Rio Motorsports perde direitos da F1 e inventa “incertezas da Covid-19 na Europa”

A empresa que sonhava em construir um autódromo no Rio e negociar a exibição da Fórmula 1 em alguma TV do Brasil escondeu a incapacidade de dar garantias financeiras a FOM e Liberty Media

A Rio Motorsports, que um dia chegou a sonhar com os direitos de transmissão da Fórmula 1 no Brasil, está fora do páreo. Em comunicado emitido na noite desta quarta-feira (11), a entidade oficializou que já não negocia mais com o Liberty Media, dono dos direitos comerciais da principal categoria do automobilismo.

No comunicado, a Rio Motorsports culpa casos de Covid-19 “na Europa e em outros continentes” e a consequente instabilidade no mercado mundial. O suposto investimento na F1 não foi considerado válido. A alegação dada pela Rio Motorsports é, entretanto, mentirosa. O fato é que a empresa não conseguiu qualquer garantia financeira para fazer honrar o acordo, ou carta de intenções, que havia estabelecido com FOM/Liberty Media.

“A Rio Motorsports comunica que decidiu por declinar da opção dos direitos de transmissão da Fórmula 1 no Brasil”, apontou o comunicado. “A decisão foi tomada devido às incertezas com o calendário para a temporada 2021, provocadas pela segunda onda de contágio por COVID-19 na Europa. Diante do cenário, somado ao fato da possibilidade dessa nova onda se expandir para outros continentes, a Rio Motorsports reavaliou este investimento e abriu espaço para que a Fórmula 1 possa negociar diretamente com as empresas de televisão no Brasil”, seguiu.

F1 no Brasil? Não com a Rio Motorsports (Foto: Mercedes)

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Meses atrás, a Rio Motorsports deu calote na Dorna a respeito dos direitos de transmissão da MotoGP no Brasil. A empresa também está por trás do inglório projeto do autódromo de Deodoro.

Ainda, a FOM comunicou que o Rio Motorsports era carta fora do baralho na última segunda-feira, não se tratando, portanto, de uma decisão que tivesse partido da companhia de José Antonio Soares Pereira Jr., o JR Pereira.

No fim de outubro, Chase Carey, autor de toda esta movimentação tresloucada pró-Rio Motorsports tanto na construção do autódromo quanto pelos direitos de transmissão, sentiu o golpe e foi atrás da prefeitura de São Paulo para negociar a permanência do GP do Brasil em Interlagos, apurou o GRANDE PRÊMIO. Ainda, o diretor-executivo da Fórmula 1 pediu que a Globo voltasse à mesa de negociações para garantir a única TV aberta capaz de transmitir as corridas. A investida da Rio Motorsports na Fórmula 1 contava, nos bastidores, com gente que há décadas presta serviço à Globo — não se sabe se à revelia da emissora.

A notícia vem no mesmo dia em que a TV Globo confirma ao GP que negocia a renovação do contrato com a F1. A emissora carioca chegou a afirmar que não exibiria a categoria após 2020, mas volta à mesa de negociações.

A Globo salientou que a negociação se dá “considerando a nova realidade mundial dos direitos esportivos”. A emissora ficou insatisfeita com os valores cobrados inicialmente para transmissão da F1 – US$ 22 milhões, cerca de R$ 120 milhões – e busca agora acordo mais favorável.

Acertando ou não com a Globo, a F1TV, serviço via streaming, estará disponível aos brasileiros em seu acesso completo a partir de 2021.

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