta da falência. Há ainda uma afirmação de que o nome não dá "possibilidade de confusão", visto que não é uma marca publicamente relevante e "não tem reputação na comunidade" de acordo com o Artigo 9.1 da regulação internacional.
A última afirmação da defesa é de que a Manor utilizou seu próprio nome junto ao da Marussia "de acordo com práticas honestas" como o Artigo 12 da mesma regulamentação.
No entanto, o juiz do caso declarou que a Manor não tem "chances reais" de provar que teve a permissão da Marussia para o uso da marca. Falou, ainda, que a defesa da obstrução da companhia russa de decidir pelo próprio nome não está disponível para a Manor, bem como vê como "improvável" que as defesas utilizando os Artigos 9.1 e 12 funcionem. Caso decida se defender no tribunal com uma dessas declarações, a Manor terá de pagar o equivalente a quase R$ 9 milhões como segurança.
"A Marussia nos colocou em administração judicial em 2014. Fizemos, então, uma oferta para comprar o time, o que eles rapidamente aceitaram – talvez imaginando que não conseguiríamos nos recuperar. Agora que nos recuperamos, eles fizeram essas afirmações especulativas", disse um porta-voz da Manor.
Por fim, a Marussia ainda afirma que a Manor tem uma dívida de cerca de R$ 2,6 milhões que deveriam ter sido pagas devido ao Acordo Equipe Parceiro.
PADDOCK GP #24 FALA SOBRE F1, MOTOGP, INDY E STOCK
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