Sem “carro rápido e confiável”, Ferrari explica ausência na luta pelo título

Mattia Binotto analisou alguns aspectos da temporada 2019 para a Ferrari e revelou que ainda não entender como a performance dominante nos testes de pré-temporada em Barcelona não permaneceu a partir do GP da Austrália. O chefe da escuderia italiana ressaltou o ponto-chave dos problemas que afetaram o desempenho ao longo da temporada: “Faltou downforce”

Enquanto a Mercedes colhe os louros da glória depois da sexta temporada consecutiva com títulos do Mundial de Pilotos e de Construtores, a Ferrari somou mais um ano ao seu jejum, agora de 12 anos, sem saber o que é comemorar a conquista de um campeonato. A escuderia italiana despontou como a grande força de 2019 depois dos testes de pré-temporada, mas foi superada de forma acachapante pela rival tão logo o campeonato começou, na Austrália. As glórias ao longo do ano foram raras, como as sete poles logradas por Charles Leclerc, que venceu duas vezes, nos GPs da Bélgica e Monza. Sebastian Vettel, por sua vez, só triunfou em uma prova, no GP de Singapura, e nada mais.

 
Mattia Binotto, em entrevista à revista alemã ‘Auto Motor und Sport’, fez uma análise da temporada 2019 da Ferrari. O dirigente ítalo-suíço entende que era possível ter alcançado muito mais que três vitórias, mas foi claro ao responder se a escuderia de Maranello teria chances reais de lutar pelo título.
 
“Não acredito. É claro que poderíamos ter vencido muito mais corridas, mas para conquistar um título você precisa de um carro rápido e confiável. Não tivemos nada disso, mas não estamos tão longe. Temos de reduzir a diferença, e isso é possível. Faltou downforce, e este é o ponto de referência na F1 de hoje. Tínhamos um carro eficiente, mas isso, obviamente, não foi o bastante”, explicou.
Mattia Binotto fez uma análise crítica sobre a performance da Ferrari em 2019 (Foto: Reprodução)
O chefe da Ferrari ainda busca as respostas para a queda brusca de performance da Ferrari desde os testes de pré-temporada, em Barcelona, para o GP da Austrália, prova que abriu a temporada. Daí até o GP da Espanha, por exemplo, a Mercedes nadou de braçada e conquistou cinco dobradinhas nas cinco primeiras corridas do ano.
 
“Ainda não entendemos o que aconteceu entre os testes de inverno e Melbourne. Aparentemente, demos um passo atrás, enquanto as demais equipes melhoraram. Depois encontramos mais downforce passo a passo. Este foi o segredo”, disse.
 
Um dos poucos bons momentos da Ferrari em 2019 foi a dobradinha conquistada em Singapura, com Vettel vencendo a prova e Leclerc em segundo. O triunfo veio na esteira de uma importante atualização da SF90, revertendo assim o teórico favoritismo da Mercedes com um carro que conseguiu responder melhor ao desafiador traçado de Marina Bay.
 
“O pacote de Singapura foi o mais importante, mas não o único. Incluiria aí também uma melhor compreensão do equilíbrio do carro, mas Singapura nos trouxe o downforce adicional que era importante para melhorar a velocidade nas curvas. Entretanto, não tivemos o carro mais rápido depois disso, como ficou claro em corrida”, disse Binotto.
 
Mas o chefe da Ferrari explicou que faltou um carro que fosse verdadeiramente competitivo em ritmo de corrida para a sequência da temporada. “Se reduzimos nossa vantagem nas retas, pudemos diminuir nosso déficit nas curvas de 0s5 a 0s2. Em uma volta lançada, a aderência extra dos pneus novos cobria as perdas aerodinâmicas, mas isso se pagava no domingo com o maior desgaste dos pneus. Nosso objetivo deve ser o de ter o carro mais rápido em corrida”, concluiu.

Paddockast # 45
OS MELHORES E OS PIORES PILOTOS DA F1 2019

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