Sem respostas para ruindade, Haas insiste em ousadia nas estratégias

A equipe americana parece bastante perdida e sem sonhar com futuro. Para se diferenciar de Alfa Romeo e Williams, restam apostas de alto risco e baixa recompensa

Depois de um terrível 2019, a situação não melhorou para a Haas em 2020. A dupla formada por Kevin Magnussen e Romain Grosjean foi mantida e, com a mudança de regulamento prevista apenas para 2022, a equipe abriu mão de grandes atualizações no novo carro e tem ciência que apenas situações extraordinárias vão render pontos.

O time americano ocupa a rabeira da Fórmula 1 junto de Alfa Romeo e Williams. As três equipes são figurinhas carimbadas quando o assunto é eliminação na primeira parte da classificação. Diferente das rivais, a Haas usa um método diferente para sonhar com a chance de pontos: estratégias ousadas, de alto risco e baixa recompensa.

O primeiro bom exemplo aconteceu no GP da Hungria. Enquanto o restante do grid largou de pneus intermediários, Magnussen e Grosjean, que alinhariam em 16º e 18º, foram chamados ao pit-lane ainda na volta de apresentação para colocarem compostos de pista seca.

Kevin Magnussen segurou um ponto heroico em Hungaroring (Foto: Haas)

A empreitada funcionou, já que o restante do pelotão parou para troca de pneus ainda nos giros iniciais da corrida. A dupla da Haas foi jogada para a parte de cima do pelotão. Grosjean não manteve um bom ritmo e acabou superado pela concorrência, terminando em 16º. De forma heroica, Magnussen cruzou a linha de chegada em nono e ficou com o décimo lugar na classificação final, já que ele e o companheiro receberam punições por comunicação por rádio na volta de apresentação.

A 10ª posição de Kevin representou o primeiro ponto da Haas desde o GP da Rússia de 2019, quebrando um jejum que perdurava há sete corridas. Apenas a rival Williams registra uma marca maior sem presenças no top-10.

A ousadia voltou à tona no GP da Inglaterra, mas agora sem o sucesso de antes. Magnussen nem teve tempo para sonhar com pontos. Largou bem, mas se envolveu em acidente com Alex Albon na primeira volta e parou no muro.

Com foco voltado para Grosjean, a equipe optou por não trocar os pneus do francês durante o período de safety-car causado pelo acidente de Daniil Kvyat. Enquanto o resto dos pilotos utilizavam duros, Romain permaneceu na pista com os médios por 36 voltas. A equipe arriscou pensando na chance de uma nova entrada do carro de segurança, que beneficiaria o #8.

Romain Grosjean chegou a receber advertências em Silverstone (Foto: McLaren)

A nova intervenção não aconteceu. O resultado foi apenas o 16º lugar para o piloto, que completou 14 corridas fora dos pontos.

“É frustrante o resultado, eu guiei absolutamente no limite do início ao fim da corrida. O primeiro stint foi divertido, me vi em quinto ali depois do safety-car e relembrei os velhos tempos. Fiquei feliz pela estratégia de não termos parado, precisamos tentar coisas assim com o carro que temos, como já tinha sido na Hungria. Consegui manter o ritmo ali, as coisas funcionaram bem, estava feliz e me divertindo. Não acho que muita coisa mude semana que vem, a ordem de forças deve seguir a mesma, mas com mais degradação dos pneus, possivelmente uma corrida de duas paradas, até porque uma parada é mais chato mesmo”, disse o piloto após a corrida em Silverstone.

A Haas parece ter um projeto bem claro para 2020. Sabe que o ritmo do carro não é capaz de brigar sequer com a AlphaTauri, que não é uma presença garantida nos pontos. O plano vira adotar estratégias mais ousadas para brigar pela migalha que sobrar.

Afinal, o time está tão errado assim por apostar neste tipo de contexto? Em condições normais, Grosjean e Magnussen não conseguem brigar por nada, apenas entre si e um pouco com as rivais Williams e Alfa Romeo. Mesmo que a tentativa de Silverstone tenha dado errado, Romain não chegou em uma posição muito diferente de onde terminaria a corrida em condições normais.

Na briga para conquistar mais pontos e receber mais dinheiro de premiação, apelar pela ousadia parece ser o único recurso de uma esquadra cada vez mais perdida.

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